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Mateus 16, 18: Estudiosos protestantes Adversus protestantes

 Fonte: Apologistas Católicos

INTRODUÇÃO


 Como sabemos, é costume protestante afirmar que a Pedra mencionada por Jesus em Mateus 16, 18, não era o próprio apóstolo Pedro. Já vimos aqui em outra matéria a análise grega do texto (ser visto aqui) e a analise de como os primeiros cristãos interpretavam a passagem (Podem ser vistas aqui, aqui e aqui). Apesar disto, muitos protestantes ainda teimam em argumentar que Pedro era um “pedregulho” ou “pedrinha” e não a própria Pedra mencionada por Jesus. Baseado nisto, resolvi não mais usar meus argumentos para mostrar aos protestantes qual a interpretação da passagem, e sim mostrar a interpretação de outros célebres conhecedores do grego, primeiro fizemos de São Jerônimo, um dos mais renomados estudiosos e tradutores do grego da história cristã (pode ser vista aqui),  depois partimos para os Padres Gregos (pode ser vista aqui), pois nada é melhor do que mostrar os teólogos que tinha o grego koiné como língua materna, e agora na ultima desta série, partiremos para mostrar aos protestantes o que estudiosos, biblistas e exegetas protestantes tem a dizer. Fiz uma seleção dos mais conhecidos e usados estudiosos protestantes. Vamos então ver o que estes tem a nos dizer do texto grego:

“κἀγὼ δέ σοι λέγω ὅτι σὺ εἶ Πέτρος, καὶ ἐπὶ ταύτῃ τῇ πέτρᾳ οἰκοδομήσω μου τὴν ἐκκλησίαν καὶ πύλαι ᾅδου οὐ κατισχύσουσιν αὐτῆς.

 

ESTUDIOSOS PROTESTANTES SOBRE MATEUS 16, 18


 

 NÃO HÁ DISTINÇÃO ENTRE “PETROS” E “PETRA”

Gostaria de mostrar, primeiro, um dos dicionários do Novo Testamento mais conhecidos entre os protestantes da atualidade,  o dicionário de James Strong, na sua definição da tradução de PETRA ele diz o seguinte em inglês:

“(4073) pe>tra, — pet’-ra; feminine of the same as Pe>tros (4074); a (mass of) rock (literal or figurative): — rock.”

Tradução:

“(4073) p e t r a, – pet’-ra; feminino do mesmo que P e t r o s, um (massa) rocha (literal ou figurado): – rocha.”

Ora, um dos mais renomados dicionários protestantes da atualidade diz que PETRA e PETRUS são a mesma coisa e que petra é o feminino de Petrus e ainda aparecem nos protestantes para dizer-nos que PETRUS é pedrinha? Quem desejar conferir no próprio dicionário protestantes pode acessar este link abaixo e verificar:

http://www.htmlbible.com/sacrednamebiblecom/kjvstrongs/FRMSTRGRK40.htm

Vamos a mais 5 estudiosos protestantes para mostrar que não há diferença nenhuma entre as palavras.

Em aramaico ‘Pedro’ e ‘Rocha’ são a mesma palavra, em grego (aqui), são termos cognatos que foram usados ​​indistintamente por este período.” (Craig S. Keener, The IVP Bible Background Commentary New Testament, (Downer’s Grove, IL: Intervarsity Press, 1993), 90.)

Embora seja verdade que petros e petra podem significar ‘pedra’ e ‘rocha’, respectivamente, no início grego, a distinção está amplamente confinada à poesia.” – (Frank E. Gaebelein, ed., The Expositor’s Bible Commentary: Volume 8 (Matthew, Mark, Luke), (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1984), 368.)

Muitos insistem na distinção entre as duas palavras gregas, ‘Tu és Petros e sobre esta Petra’  sustentando que se a rocha significava Pedro, tanto petros e petra teria que ser usados usado duas vezes, e que petros significa uma pedra ou fragmento quebrado separado, enquanto petra é a rocha maciça, mas essa distinção é quase totalmente confinada a poesia, a palavra comum prosa em vez de petros como sendo lithos; nem é a distinção uniformemente observada. (John A. Broadus, Commentary on the Gospel of Matthew, (Valley Forge, PA: Judson Press, 1886), 355.)

Convido ao leitor protestante a ler este livro de John Broadus sobre o evangelho de Mateus, especificamente tudo o que diz respeito a Mateus 16, 18, é só clicar na referência que poderá ler toda a pagina online.

João Calvino contra a interpretação protestante

Nada melhor do que mostrar um pai do protestantismo, refutando a interpretação de seus seguidores:

Eu admito que em grego Pedro (Petros) e pedra (petra) significam a mesma coisa, salvo que a primeira palavra é Ático [do antigo dialeto grego clássico da região da Ática], o segundo da língua comum” (John Calvin, Calvin’s New Testament Commentaries: The Harmony of the Gospels Matthew, Mark, and Luke, vol. 2, 188.)

Veremos por ultimo agora o que diz o autor protestante Gerhard Friedrich:

O trocadilho óbvio que tem feito o seu caminho para o  texto grego também sugere uma identidade material entre petra e Petros, tanto mais que é impossível diferenciar estritamente entre os significados das duas palavras.” (Gerhard Friedrich, ed., and Geoffrey W. Bromley, trans. and ed., Theological Dictionary of the New Testament, vol. VI, (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1968), 98-99.)

 “ESTA PEDRA” SE REFERE A PEDRO

 

Qualquer estudioso sério reconhece que Pedro é a Pedra mencionada por Jesus, apesar das alegações contrárias, e isso não foi diferente com muitos escritores protestantes que nos relatam as conclusões que veremos a baixo:

Jesus, então, está prometendo a Pedro que ele vai construir sua igreja sobre ele! Eu aceito este ponto de vista.” (William Hendriksen, New Testament Commentary: Exposition of the Gospel According to Matthew, (Grand Rapids, MI: Baker, 1973), 647.)

Hoje em dia um amplo consenso que – de acordo com as palavras do texto – se aplica a promessa a Pedro como uma pessoa. Neste ponto teólogos liberais (HJ Holtzmann, E. Schweiger) e conservadores (Cullmann, Flew) concordam, bem como representantes da exegese católica romana.”. (Gerhard Maier, “The Church in the Gospel of Matthew: hermeneutical Analysis of the Current Debate,” trans. Harold H. P. Dressler, in D. A. Carson, ed., Biblical Interpretation and Church Text and Context, (Flemington Markets, NSW: Paternoster Press, 1984), 58)

Pelas palavras ‘Esta pedra’ Jesus fala não a si mesmo, nem o seu ensino, nem Deus o Pai, nem a confissão de Pedro, mas o próprio Pedro” (J. Knox Chamblin, “Matthew,” in Walter A. Eldwell, ed., Evangelical Commentary on the Bible (Grand Rapids: MI: Baker, 1989), 742)

… Se, então, Mateus 16, 18 nos obriga a assumir uma identidade formal e material entre petra e Petros, isso mostra como integralmente o apostolado, e nela a um grau especial a posição de Pedro, pertence e é essencialmente fechado dentro, a revelação de Cristo. Petros se isoo é petra, e não apenas a sua fé ou a sua confissão.” (Gerhard Friedrich, ed., and Geoffrey W. Bromley, trans. and ed., Theological Dictionary of the New Testament, vol. VI, (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1968), 98-99.)

