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O Católico deve fazer Boas-Obras para salvar-se?

Nossos irmãos Protestantes frequentemente interpretam mal o ensinamento Católico sobre a Salvação, acreditando que os Católicos devem  fazer  “boas obras” para chegarem a Deus e ao Céu. Isto, na verdade, é exatamente o oposto do que ensina a Igreja Católica. O Concílio de Trento salienta:

801. O Apóstolo diz que o homem é justificado pela fé e sem merecimento (Rom 3, 22. 24). Estas palavras devem ser entendidas tais como sempre   concordemente a Igreja Católica as manteve e explicou. “Nós somos   justificados pela fé”: assim dizemos, porque “a fé é o princípio da   salvação humana”4,o fundamento e a raiz de toda justificação, sem a qual é impossível agradar a Deus (Heb   11, 6) e alcançar a companhia de seus filhos. Assim, pois, se diz que   somos justificados gratuitamente, porque nada do que precede à   justificação, nem a fé, nem as obras, merece a graça da justificação.   Porque se ela é graça, já não procede das obras; do contrário a graça, como diz o Apóstolo, já não seria graça (Rom 11, 6).

O entendimento Evangélico apresenta dois problemas ligados ao mesmo tópico: 1- A definição apropriada de boas-obras. 2- O  entendimento de “Mérito da Salvação”, de acordo com o ensinamento do Catecismo da Santa Igreja,  é geralmente distorcido pelos Evangélicos e,  na verdade,  não representa o que a Igreja ensina.

I- Os Evangélicos costumam argumentar contra as “boas-obras” e se baseiam nos escritos de S. Paulo, em sua carta aos Romanos, para sustentação desse ponto de vista:

“Poderemos nós então gabarmo-nos de ter feito alguma coisa para ganhar essa salvação? Com certeza que não. E porquê? Porque a nossa absolvição não se baseia nas nossas obras, mas na fé nele.”(Rm 3:28-29)

O problema com essa abordagem é que muitos protestantes parecem não levarem em consideração o verdadeiro significado do termo Obras da Lei  tal e qual definido por S. Paulo. De fato, de modo algum São Paulo contradiz o ensinamento católico. A noção Católica de boas-obras, na verdade, sai diretamente das Sagradas Escrituras pois ela não poderia contrariar a palavra de Deus contida, por exemplo, na Carta aos Romanos. Para o entendimento de Obras da Lei e boas obras, re-direciono o leitor ao artigo “Católicos são justificados pela fé, não pela fé somente!”

II- O segundo problema do Evangélico é justamente interpretar mal os documentos da Igreja, alguns chegando até mesmo a usá-los como suporte para seu argumento. Eis dois exemplos:

§2010 – Sob a moção do Espírito Santo e da caridade, podemos, depois, merecer para nós mesmos e para outros, as graças úteis para a santificação e para o aumento da graça e da caridade, bem como para a obtenção da vida eterna.

§ 2068 […] a missão de ensinar todas as nações e de pregar o Evangelho a toda a criatura, para que todos os homens se salvem pela fé, pelo Baptismo e pelo cumprimento dos mandamentos» (18).

Nunca,  na história de sua tradição dogmática, a Igreja Católica ensinou que o Cristão pode ganhar sua salvação,  ganhar o céu, ou o que for por seus próprios méritos …  Ou seja, nosso Paraíso, nossa Salvação, tudo o que Deus nos oferece nos é dado por Sua Graça e não por conta de nossos méritos. A Igreja afirma ainda que fé em Jesus e Naquele que O enviou é necessária para obter-se a Salvação, que é  um dom oferecido gratuitamente por Deus.