A expressão ‘esta pedra’ quase certamente se refere a Pedro, seguindo imediatamente após o seu nome, assim como as palavras seguindo ‘o ​​Cristo’ em vs. 16 aplicado a Jesus. O jogo de palavras no grego entre o nome de Pedro (Petros) e a palavra ‘pedra’ (petra) só faz sentido se Pedro for a rocha e se Jesus estivesse prestes a explicar o significado desta identificação.” (Craig L. Blomberg, The New American Commentary: Matthew, vol. 22, (Nashville: Broadman, 1992), 251-252.)

A fundação da comunidade messiânica será Pedro, a rocha, que é o destinatário da revelação e criador da confissão (cf. Ef 2, 20). O papel significativo de liderança de Pedro é uma questão de história sóbria… O sentido claro de toda a declaração de Jesus parece concordar melhor com a visão de que a rocha sobre a qual Jesus edifica a Sua Igreja é Pedro.” (William E. McCumber, “Matthew,” in William M. Greathouse and Willard H. Taylor, eds., Beacon Bible Expositions, vol. 1, (Kansas City, MO: Beacon Hill, 1975), 125.)

“‘Tu és Pedra, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja.’ Pedro é aqui retratado como a fundação da igreja.” (M. Eugene Boring, “Matthew,” in Pheme Perkins and others, eds., The New Interpreter’s Bible, vol. 8, (Nashville, TN: Abingdon Press, 1995), 345.)

“Deixe-se observar que Jesus não poderia aqui dizer pela rocha, de forma consistentemente com a imagem, porque ele é o construtor. Dizer, ‘Eu construirei’, seria uma imagem muito confusa. A sugestão de alguns expositores que em dizendo: ‘tu és Pedro, e sobre esta pedra’, ele apontou para si mesmo envolve uma artificialidade que para algumas mentes é repulsiva.” (John A. Broadus, Commentary on the Gospel of Matthew, (Valley Forge, PA: Judson Press, 1886), 356.)

Outra interpretação é que a palavra pedra refere-se a si próprio Pedro. Este é o significado óbvio da passagem.” (Albert Barnes, Notes on the New Testament, Robert Fraw, ed., (Grand Rapids, MI: Baker, 1973), 170)

É sobre o próprio Pedro, o confessor de sua messianidade, que Jesus vai edificar a Igreja. O discípulo se torna, por assim dizer, a pedra fundamental da comunidade. Tentar interpretar o ‘pedra’ como algo diferente de Pedro em pessoa (por exemplo, a sua fé, a verdade revelada a ele) são devido ao viés protestante, e apresentam a declaração de um grau de sutileza que é altamente improvável.” (David Hill, “The Gospel of Matthew,” in Ronald E. Clements and Matthew Black, eds., The New Century Bible Commentary, (London: Marshall, Morgan & Scott, 1972), 261)

Alguns intérpretes têm, portanto se referido a Jesus como roccha aqui, mas o contexto é contra isso. Tampouco é provável que a fé de Pedro ou a confissão de Pedro é pretendida. Ela é, sem dúvida, o próprio Pedro, que é para ser a rocha, mas Pedro confessando, fiel e obediente.”- D. Guthrie e outros, The New Bible Commentary, (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1953) [reeditado pela Inter-Varsity Press], 837.

Não há nenhuma boa razão para pensar que Jesus mudou de Petros para petra para mostrar que Ele não estava falando do homem, Pedro, mas de sua confissão como a fundação da Igreja. As palavras ‘sobre esta pedra [petra]; na verdade se referem a Pedro.”.( Herman N. Ridderbos, Bible Student’s Commentary: Matthew, (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1987), 303.)

O jogo de palavras e toda a estrutura da passagem exige que este versículo esteja tão ligado declaração de Jesus sobre Pedro como vs. 16 foi a declaração de Pedro a respeito de Jesus. Claro que é com base na confissão de Pedro de que Jesus declara seu papel como a fundação da igreja, mas é para Pedro, e não sua confissão, que a metáfora da rocha é aplicada.”   (R. T. France, The Gospel According to Matthew, (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1985), 254.)

As freqüentes tentativas que têm sido feitas, raramente no passado, para negar isso em favor da opinião de que a própria confissão é a rocha (por exemplo, mais recentemente Caragounis) parecem estar em grande parte motivado pelo preconceito protestante contra uma passagem que é usada pelos católicos romanos para justificar o papado.” (Donald A. Hagner, “Matthew 14-28,” in David A. Hubbard and others, eds., World Biblical Commentary, vol. 33b, (Dallas: Word Books, 1995), 470.)

Nenhuma palavra é necessária para complementar a conclusão destes autores protestantes.

 

DUAS PALAVRAS DIFERENTES FORAM USADAS POR QUE NÃO SE PODE USAR UM SUBSTANTIVO FEMININO PARA UM HOMEM

O grego faz a distinção entre petros e petra simplesmente porque ele está tentando preservar o trocadilho, e em grego o feminino petra não poderia servir muito bem como um nome masculino”. (Frank E. Gaebelein, ed., The Expositor’s Bible Commentary: Volume 8 (Matthew, Mark, and Luke), (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1984), 368.)

Ao usar ambas as formas masculina e feminina da palavra, no entanto, Mateus não estar tentanto distânciar Pedro, Petros, de ‘esta pedra’, petra. Pelo contrário, o evangelista muda os sexos, simplesmente porque Simão, um macho, é dada uma forma masculina do substantivo feminino para o seu novo nome.” (James B. Shelton, letter to the authors, 21 October 1994, 1, in Scott Butler, Norman Dehlgren, and Rev. Mr. David Hess, Jesus Peter and the Keys: A Scriptural Handbook on the Papacy, (Goleta, CA: Queenship, 1996), 23.)

O nome de Pedro (agora não deu em primeiro, mas profeticamente dado por nosso Senhor em sua primeira entrevista com Simão (João 1, 42)), ou Cefas, que significa uma rocha, a rescisão sendo apenas alterada a partir petra a Petros de acordo com a denominação masculina, denota a posição pessoal deste apóstolo na construção da Igreja de Cristo.” (Henry Alford, The New Testament for English Readers, vol. 1, (Grand Rapids, MI: Baker, 1983), 119.)

A explicação mais provável para a mudança da Petros (‘Pedro’) para petra é que petra era a palavra normal para ‘rocha’. Porque a terminação feminina deste substantivo fez inadequada como nome de um homem, no entanto, Simão não foi chamado petra, mas Petros”. (Herman N. Ridderbos, Bible Student’s Commentary: Matthew, (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1987), 303.)

A palavra feminina para rocha, petra, é necessariamente alterada para o masculino petros (pedra) para dar o nome de um homem, mas a palavra é inconfundível (e em aramaico seria ainda mais assim, como a mesma forma kepha ocorreria em ambos os lugares).(R. T. France, The Gospel According to Matthew, (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1985), 254.)

 

CONCLUSÃO


Se depois de todas essas matérias ainda há algum protestante que negue que Pedro era a Pedra de Mateus 16, 18, resta-nos apenas seguir o que nos ensina as Escrituras:

Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o” (Tito 3, 10)


BIBLIOGRAFIA


 

http://catholicity.elcore.net/SimonIsTheRock.html

http://phatcatholic.blogspot.com.br/2006/09/protestant-scholars-on-mt-1616-19.html


PARA CITAR


 

RODRIGUES, Rafael. Mateus 16, 18: Estudiosos protestantes Adversus protestantes. Disponível em:  < http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/papado/598-mateus-16-18-estudiosos-protestantes-adversus-protestantes >. Desde: 18/05/2013

Mateus 16, 18: São Jerônimo Adversus Protestantes

Fonte: Apologistas Católicos

INTRODUÇÃO

Como sabemos, é costume protestante afirmar que a Pedra mencionada por Jesus em Mateus 16, 18, não era o próprio apóstolo Pedro. Já vimos aqui em outra matéria a análise grega do texto (ser visto aqui) e a analise de como os primeiros cristãos interpretavam a passagem (Podem ser vistas aqui,aqui e aqui). Apesar disto, muitos protestantes ainda teimam em argumentar que Pedro era um “pedregulho” ou “pedrinha” e não a própria Pedra menciona por Jesus. Baseado nisto, resolvi não mais usar meus argumentos e, até mesmo de estudiosos protestantes para mostrar aos protestantes qual a interpretação da passagem, e sim mostrar a interpretação de um dos mais renomados estudiosos e tradutores do grego da história cristã: Eusébio Jerônimo de Estrídon, mais conhecido como São Jerônimo.

São Jerônimo é reconhecido como um dos quatros doutores originais da Igreja latina. Padre das ciências bíblicas, presbítero, homem de vida ascética, eminente literato. Nasceu no ano 347 e morreu no ano 420.  Ele se tornou famoso por sua tradução da bíblia do Hebraico e Grego para o Latim.  Na sua época o grego koiné, no qual o Novo Testamento foi escrito, ainda era “vivo” e Jerônimo era altamente proficiente, e um dos mais conhecidos e influentes tradutores de sua época. Vamos então ver qual era a sua interpretação do texto grego:

“κἀγὼ δέ σοι λέγω ὅτι σὺ εἶ Πέτρος, καὶ ἐπὶ ταύτῃ τῇ πέτρᾳ οἰκοδομήσω μου τὴν ἐκκλησίαν καὶ πύλαι ᾅδου οὐ κατισχύσουσιν αὐτῆς.

A INTERPRETAÇÃO DE JERÔNIMO SOBRE MATEUS 16, 18

Para mostrar como Jerônimo interpretava o texto grego de Mateus 16, 18 bastaria apenas a sua interpretação no seu comentário ao evangelho de Mateus no livro III, onde ele mostra que Cristo se referia claramente a Pedro ao fala “sobre esta Pedra construirei a minha Igreja”:

Et ego dico tibi. Quid est quod ait: Et ego dico tibi? Quia tu mihi dixisti: Tu es Christus Filius Dei vivi: et ego dico tibi, non sermone casso, et nullum habente opus, sed dico tibi: quia meum dixisse, fecisse est. Quia tu es Petrus, et super hanc petram aedificabo Ecclesiam meam.Sicut ipse lumen apostolis donavit, ut lumen mundi appellarentur, caeteraque ex Domino sortiti sunt vocabula: ita et Simoni, qui credebat in petram Christum, Petri largitus est nomen. At secundum metaphoram petrae, recte dicitur ei: Aedificabo Ecclesiam meam super te. Et portae inferi non praevalebunt adversus eam. Ego portas inferi reor vitia atque peccata: vel certe haereticorum doctrinas, per quas illecti homines ducuntur ad tartarum. Nemo itaque putet de morte dici, quod apostoli conditioni mortis subjecti non fuerint, quorum martyria videat coruscare.” (Hieronymus Sanctu –  Commentariorum In Evangelium Matthaei, Liber Tertius)

“‘Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja’. Como Ele mesmo deu aos apóstolos a luz para que se chamassem “luz do mundo” e os demais nomes que foram distribuídos pelo Senhor, assim também a Simão, que acreditava em Cristo como a rocha, generosamente recebeu o nome de ‘Pedro’, e como uma metáfora para a voz de ‘pedra’, ele diz com razão: ‘Eu edificarei a minha Igreja sobre ti” (São Jerônimo – Comentário Sobre o Evangelho de Mateus Livro III).

Jerônimo nos mostra que Jesus ao falar “Tua és Pedro e sobre está Pedra eu construirei a minha Igreja” estava na realidade falando “Aedificabo Ecclesiam meam super te”, tradução “sobre ti construirei minha Igreja”. Logo não a dúvidas que tanto ele como estudioso do grego, como a Igreja de sua época entendia Pedro como sendo a própria Pedra. Parece-me que um dos maiores eruditos em grego da história cristã, não estava lá assim de acordo com a interpretação protestante desta passagem.

Da mesma forma existe mais de uma dezena de outras citações de São Jerônimo mostrando que Pedro era a Rocha de Mateus 16, 18, sobre a qual a Igreja foi construída. Em outro comentário sobre o evangelho de Mateus:

 Porque estava fundada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, será comparado a um homem insensato. Sobre esta pedra o Senhor fundou a Igreja (Mt 15): a partir desta o Apóstolo Pedrou rcebeu o nome da rocha. E quanto aesse tipo de rocha não são encontrados nos passos da serpente (Provérbios 30, relativo ao presente e ao profeta que ela ousadamente diz:. Ele estabeleceu os meus pés sobre uma rocha (Sl 39, 3) E em outro lugar:. Na rocha de refúgio para os coelhos, ou para os porcos de hedge (Salmo 103, 8) . temeroso, pois o animal está nas cavernas das rochas se voltou: o áspero e da pele, e do todo, armados com flechas, protege-se com tal proteção Daí diz-se de Moisés, e do Egito no momento em que fugiam de distância, e de coelho, era do Senhor. Fique no buracoda rocha, e verás minhas partes traseiras (para Êx. 33, 21).”.(Comentário sobre Mateus 7, 26;)

Dirigindo-se ao papa, ele reconheceu o bispo de Roma como o sucessor do “pescador” e afirma que a igreja foi construída sobre a cátedra de Pedro, a qual compara com a arca de Noé:

“Contudo, ainda que a tua grandeza me aterre, a tua amabilidade me atrai. Do sacerdote demando o cuidado da vítima, do pastor a proteção devida às ovelhas… As minhas palavras são dirigidas ao sucessor do pescador, ao discípulo da cruz. Assim como não sigo outro líder senão Cristo, não comungo com outro senão com vossa bem-aventurança, isto é, com a cátedra de Pedro. Pois esta, eu sei, é a pedra sobre a qual é edificada a Igreja! Esta é a única casa onde o cordeiro pascal pode justamente ser comido. Esta é a arca de Noé, e quem não se encontrar nela perecerá quando prevalecer o dilúvio.” (Carta ao papa Damaso, XV, 2)

Da mesma forma em sua epístola a Marcela diz:

“Se, então, o Apóstolo Pedro, sobre quem o Senhor fundou a Igreja, disse expressamente que a profecia e a promessa do Senhor foram naquele momento e ali cumpridas, como podemos reivindicar outro cumprimento para nós próprios?” (Epístola a Marcela XLI, 2)

Em sua apologia contra Joviniano, o refuta e diz:

“Porém, dizes, a Igreja foi fundada sobre Pedro: ainda que em outro lado o mesmo é atribuído a todos os Apóstolos, e eles recebem todos as chaves do reino do céu, e a força da Igreja depende de todos eles por igual, mas um dentre os doze é escolhido para que estando uma cabeça nomeada, não pudesse haver ocasião para cisma. Mas por que não foi escolhido João, que era virgem? Foi prestada deferência à idade, porque Pedro era o mais velho: alguém que era jovem, quase diria um garoto, não podia ser posto sobre homens de idade avançada; e um bom mestre que estava disposto a tirar toda a ocasião de contenda entre os seus discípulos… não deve pensar-se que daria motivo de inveja contra o jovem que tinha amado… Pedro é um Apóstolo, e João é um Apóstolo; mas Pedro é somente um Apóstolo, enquanto João é um Apóstolo, e um Evangelista, e um profeta. Um Apóstolo, porque escreveu às Igrejas como mestre; um Evangelista, porque compôs um Evangelho, coisa que nenhum outro dos Apóstolos, exceto Mateus, fez; um profeta, porque viu na ilha de Patmos, onde tinha sido exilado pelo imperador Domiciano como um mártir do Senhor, um Apocalipse contendo os ilimitados mistérios do futuro… O escritor virgem expôs mistérios que não pôde expor o casado, e para resumir brevemente tudo e mostrar quão grande foi o privilégio de João, a Mãe virgem foi confiada pelo Senhor virgem ao discípulo virgem.”(Contra Joviniano I, 26)

Não há nada mais claro do que a leitura do mesmo São Jerônimo explicando que não só Cristo é chamado de rocha, mas também Pedro:

Cristo não é o único a ser chamado de rocha, porque ele concedeu ao apóstolo Pedro que ele deveria ser chamado de rocha” (Jerônimo, comentários sobre Jeremias 3, 65)

CONCLUSÃO

Sabemos que outros padres que também interpretavam a passagem e, de acordo com a doutrina católica, sustentavam duas interpretações: uma que a rocha era a fé de Pedro e também o próprio Pedro, e Jerônimo mostra claramente que Cristo falou que Pedro era a Pedra, isso devido claramente que sendo fluente no grego Koiné, sabia realmente o que o texto grego falava, portanto em seus escritos sustentou firmemente essa interpretação. Logo em quem devemos acreditar, num dos maiores eruditos no grego da história da Igreja Cristã ou nos protestantes? Que o leitor decida!

Bento XVI: Jesus é a alegria de Maria e a alegria da Igreja

Papa Bento XVI

VATICANO, 10 Dez. 12 / 01:18 pm (ACI/EWTN Noticias).- Na tradicional homenagem a Maria Imaculada, realizada no dia 8 de dezembro na Praça da Espanha, no centro de Roma, o Papa Bento XVI remarcou que “Jesus é a alegria de Maria e a alegria da Igreja“.

O Santo Padre assinalou que “a alegria de Maria é plena, porque não há sombra de pecado no seu coração. Esta alegria coincide com a presença de Jesus em sua vida: Jesus concebido e levado no seu ventre e quando criança confiado a seus cuidados maternais, adolescente, jovem e homem maduro. Jesus que sai de casa, seguido a distancia com a fé até a Cruz e a Ressurreição”.

Bento XVI assinalou que Maria Imaculada “nos fala da alegria, a verdadeira alegria que se experimenta no coração liberado do pecado”.

Enquanto que “o pecado traz consigo uma tristeza negativa, que nos induz a fechar-nos em nós mesmos”, assinalou o Papa, “a Graça traz a verdadeira alegria que não depende de possuir coisas, mas tem suas raízes no mais íntimo, no mais profundo da pessoa, e que nada, nem ninguém pode tirar”.

“O cristianismo é essencialmente um ‘evangelho’, uma ‘boa notícia’, porém alguns pensam que é um obstáculo à alegria, já que vêem nele uma série de proibições e regras”.

O Santo Padre remarcou que “na realidade, o cristianismo é o anúncio da vitória da Graça sobre o pecado, da vida sobre a morte”.

Se isto “implica alguns sacrifícios e disciplina da mente, do coração e do comportamento”, explicou o Papa, “é precisamente porque no homem há a raiz venenosa do egoísmo, que prejudica a si mesmo e aos demais, portanto, devemos aprender a dizer não à voz do egoísmo e sim à voz do amor autêntico”.

Bento XVI também indicou que sempre é motivo de surpresa e reflexão “o fato de que o momento decisivo para o futuro da humanidade, o momento em que Deus se fez homem, esteja rodeado de um grande silêncio”.

“O encontro entre o mensageiro divino e a Virgem Imaculada passa totalmente despercebido: ninguém sabe, ninguém fala disso. É um acontecimento que, se tivesse acontecido em nosso tempo, não deixaria rastro nos jornais e nas revistas, porque é um mistério que acontece no silêncio”.

O Santo Padre sublinhou que “o que é realmente grande frequentemente passa despercebido e o silêncio aprazível se revela mais frutífero que a frenética agitação que caracteriza nossas cidades, mas que – com as devidas proporções – esta agitação já era vivida nas grandes cidades de então, como Jerusalém”.

Esta agitação, explicou o Papa, corresponde “àquele ativismo que nos impede de parar, estar tranquilos para escutar o silêncio no qual o Senhor nos deixa ouvir sua voz discreta”.

“Maria, no dia que recebeu o anúncio do Anjo, estava com uma atitude de recolhimento e ao mesmo tempo aberta à escuta de Deus. Nela não havia obstáculo algum, nada que a separasse de Deus”.

Bento XVI assinalou que “este é o significado do seu ser sem pecado original: sua relação com Deus está livre da mais mínima imperfeição, não há separação, não há sombra de egoísmo, mas sim uma sintonia perfeita: seu pequeno coração humano está perfeitamente ‘centrado’ no grande coração de Deus”.