A palavra merecer – da raiz mérito – no parágrafo  §2010 do Catecismo trata, na verdade, com a noção de Mérito condigno e não Mérito Estrito. A Igreja Católica ensina que somente Cristo é capaz de merecer, enquanto meros homens não podem (Catecismo da Igreja Católica 2007). O único mérito humano é o Mérito Condigno,  quando sob o impulso da graça de Deus, ele pratica quaisquer actos que agradam a Deus, pelos quais ele prometeu nos recompensar (Rom. 2:6-11, Gal. 6:6-10). Assim, a graça de Deus e sua promessa formam a base para todo o mérito humano (CCC 2008).  Os parágrafos do catecismo citados acima tratam de mérito condigno e re-afirmam aquilo ensinado na Bíblia e no Concilio de Trento: O dom da Salvação provém de Deus e nos é dado por sua benevolência e não pelo nossos méritos.

Então por que praticar Boas-Obras?

1- Porque elas são agradáveis aos olhos de Deus. Cristo nos disse que aquilo que fizermos ao mais pequeninos de Seu rebanho, fazemos à ele ( Mateus 25, 40).

2- Porque devemos amar-nos uns aos outros. Fazer o bem é pôr o amor cristão em prática e não somente em palavras.

3- A Bíblia diz-nos que cada um será recompensado por sua obras (Rom. 2:6–11;  Gal. 6:6–10).

O post acima foi originalmente produzido por H. Walker para o Blog Ecclesia Militans

Saiba o como provar a doutrina do Purgatório a um Cristão Evangélico

Saiba o como provar a doutrina do Purgatório a um Cristão Evangélico A palavra purgatório não é mencionada na Bíblia, da mesma forma que termos como ‘encarnação’, ‘Santíssima Trindade’ ou até mesmo a palavra Bíblia, não aparecem nas Escrituras. Isso, no entanto, não é motivo para negarmos a existência de um “lugar de purgação”, o qual de fato é mencionado na Bíblia.

Há várias passagens que nos indicam a existência desse tal lugar de purificação, mas vamos dar uma olhada em 1 Coríntios 3:12-15, que ao contrário de outras referências bíblicas sobre o purgatório, não pode ser refutada por protestantes evangélicos. Vamos analisar um trecho da versão O Livro, uma popular tradução da Bíblia protestante.

12 E, se alguém sobre este fundamento levanta um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, 13 a obra de cada um se manifestará; pois aquele dia a demonstrará, porque será revelada no fogo, e o fogo testará qual seja a obra de cada um. 14 Se permanecer a obra que alguém sobre ela edificou, esse receberá *galardão. ( s.m. *Recompensa ou prêmio por serviços valiosos prestados. Honra, glória) 15 Se a obra de alguém se queimar, ele sofrerá prejuízo; mas o tal será salvo todavia como que pelo fogo.

Quando lemos essa passagem no contexto do capítulo 3, vamos notar que São Paulo se dirige a uma porção da Igreja de Cristo. Ele repreende os fiéis coríntios sobre suas ações pecaminosas, tais como divisões e ciúme, etc. No capítulo 3, São Paulo não só afirma que nossas obras são recompensadas, mas ele também lida com a qualidade das obras do homem, pelas quais cada um de nós seremos recompensados ou punidos.

O que planta ou o que rega são iguais; cada um receberá a sua recompensa, segundo o seu trabalho. 1 Cor3: 8

Se analisarmos o versículo 15 do mesmo capítulo, temos um exemplo de uma pessoa cujas obras já foram julgadas e queimadas, portanto ela “sofrerá prejuízo”, mas será finalmente salva pelo fogo. A fim de esclarecer o que isso significa, precisamos definir o que “sofrer prejuízo” representa. A expressão “sofrer prejuízo” provém de uma forma da palavra grega Zemio. Lembre-se que o grego é o idioma original dos textos bíblicos. Outras formas dessa mesma palavra grega também aparecem no Antigo Testamento com o significado de “castigo” [Exodus 21:21, Provérbios 17:26 e 19:19, etc ..]. Isso significa que Zemio foi traduzido em 1 Cor 3:15 como “sofrer prejuízo”, mas também quer dizer punição ou castigo. Portanto, a passagem 1 Cor3:12-15 nos dá uma descrição clara do Purgatório, pois é a isso que São Paulo se refere.