“A voz de Deus não pode ser reconhecida no ruído e na agitação; seu desenho na nossa vida pessoal e social não se percebe ficando na superfície, mas indo a um nível mais profundo, onde as forças não são de índole econômica ou política, mas morais e espirituais. É ali, onde Maria nos convida a ir e a sintonizar com a ação de Deus”.

Papiro sobre “esposa de Jesus” não afeta o Cristianismo, destaca perito norte-americano

US Scholar Jesus Wife

Os meios de comunicação no Brasil e no mundo informaram sobre um papiro que faz referência a uma suposta “esposa de Jesus”, uma afirmação que segundo um destacado perito em Bíblia não afeta em nada o Cristianismo e a fé Católica, nem prova que Jesus esteve casado.
O texto em questão é um fragmento de um papiro escrito em idioma copto no Egito. O escrito tem 4,5 centímetros de altura por 9 centímetros de comprimento e contém as frases “Jesus lhes disse: ‘Minha esposa…” e na seguinte linha supostamente diz “ela poderá ser minha discípula”.

A origem do fragmento é desconhecida, mas foi examinado pela primeira vez em 1980. Parece ser do século IV, seu dono permanece anônimo e tenta vender sua coleção à Universidade de Harvard. A historiadora da Divinty School desta universidade norte-americana, Karen L. King, apresentou o papiro em Roma em um congresso internacional de estudos coptos.

Mark Giszczak, um perito biblista do Augustine Institute de Denver (Estados Unidos) comentou que este tipo de papiros que são usados para tentar gerar controvérsia sobre se Jesus esteve casado ou não “procuram na verdade reviver o fantasma do Código Da Vinci’, o romance de Dan Brown”.

Em declarações ao grupo ACI, o catedrático assinalou que o interesse neste tipo de fontes “nasce da obsessão de tentar ver Jesus como alguém que não foi especial, um simples professor humano em vez do próprio Filho de Deus”.

“Jesus, o Verbo encarnado, confronta cada nova geração com suas radicais afirmações sobre seu ser Deus e ter morrido pelo mundo. A história de sua vida não deve ser reescrita, e sim recebida e crida”, ressaltou.

Giszczak explicou ademais que a Igreja Católica desde seus tempos mais remotos jamais ensinou que Jesus esteve casado e que no Novo Testamento inteiro não se afirma uma só vez que Ele teve uma esposa.

“Um texto do século IV que afirma que Jesus disse ‘minha esposa’ não muda o que sabemos sobre Jesus no Novo Testamento. Ao contrário, isto nos mostra que alguns coptos do século IV acreditavam que Jesus esteve casado, uma crença que contradiz os Evangelhos”.

O perito ressaltou que o profeta Jeremias e judeus do século I praticaram o celibato, enquanto que próprio Jesus no capítulo 19 de Mateus alenta sua prática.

Outros peritos coptos também questionaram a autenticidade do fragmento, informou a agência Associated Press. Criticam sua aparência, a gramática, a falta de contexto e sua origem ambígua.

Em declarações ao jornal americano The New York Times, a própria pesquisadora Karen L. King advertiu que o papiro não deveria ser usado como “prova” de que Jesus esteve casado. Entretanto, esse mesmo jornal e outros meios afirmaram que a descoberta poderia “reavivar” o debate sobre se Ele realmente teve esposa ou se teve discípulas.

Mark Giszczak rechaçou esta perspectiva e explicou que o Novo Testamento mostra que Jesus teve seguidoras que estiveram com ele na crucificação, incluindo Santa Maria Madalena, mas não menciona nenhuma esposa.

Giszczak disse que as pessoas devem estar “alertas” ante estas novas descobertas e por isso “devem esperar que todos os fatos sejam esclarecidos”. Novos textos devem “ser examinados à luz do Novo Testamento e dos ensinamentos da Igreja”.

Documentos não canônicos sobre Jesus já foram fonte de sensacionalismo no passado.

Um investigação na National Geographic Society sobre o evangelho de Judas, um texto escrito no século II por uma seita gnóstica hereje, foi exibido no Domingo de Ramos de 2008.

O projeto afirmou que o texto mostrava Judas em uma perspectiva positiva, mas proeminentes estudiosos criticaram o documentário por promover uma tradução errônea, e acusaram a produção de exploração comercial e imperícia acadêmica.

Cartas de um demônio ao aprendiz

Meu Caro Vermebile,

Compreendo o que você diz sobre guiar o seu paciente em suas leituras e também fazer de tudo para que ele sempre tenha encontros com seu amigo materialista. Mas você não está sendo um pouquinho ingênuo nesta tarefa? Parece-me que você vê a argumentação como a melhor arma para mantê-lo afastado do Inimigo (Deus). Isso até seria aceitável, se seu paciente tivesse vivido alguns séculos atrás. Naquele tempo, os humanos sabiam muito bem quando algo havia sido provada ou não. Em caso afirmativo, os homens a aceitavam e mudavam sua maneira de agir e de pensar, somente seguindo uma corrente de raciocínio. No entanto, devido à imprensa semanal e a armas semelhantes, alteramos bastante este contexto.

Parta do princípio que seu paciente já se acostumou desde criança a ter uma dúzia de filosofias diferentes dançando em sua cabeça. Ele não usa o critério de “VERDADEIRO” ou “FALSO” para classificar cada doutrina que lhe apareça (seja do Inimigo ou nossa), e sim, ele verifica se a doutrina é “Acadêmica” ou “Prática”, “Antiquada” ou “Atual”, ” Aceitável” ou “Cruel”. O jargão, e não a argumentação lógica, é o seu melhor aliado para lhe afastar da Igreja. Não perca tempo tentando levá-lo a acreditar que o Materialismo seja verdadeiro (sabemos que não é). Faça-o pensar que ele é algo sólido, ou óbvio, ou audaz – enfim, que é a Filosofia do Futuro! Este é o tipo de coisas que lhe despertarão a atenção.

Percebo que você tem intenções produtivas, mas há um problema muito grande quando tentamos persuadir o paciente a passar para nosso lado pelo emprego de argumentos e lógica: isto conduz toda a luta para o campo do Inimigo (Deus), ele também sabe argumentar muito bem (e melhor do que nós). Por outro lado, no que diz respeito à propaganda prática (ainda que falsa) que lhe sugeri, Ele tem se mostrado por séculos bem inferior ao Nosso Pai lá de Baixo. Pela pura argumentação, você despertará o raciocínio do paciente; uma vez que a razão dele desperte, quem poderia prever o resultado?

Veja que perigo! Mesmo que uma cadeia de raciocínio lógico possa ser torcida de modo a nos favorecer, isso tende a acostumar o paciente ao hábito fatal de questionar as coisas, analisando as mesmas com visão geral, e desviando-se das experiências ditas “concretas”, que na verdade são apenas experiências sensíveis e imediatas. Sua maior ocupação deve ser portanto a de prender a atenção da vítima de modo a jamais se libertar da corrente do “Se eu vejo, creio!”. Ensine-o chamar esta corrente “Vida Real”, e jamais deixe-o perguntar a si próprio o que significa “Real”.

Lembre-se: ele não, como você, um espírito puro. Como você já mais foi humano (E abominável a vantagem do Inimigo neste ponto) você não percebe o quanto os humanos são escravizados à rotina. Certa vez, tive um paciente, ateu convicto, que costumava fazer pesquisas no Museu Britânico. Certo dia, enquanto ele lia, notei que em sua mente um pensamento tentava levá-lo para o caminho errado. Com efeito, o Inimigo ali estava ao seu lado, naquele momento. Em um piscar de olhos, vi o meu trabalho de vinte anos começando a desmoronar. Se tivesse entrado em pânico e tentado argumentar, eu estaria irremediavelmente perdido. Mas não fui tolo a esse ponto! Recordei da parte da vítima que mais estava sob meu controle e lembrei-lhe que estava na hora de almoçar. O Inimigo acho lhe fez uma contra-sugestão (você bem sabe como é difícil acompanhar aquilo que Ele lhes diz) de que a questão que lhe surgira na mente era mais importante do que o alimento. Penso ter sido essa a técnica do Inimigo porque quando lhe disse “Basta! Isto é algo muito importante para se meditar num final de manhã…”, vi que o paciente ficou satisfeito. Assim, arrisquei dizer: “E muito melhor se você voltar ao assunto depois do almoço e estudar o problema com cabeça mais fresca. Não havia acabado a frase e ele já estava no meio do caminho para a rua. Na rua, a batalha estava ganha. Mostrei-lhe um jornaleiro gritando “Olha o Jornal da Tarde”, e o Ônibus No.73 que ia passando, e antes que ele tivesse dado muitos passos, eu o tinha convencido de que sejam lá quais forem as idéias extraordinárias que possam vir à mente de alguém trancado com seus livros, basta uma dose de “Vida Real” (que ele entendia como o ônibus e o jornaleiro gritando) para persuadi-lo que “Aquilo Tudo” não podia ser verdade de jeito nenhum.

A vítima escapara por um fio, e anos mais tarde, gostava de se referir àquela ocasião como “senso inarticulado de realidade, que é o último salva-vidas contra as aberrações da simples lógica”. Hoje, ele está seguro, na Casa de Nosso Pai. Começa a perceber ? Graças a processos que ensinamos em séculos passados, os homens acham quase impossível crer em realidades que não lhes sejam familiares, se estão diante de seus olhos fatos mais ordinários. Insista pois em lhe mostrar o lado comum das coisas. Acima de tudo, não faça qualquer tentativa de usar a Ciência (digo, a verdadeira) como defesa contra o Cristianismo. Certamente, as Ciências o encorajariam a pensar em realidades que a visão e o tato não percebem. Tem havido tristes perdas para nós entre os cientistas da Física. Se a vítima teimar em mergulhar na Ciência, faça tudo que você puder para dirigi-la para estudos econômicos e sociais, acima de tudo, não deixe que ela abandone a indispensável “Vida Real”. Mas o ideal é não deixar que leia coisa alguma de Ciência alguma, e sim lhe dar a idéia de que já sabe de tudo e que tudo que ele assimila das conversas nas “rodinhas” são resultados das “descobertas mais recentes”. Não se esqueça que sua função é confundir a vítima. Pela maneira como alguns de vocês, diabos inexperientes falam, poderiam até pensar (que absurdo!) que nossa função fosse ensinar!

Afetuosamente, seu tio, Fitafuso.

LEWIS, C.S., Cartas de um diabo ao seu aprendiz. [Tradução revista por Silva Mendes] 1a. Edição. EUA. HARPERCOLLINS UK, 1990.

As doutrinas mutantes das Testemunhas de Jeová

Fonte: Apologistas Católicos

No presente artigo trataremos de como a seita das Testemunhas de Jeová ao longo de seus quase 2 séculos de existência, têm uma particularidade de possuir um conjunto de doutrinas com características mutantes a medida em que os anos vão se passando desde sua fundação em 1879.  Dada esta abordagem, apresentemos agora a transformação de algumas de suas teses contraditórias ao longo dos anos, recorrendo à sua própria história como movimento, à fontes históricas primárias (as Revistas Sentinelas), à suas próprias publicações e algumas imagens representativas.

Para uma melhor compreensão de que estamos querendo demonstrar, estão enumerados ordenadamente os temas mais polêmicos que são muito utilizados por seus pregadores.

1 – O Famoso Tema : “Jesus não morreu em uma cruz e sim em um madeiro”

– Nas páginas 204 e 205 do livro “O que realmente ensina a bíblia?”, a seita afirma o seguinte:

“Primeiramente, temos que levar em conta um fator fundamental: Jesus Cristo não morreu em uma Cruz. A Palavra Grega que se traduz “cruz” é staurus, que significa basicamente “poste ou estaca”. Além do que este termo grego “nunca significou  dois pedaços de madeira transversais em qualquer ângulo […]. No grego do [novo testamento] não há nada que se der a entender dois pedaços de madeira”… É a palavra grega Xýlon, a qual significa simplesmente “madeiro”  e “pedaço de pau ou  poste, ou árvore” (Atos 5, 30; 10, 39; 13, 29; Gálatas 3, 13; 1 Pedro 2, 24)… Não há evidencias que as pessoas que afirmavam ser Cristãos, nos primeiros 300 anos após a crucificação de Cristo,  utilizavam a cruz no culto. No entanto, no século IV, o imperador Constantino se converteu do paganismo a uma forma de cristianismo apóstata. A partir deste momento promoveu a cruz como símbolo de sua religião… a cruz não tem nada haver com Jesus Cristo. ”

Os membros da Torre de Vigia, quando se deparam com algum cristão, citam os vários textos bíblicos que relatam literalmente a palavra madeiro. Entre estes estão: Atos 5, 30; 10, 39; 13, 29; Gálatas 3, 13;  e 1 Pedro 2, 24. Nas ditas passagens, é verdade que  a palavra se traduz por “madeiro”, mas os escritos não querem relatar a forma do objeto e sim o material no qual Jesus foi crucificado. Vamos agora passo a passo desarticulando esta estapafúrdia idéia.

Jesus foi pregado com dois pregos na mão ou um só? Eles afirmam que há somente um  prego em ambos os pulsos no momento da Crucificação. Contradizendo isto a bíblia aponta que foram dois pregos, um em cada mão. Isto confirma se confirma de forma mais clara em João 20, 25 quando São Tomé fala em colocar os dedos nas mãos de Jesus e fala a respeito de dois pregos, um em cada mão. As Palavras gregas utilizadas neste texto são Tain Xepov que significam “suas mãos” e Ton Elon que significam “os pregos”, e no   “Tou elou” que significa  “o prego”. É impossível haver uma crucificação com  dois pregos nos pulsos e também não teria sentido algum.