São Paulo faz uma analogia sobre a qualidade dos nossos trabalhos usando materiais como ouro, prata, pedras preciosas para representar uma adesão mais perfeita ao Evangelho de Cristo, e madeira, palha e restolho, que serão queimados e, pelos quais o homem “sofrerá prejuízo” ou “punição” mas no fim ele, o homem, será salvo, todavia como que pelo fogo.

Assim, em 1 Coríntios 3:12, a madeira, feno e palha (que são queimados) significam as obras de um homem que morreu em estado de justificação e foi perdoado de qualquer pecado mortal que ele possa ter cometido. Ele é, portanto, salvo, mesmo  que não tenha feito reparação por todos seus pecados cometidos depois do batismo.

O senhor se irritou e mandou entregar aquele servo aos carrascos, ATÉ QUE PAGASSE toda a sua dívida. É ASSIM que o meu Pai que está nos céus FARÁ convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão.” Mateus 18: 34-35

Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto ele caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. Em verdade, te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo. Mateus 5:25-26

Ou seja, em ambas passagens vemos uma referência implícita ao lugar de expiação o qual a Igreja chama Purgatório. Enquanto estamos à caminho do tribunal, uma alusão ao julgamento individual depois da morte, somos obrigados a nos reconciliar, pois adversário ( Satanás, o acusador) nos condenará diante do Juiz (Cristo Nosso Senhor) que por sua vez nos fará justiça, e seremos jogados na prisão (purgatório), até que nossas dívidas (cada pecado cometido e não expiado) sejam pagas. Essas passagens são referências ao purgatório e não ao inferno, como alguns alegam, pois  afirmam que uma vez que as dívidas são pagas, o devedor ( pecador) sairá da prisão. Como sabemos, uma vez condenado, ninguém sai do inferno. Enquanto as almas do purgatório, uma vez purificadas, ascendem ao céu.

A Posição da Igreja

Neste contexto se encaixa perfeitamente a doutrina católica sobre o Purgatório. O Concílio Católico de Lyon II, definiu Purgatório da seguinte forma:

Papa Gregório X – Concílio de Lyon II, 1274:

“Porque se eles morrem na caridade verdadeiramente arrependidos antes que eles tenham feito satisfação através de dignos frutos de penitência pelos pecados cometidos e omitidos, suas almas são purificadas depois da morte por punições purgatóriais ou depurantes…” (Denzinger 464)

Um grande exemplo de um homem que foi perdoado de seus pecados graves, mas não fez reparação por eles, é encontrado no caso de Davi. Em 2 Samuel 11 (2 Reis 11 na Douay-Rheims Bíblia católica), lemos que o Rei Davi cometeu adultério com Bate-Seba. David também mandou matar o marido de Bate-Seba. Estes são os pecados mortais. Se Davi tivesse morrido naquele estado, ele teria ido para o inferno, pois 1 Coríntios 6:9 nos mostra que nenhum adúltero ou assassinos entrarão no céu. Mas Davi se arrependeu do seus pecados, quando condenados por Natã, em 2 Samuel 12.

2 Samuel 12:13 – “E disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. E disse Natã a Davi, o Senhor perdoou de teu pecado, não morrerás.

O Senhor levou o pecado de Davi, e Natã, o disse que não iria morrer. ‘Morrer’ nesse contexto significa que ele não iria morrer eternamente, ou seja, perecer no inferno. A culpa do pecado foi perdoada porque Davi se arrependeu verdadeiramente e se transformou a partir dai. Mas isso significa que tudo foi acertado? Não, pois plena satisfação por seu pecado mortal não tinham sido feitas. Lemos em 2 Samuel 12:14-15 que Davi teve de sofrer a perda de seu próprio filho para fazer satisfação por seu pecado, um pecado que já havia sido perdoado.

2 Samuel 12:14-15 “… Todavia, como desprezaste o Senhor com essa ação, morrerá o filho que te nasceu. E Natã voltou para sua casa. O Senhor feriu o menino que a mulher de Urias tinha dado a Davi, e ele adoeceu gravemente.”

Isto fornece prova inegável de que a culpa de um pecado de um crente pode ser perdoada sem que a completa punição seja levada  apenas pelo arrependimento. O Concílio de Trento colocou a questão desta forma:

Papa Júlio III,

Concílio de Trento, sobre o Sacramento da Penitência, Sess. 14, cap. 8, 25 de novembro de 1551 – “… é absolutamente falsa e contrária à Palavra de Deus que a culpa [do pecado] nunca é perdoada pelo Senhor, sem que a devida punição também receba remissão. Pois exemplos claros e ilustres encontram-se nos Escritos Sagrados [cf. Gênesis 3:16 f; Num. 12:14; Nm 20:11; II Reis 12:13 ss; etc].” (Denzinger 904).

Há várias referências à existência do purgatório no Antigo Testamento, bem como outras referências no Novo Testamento, mas, como visto em 1 Coríntios 3:12-15, o conceito de Purgatório é ensinado nas Escrituras e foi aceito pelos primeiros cristãos. Mas por que os antigos cristãos acreditam no purgatório e até oravam para os mortos? Faziam-no, obviamente, porque não se trata de uma doutrina inventada pelos homens, mas de uma noção claramente ensinada nas Escrituras, e também porque esse ensinamento fazia parte da tradição recebida dos Apóstolos.

Por Ellen Cristine Walker – Pertencente ao Apostolado Paraclitus e Criadora do Blog Igreja Militans

Bento XVI: junto a Jesus, todos os desafios são possíveis

Papa Bento XVI VATICANO, 07 Mai. 12 / 11:45 am (ACI/EWTN Noticias)

Nesta manhã, em suas palavras prévias à oração do Regina Caeli, o Papa Bento XVI recordou que unidos a Jesus, todos os desafios são possíveis, porque quem lhe segue e cultiva sua fé, colhe grandes frutos espirituais na vinha do Senhor.

Ante os milhares de fiéis reunidos, apesar da chuva na Praça de São Pedro, Bento XVI explicou que “É indispensável permanecer sempre unidos a Jesus, depender Dele, porque sem Ele não podemos fazer nada”.

Neste sentido, o Santo Padre recordou uma carta escrita a João o Profeta, que viveu no deserto de Gaza durante o século V. “Um fiel faz a seguinte pergunta: Como é possível ter, ao mesmo tempo, a liberdade do homem e o não poder fazer nada sem Deus? E o monaco respondeu: Se o homem inclina seu coração para o bem e pede ajuda a Deus, recebe a força necessária para cumprir a própria obra. Por isso, a liberdade do homem e a potência de Deus caminham juntas”.

“Isso é possível porque o bem vem do Senhor, mas ele é cumprido graças aos seus fiéis”, assinalou o Papa.

“Queridos amigos, cada um de nós é como um ramo, que vive somente se cresce cada dia, na oração, na participação dos Sacramentos e na caridade”.

Ao explicar o Evangelho de hoje, Bento XVI recordou um dos ensinamentos de Jesus a seus discípulos, “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor”.

“Muitas vezes, na Bíblia, Israel é comparada com a fecunda vinha quando é fiel a Deus; mas, afasta-se Dele, torna-se estéril, incapaz de produzir aquele ‘vinho que alegra o coração do homem’”, indicou.

Bento XVI sublinhou que “quem ama Jesus, videira verdadeira, produz frutos de fé para uma colheita espiritual abundante. Suplicamos a Mãe de Deus para que permaneçamos firmemente implantados em Jesus e cada ação nossa tenha Nele o seu início e Nele o seu cumprimento”.

“Senhor Jesus… sem Ti não podemos fazer nada. Tu, de fato, és o verdadeiro jardineiro, criador, cultivador e guardião de seu jardim, que planta com Tua palavra, irriga com Teu espírito, faz crescer com Tua potência”, disse o Santo Padre, recordando as palavras do Beato cisterciense Guerrico de Igny.