 

Se olharmos atentamente para a imagem de baixo, vemos dois pregos sustentando cada uma das mãos separadamente. Isto é o que é relatado em João 20, 25 ao se referir a “os pregos”  nas “mãos”, um em cada, e não “um prego” em ambas as mãos. Estas imagens explicam bem as palavras gregas utilizada por São João, referente ao relato chamado “dúvida de São Tomé”. Além do que Mateus 27, 37 enfatiza que acima da cabeça de Jesus se encontrava um letreiro com a inscrição “o rei dos judeus” e não sobre suas mãos (veja a imagem acima).

 

Cristo morreu em uma cruz (intercessão de duas varas). A Palavra em latim é crux. Esta foi empregada pelos romanos para indicar a crucificação e não a execução em um poste vertical.

 

Em grego staurós significa literalmente “barra transversal” e por sua vez também é traduzida como cruz, como no inglês que a palavra “like” significa “gostar” e “como” no sentido de comparação.Staurós é utilizada  no contexto igualmente a palavra inglesa “like” para designar coisas diferentes,  em ambos os casos, é a mesma palavra com traduções diferentes. Em latim estaca ou poste se dizpalus ou adminiculum, equanto que os romanos ao se referirem ao “poste de tormento” utilizam, como descrito nos registros dos julgamento com sentença de morte, os termos de “Ad Palum, Alligare ou In Palum Figere”. Para eles crux é simplesmente uma cruz comum e simples e não um poste. Portanto, embora os romanos empalassem alguns, outros também eram crucificados em uma cruz. Pena que também aplicaram a Cristo.

A cruz romana era uma estrutura formada por duas peças: um poste chamado Stipites e uma barra transversal chamada Patibulum. Os pés do executado eram pregados no poste e os braços na barra transversal.

Assim se forma uma cruz.

Poste (Stipites)                                         (patibulum) União de duas partes: uma Cruz

A histórica tradição romana de humilhar alguém que iria ser crucificado tinha direta relação com opatibulum, o elemento de madeira, carregado pela mesma pessoa que ia ser executava até chegar ao lugar onde se encontrava o Stipites. Se cristo carregou a cruz, há duas opções: carregou somente, a barra transversal e foi pregado ali, até chegar onde estava o poste para posteriormente ser levantado com o fim de unir as peças e formar uma cruz, ou carregou a cruz completa sem divisão de partes: barra transversal e poste, já unidos.

Se Jesus carregou algo, são as peças separadas ou juntas, e definitivamente foi crucificado em uma cruz e não em um poste. Essa é a evidencia fundamental que nos aponta a Bíblia para dar-nos a conhecer o modo da execução mediante a crucificação.

Finalmente, vale frisar que Santo André Apóstolo foi crucificado na Grécia em uma cruz em forma de “X”. Esta era um staurós (poste) em forma de X, confirmando, uma cruz. Jesus e Santo André foram pregados em cruzes de diferentes formas e não em postes como afirma a seita. Também há  médicos estudiosos que enfatizam que se Jesus fosse “pendurado” como dizem os Testemunhas de Jeová, não poderia ter durado tanto tempo pregado e agonizando como afirma a bíblia. Teria tido uma asfixia de imediato, coisa que não acorreu.

A palavra “madeiro” aparece 4 vezes na bíblia em comparação a cruz que aparece mais de 20 vezes. No ano de 1937, os testemunhas de Jeová determinaram que Cristo morreu em um poste e não em uma cruz, distorcendo as formas gramaticais gregas para justificar suas teses. Lamentavelmente, a seita caiu serias contradições, por que eles mesmos usaram a cruz durante muito tempo. O atual argumento do poste é apenas para se considerarem exclusivos e contrariarem a Igreja Católica.

A doutrina inconsistência das Testemunhas de Jeová.

As testemunhas de Jeová estão contradizendo seu próprio fundador, condenando a cruz,  considerando ela um símbolo pagão e relacionando-a com forças diabólicas.

 

No livro das Testemunhas de Jeová chamado “O Plano divino das eras”, se utilizou a cruz. Também a cruz se encontrava presente na capa de suas bíblias até 1930.

Constantino foi quem impôs a cruz no século IV? Isto é mentira. Séculos antes do nascimento deste imperador, a igreja primitiva utilizou a cruz e seu sinal nas bênçãos.

Vamos as seguintes fontes históricas:

1 – São João Apóstolo antes de sua morte fez uma cruz sobre sua cabeça com a mão. São João morreu naturalmente na cidade de Éfeso, no terceiro ano do reinado de Trajano, por volta do ano cem da era cristã, quando tinha a idade de noventa e quatro anos, de acordo com São Epifanio.

2- Tertuliano por volta do ano 200 afirmou, mais de 100 anos antes de Constantino chegar ao trono imperial, a importância da cruz na vida dos cristão.

3-  Nas cartas de Santo Afri é relatado que por volta do ano 300 um pagão se dirigiu a São Narciso de Gerona e a seu diácono São Félix, mártires executados durante a perseguição do imperador Diocleciano: “Sei que são Cristãos e que com freqüência fazem o sinal da Cruz em sua fronte”.

Diocleciano foi um imperador que governou o império romano anos antes de Constantino, na época já se encontrávamos a presença do sinal da cruz. Diante dessas evidências históricas, a Watchtower e seus membros apenas negam, exatamente como aqueles negam eventos como o Holocausto, o genocídio nazista da Ucrânia e a existência de presos desaparecidos.

2- As falsas conclusões a respeito dos final dos tempos e a posterior negação.

-Nas páginas 73 à 85 do Livro “O que a bíblia realmente ensina?” A seita afirma duas coisas. Em primeiro lugar, enfatiza que há duas ressurreições: uma celestial e outra na terrena, e, em segundo lugar, que no ano de 1914 Jesus foi coroado e passou governar  de forma invisível do céu.

Ponto um: Não há duas ressurreições, é somente uma. A ressurreição do último dia se dará para todos igualmente, sejam salvos ou condenados (Jo 5, 28-29; Daniel 12, 2).

Para os católicos há uma primeira ressurreição que é o batismo (Rm 6, 1-11; Ap 20, 5) onde “somo sepultamos e morremos” da nossa vida de pecados e entramos na Graça da Santa Igreja.  Na epistola de Barnabé, escrita pelo ano de 70, se utiliza batismo como sepultamento e ressurreição. A seita interpreta esta primeira ressurreição como se fosse o ultimo dia, mas São Paulo em Romanos diz exatamente o contrário.

Ponto dois: De onde tiraram que Jesus governa invisivelmente desde 1914? Isto vem de um Batista chamado Willian Miller que realizou alguns cálculos falhos sobre o dia que ocorreria a Segunda Vinda de Cristo ao mundo. Como não aconteceu nada do previsto, Miller se arrependeu e morreu como batista. Mas foram as Testemunhas de Jeová  que retomaram seus postulados,  para adaptar-los a fim de validar suas opiniões teológicas sobre o assunto. Cabe frisar que a Bíblia jamais fala do ano 1914, literalmente, como se aproveitam as seitas quando lhes é conveniente, mas diz que “Toda a autoridade foi me dada no céu e na terra” (Mt 28, 18) e também disse que o Reino de Deus já está entre nós (Lc 17, 20-21) e não que Jesus haveria de esperar até 1914.