O Papa assinalou que “A verdadeira vinha de Deus, a videira verdadeira, é Jesus, que com Seu sacrifício de amor nos doa a salvação, nos abre o caminho para ser parte desta vinha. E como Cristo permanece no amor de Deus Pai, assim, os discípulos, cuidadosamente podados pela palavra do Mestre são unidos de modo profundo a Ele, tornando-se ramos fecundos, que produzem abundante colheita”.

Bento XVI recordou que São Francisco de Sales escreveu que “O ramo unido e em conjunto com o tronco porta fruto não por virtude própria, mas em virtude da estirpe: agora, fomos unidos pela caridade ao nosso Redentor”.

Através do Batismo, indicou o Papa, “a Igreja nos envolve como ramos no mistério pascal de Jesus, em sua própria pessoa. Desta raiz recebemos a seiva preciosa para participar na vida divina”.

“Com a ajuda dos Pastores da Igreja, crescemos na vinha do Senhor ligado pelo Seu amor. Se o fruto que devemos produzir é amor, uma condição prévia é precisamente este ‘permanecer’, que tem que ver profundamente com a fé que não se afasta do Senhor”.

Em sua saudação aos peregrinos de língua espanhola, o Santo Padre ressaltou a formosa imagem da vinha e os ramos do Evangelho, “com a qual se manifesta como a união com Cristo é a fonte de vida e nos leva a dar muito fruto”.

Alguns mitos sobre as Cruzadas

Fonte: Apostolado Spíritus Paraclitus

Alguns mitos sobre as Cruzadas Por Thomas F. Madden

Muitas pessoas, no Oriente e no Ocidente, consideram as Cruzadas uma mancha negra na História da Civilização Ocidental em geral, e da Igreja Católica em particular. Citadas por ambas as partes no conflito entre os Estados Unidos e os terroristas árabes, as Cruzadas voltaram aos noticiários, aos filmes e às séries de televisão. Propalam-se velhos mitos e reacendem-se discussões. Um bom exame da História das Cruzadas é, portanto, indispensável

O Presidente George W. Bush foi infeliz quando chamou a guerra contra o terrorismo de “Cruzada”, tendo recebido inúmeras críticas por empregar uma palavra que seria tão ferina e ofensiva para com os muçulmanos de todo o mundo. No entanto, os próprios árabes também fazem uso desse termo. Osama bin Laden e o Mullah Omar com freqüência chamaram os norte-americanos de “cruzados”, e qualificaram os atuais conflitos como uma “Cruzada contra o Islã”. De fato, as Cruzadas estão bem presentes na memória do mundo muçulmano.

O Ocidente, por sua vez, também não esqueceu as Cruzadas. Qualquer um que queira intimidar os católicos não demorará a jogar-lhes no rosto as Cruzadas e a Inquisição. As Cruzadas são com freqüência apresentadas como um exemplo clássico do mal que pode ser feito por uma religião organizada. O homem médio, tanto no Cairo como em Nova York, tende a concordar com a idéia de que as Cruzadas foram um ataque não-provocado, cínico e insidioso, promovido por fanáticos contra o pacífico, próspero e sofisticado mundo muçulmano da época.

Isso não foi sempre assim. Na Idade Média, não havia cristão na Europa que não tivesse certeza de que as Cruzadas eram sumamente boas e justas. Os próprios muçulmanos respeitavam os ideais das Cruzadas e a nobreza dos homens que nelas lutavam.

As coisas começaram a mudar com a Reforma Protestante. Para Martinho Lutero – que já havia rejeitado a autoridade do Papa e a doutrina sobre as indulgências – as Cruzadas não passavam de manobras de um papado sedento de poder. Chegava a afirmar que lutar contra os muçulmanos equivalia a lutar contra o próprio Cristo, pois Ele tinha enviado os turcos para punir a Cristandade pelos seus pecados. Quando o sultão Suleiman o Magnífico (1495?-1566) começou a invadir a Áustria com os exércitos otomanos, Lutero mudou de opinião sobre a necessidade de lutar, mas manteve-se firme em suas críticas às Cruzadas.