O que pensavam as Testemunhas de Jeová em 1914? Observaram num determinado momento iria acontecer o Fim dos Tempos. Como o predito Fim nunca chegou mudaram suas interpretações. Como sabemos que eles contradisseram estas coisas? Vejamos o que a Torre de Vigia firmou em suas propagandas:

A Torre de vigia, 1 de março de 1923, Página 67. “Em 1874 foi começado o reinado do Senhor.”

A Torre de vigia, 1 de Janeiro de 1924. “Jesus está reinando desde 1874.” (Depois afirmaram que isto ocorreu em 1914).

1914: Charles T. Russel, Fundador da Seita, disse que em 1914 o mundo ia acabar. Neste ano começou a 1ª Guerra Mundial e do mundo não acabou.

No Livro “O tempo está próximo” de 1908, nas páginas 76 e 78, Russel, líder da seita, afirma: “neste capítulo se apresentam as provas bíblicas demonstrando que é  chegada a plenitude dos gentios, ou seja, o final completo do domínio e ocupação, no ano de 1914;” e que “nesta data ocorrerá a desintegração do governo dos homens imperfeitos… isto é demonstrado nas escrituras… Jesus estabelecerá sobre as ruínas o seu reino terrestre.”  Chegou a data tão esperada e absolutamente nada aconteceu.

No Livro “Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão” Página 97. José Rutheford, segundo líder da seita depois da mostre de Russel, afirma: Moisés, Abraão e outros profetas iam ressuscitar e que o fim do mundo iria chegar em 1925. Chegou este ano e nada da dita ressurreição acontecer.

No Livro “Vida eterna na liberdade dos filhos de Deus” (1966), páginas 29 e 30 disse: Os 6 mil anos da criação do homem terminará em 1975”. Chegou a data e nada absolutamente aconteceu.

O que fazem as Testemunhas de Jeová quando alguém lhes mostra estas coisas? Eles negam. Felizmente, todos estes arquivos estão disponíveis nas bibliotecas nacionais nos respectivos países, onde existem copias do original. Lá estão as provas. Em Mateus 24, 36 Cristo afirma que ninguém sabe o dia e a hora do Fim.

3- Sobre a Transfusão de Sangue.

-Nas páginas 129 à 133 do Livro “O que realmente ensina a bíblia?”, a seita disse que não é permitido fazer transfusão de sangue e citam Genesis 1, 29; 9, 3; Lv 17, 13-14; At 15, 28, entre outros. O erro está em que os Testemunhas de Jeová confundem,  da mesma forma que outras seitas protestantes, que a obra da salvação está dividida em duas Alianças: A Antiga Aliança, realizada com o povo de Deus que são os Judeus, e a Nova Aliança Eterna, que corresponde ao novo povo de Deus encarnado através da Igreja.

A seita toma citações de coisas estabelecidas sobre a Antiga Aliança, como o tema do sangue de animais e outros. Por que não se circundam se está na bíblia em Gn 17, 1-14? Está na Bíblia! Como eles diriam quando querem justificar suas doutrinas erradas.

Na página 132, do livro mostrado, se afirma que a “a Lei mosaica mostrou com claridade qual é o único uso apropriado do sangue” A lei mosaica não se aplica aos cristãos, mas sim a lei de Cristo (Jo 15, 12-14). Além de tudo, São Paulo afirma constantemente que as “obras da lei judaica” já não servem de nada (Gl 2, 16). As obras em Cristo são válidas para os Cristãos, mas não as obras da lei. Estas foram a “sombra do que havia de vir” (Cl 2, 16-17). Os Cristão não tem que obedecer a lei mosaica, mas sim a lei de Cristo.

O que pensaram os Testemunhas de Jeová sobre as transfusões de sangue em seu passado o qual a seita oculta?

Foi em 1952 que o ex-presidente das Testemunhas de Jeová, Natham H. Knorr, decretou que as transfusões de sangue não eram corretas. O Fundador da seita não acreditava nesta doutrina por que morreu décadas antes. O que está acontecendo com a seita? Eis a questão.

4- Quando as Testemunhas de Jeová celebravam o Natal.

– As Testemunhas de Jeová afirmam que não se deve celebrar a festa de Natal, cuja a origem seria pagã e diabólica. O que acontecia com a seita alguns anos atrás? Celebrava o Natal.

Charles T. Russel, o fundador da seita, celebrou o Natal com os Testemunhas de Jeová. Aqui apresentamos o convite de 1916 no qual as Testemunhas de Jeová desejam um feliz Natal. (Note que a assinatura vem do criador da seita).

Sentinela de 15 de fevereiro de 1919, Número 23, paginas 63 e 93.

“Nosso irmãos… lhes desejamos um feliz Natal… e muitos presentes.”

Foto das Testemunhas de Jeová celebrando o Natal em 1926.


Na Torre de Vigia, 1 de Dezembro de 1904, página 364, a seita declarou que o Natal era um grande evento para os cristãos e que era necessário considerar esta festa como o aniversário de Jesus. Depois, como temos visto de forma constante neste escrito, mudaram sua doutrina dizendo na Watchtower, 15 de dezembro de 1983. Página, que o Natal é um “horror” e que está celebração provém do próprio Satanás. Por isso hoje a seita não celebra o Natal.

O criador da seita celebrou o Natal e quarenta anos depois o contradizem? Falsos irmãos profetas.

Neste trabalho apresentamos as principais contradições doutrinárias que as Testemunhas de Jeová possuem. Temas como o Natal ou que “Jesus não morreu na cruz” não faziam parte de suas abordagens por anos. Basta olhar para a evidência histórica para perceber que são um grupo vivem em contradições, cujas doutrinas são parte de uma dinâmica “causa-erro-negação”. A única coisa lamentável é que quando alguém levanta esses presentes argumentos, eles simplesmente negam seu passado sendo que as fontes históricas estão ali, deixando de lado o estudo,  o debate e a honestidade intelectual.

Pergunto, Napoleão cruzou os Alpes ou não? E só vê os escritos da época para descobrir.

Nota


Morasso, Andrés. Apologética Católica: ¿Sabías que los Testigos de Jehová celebraban la Navidad? La secta antes de la década de 1970Disponível em:< http://apologeticacatolica.org/Protestantismo/Sectas/Sectas41.html >, desde 21/05/2011; Tradução:Rafael Rodrigues De Carvalho Severo

Pra Citar:

Morasso, Andrés. Apologistas Católicos: As doutrina mutantes das Testemunhas de Jeová.Disponível em: < http://apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/protestantismo/495-as-doutrinas-mutantes-das-testemunhas-de-jeova >, desde 31/12/2011; Tradução: Rafael rodrigues de Carvalho Severo.

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