Ao longo dos duzentos anos seguintes, as pessoas tendiam a ver as Cruzadas com olhos confessionais: os protestantes lançavam-lhes vitupérios e os católicos, elogios. Quanto a Suleiman e seus sucessores, ambos concordavam: queriam livrar-se dele.

A atual visão a respeito das Cruzadas nasceu do Iluminismo do século XVIII. Muitos dos então chamados “filósofos”, como Voltaire, pensavam que a Cristandade medieval fora apenas uma vil superstição. Para eles as Cruzadas foram uma migração de bárbaros devida ao fanatismo, à ganância e à luxúria. A partir desse momento, a versão iluminista sobre as Cruzadas entrou e saiu de moda algumas vezes. As Cruzadas receberam boa imprensa e foram consideradas como guerras de nobreza (mas não de religião) durante o Romantismo e até o início do século XX. Depois da Segunda Guerra, contudo, a opinião geral voltou-se decisivamente contra as Cruzadas. Na esteira de Hitler, Mussolini e Stalin, os historiadores concluíram que a guerra por motivos ideológicos – seja qual for a ideologia em questão – é abominável.

Esse sentimento de aversão foi resumido por Steven Runciman nos três volumes do seu livro A History of the Crusades (Uma História das Cruzadas, 1951-1954). Para Runciman, as Cruzadas foram atos de intolerância moralmente repugnantes praticados em nome de Deus. Os homens medievais que brandiam a cruz e marchavam rumo ao Oriente Médio eram ou perversos cínicos, ou avarentos vorazes, ou crédulos ingênuos. Esse livro, aliás literariamente bem escrito, tornou-se logo o padrão: com esse único golpe, Runciman conseguiu definir a moderna visão popular sobre as Cruzadas.

A partir de 1970, as Cruzadas receberam a atenção de centenas de pesquisadores, que as esquadrinharam meticulosamente. Como resultado, sabemos hoje muito mais a respeito das guerras santas da Cristandade do que jamais soubemos. Contudo, os frutos de décadas de pesquisa histórica só lentamente vão penetrando nas mentes do grande público. Isso se deve em parte aos próprios historiadores profissionais, sempre propensos a publicar estudos que pela sua própria natureza exigem uma linguagem muito técnica, de difícil compreensão para quem não é especialista. Contribui também para essa situação a clara relutância das elites contemporâneas em abandonar a visão “runcimaniana” das Cruzadas. Sendo assim, os livros populares sobre o tema – livros que as pessoas continuam querendo ler, apesar de tudo – tendem a repetir a conversa de Runciman.

O mesmo vale para as outras mídias, como o cinema e a televisão. Um exemplo é o documentário As Cruzadas, uma produção da BBC/AE de 1995, estrelada por Terry Jones. Para dar um certo ar de autoridade ao que mostravam, os produtores intercalaram as cenas com entrevistas a importantes historiadores das Cruzadas, que expressavam suas opiniões sobre cada evento retratado. O problema é que os historiadores de hoje discordam das idéias de Runciman. Mas os produtores não se importaram com isso: simplesmente editaram as gravações das entrevistas, selecionando fragmentos e seqüências que, uma vez montados, davam a impressão de que os historiadores concordavam com Runciman. Um deles, o Dr. Jonathan Riley-Smith, veio dizer-me depois, num tom irado: “Eles me mostraram dizendo coisas nas quais eu não acredito!”

Mas afinal, qual é a verdadeira história das Cruzadas? Como o leitor pode imaginar, trata se de uma longa história. Mas existem muitos bons historiadores que ao longo dos últimos vinte anos vêm colocando as coisas no seu devido lugar. Por agora, tendo em vista o bombardeio que as Cruzadas vêm recebendo atualmente, o melhor será esclarecer justamente o que as Cruzadas não foram. Enumeramos a seguir alguns dos mitos mais comuns, dizendo por que eles são falsos.

Mito nº 1: As Cruzadas foram guerras contra um pacífico mundo muçulmano que nada fizera contra o Ocidente.

Não há nada de mais falso. Desde os tempos de Maomé, os muçulmanos lançaram-se à conquista do mundo cristão. E fizeram um ótimo trabalho: após poucos séculos de incessantes conquistas, os exércitos muçulmanos tomaram todo o norte da África, o Oriente Médio, a Ásia Menor e a maior parte da Península Ibérica. Em outras palavras: ao findar o século XI, as forças islâmicas já haviam capturado dois terços do mundo cristão. A Palestina, terra de Jesus Cristo; o Egito, berço do monaquismo cristão; a Ásia Menor, onde São Paulo estabeleceu as primeiras comunidades cristãs. Não conquistaram a periferia da Cristandade, mas o seu núcleo. E os impérios muçulmanos não pararam por aí: continuaram pressionando pelo leste em direção a Constantinopla, até que finalmente a tomaram e invadiram a própria Europa.

Se uma agressão não-provocada existiu, foi a muçulmana. Chegou-se a um ponto em que só restava à Cristandade defender-se ou simplesmente sucumbir à conquista muçulmana. A Primeira Cruzada foi convocada pelo Papa Urbano II em 1095 para atender aos apelos urgentes do Imperador bizantino de Constantinopla, Aleixo I Comneno (1081-1118). Urbano convocou os cavaleiros cristãos para irem em socorro dos seus irmãos do Leste. Foi uma obra de misericórdia: livrar os cristãos do Oriente de seus conquistadores muçulmanos. Em outras palavras, as Cruzadas foram desde o início uma guerra defensiva. Toda a história das Cruzadas do Ocidente foi a história de uma resposta à agressão muçulmana.

Se Cristo é o nosso Rei, o amor vence o ódio

Durante a Audiência Geral o Papa meditou sobre o Salmo 109

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 16 de novembro de 2011(ZENIT.org) – Na Audiência Geral de hoje, a reflexão do papa Bento XVI olha para a iminente solenidade de Cristo Rei, que será celebrada no próximo domingo.

O Salmo meditado durante a Audiência é de fato o 109 segunda a tradição greco-latina (110 segundo a tradição hebraica): a oração nele incluída no se referia à entronização de um rei davídico, mas com o Novo Testamento esta se torna “celebração do Messias vitorioso, glorificado a direita de Deus”.

O primeiro versículo declama: “Assenta-te à minha direita, até que eu faça de teus inimigos o escabelo de teus pés.” (Sal 109,1). Esta entronização é relacionada, como profecia messiânica nos evangelhos (cfr Mat 22,41-45; Mar 12,35-37;Luc 20, 41-44) que falam da realeza de Jesus Cristo, como descendente de Davi.

O rei divino, entretanto, deve obedecer ao Senhor que o entrega o cetro. Ele é agora empossado de “uma responsabilidade que deve viver na dependência e na obediência, tornando-se um sinal, dentro do povo, da presença potente e providente de Deus”, comentou o Santo Padre.

“O domínio sobre os inimigos -prosseguiu o Pontífice- a glória e a vitória são dons recebidos, que fazem do soberano um mediador do triunfo divino sobre o mal; Ele domina sobre os inimigos, transformando-os, vence com seu amor”.

No versículo 4, o salmista proclama:”O Senhor está à sua direita!”. Quase uma inversão de papéis que, na verdade, indica a proteção que Deus reserva ao soberano no momento da batalha.

É somente quando o Senhor está ao seu lado que o rei pode combater o mal e vencê-lo. “Diz-nos : sim, no mundo há tanto mal, existe uma batalha permanente entre o bem e o mal e parece que o mal é mais forte – acrescentou o Papa – Não! Mais forte é o Senhor, o nosso verdadeiro Rei e sacerdote, Cristo, porque combate com a força de Deus e apesar de todas as coisas que nos fazem duvidar sobre o êxito da história, vence Cristo, vence o bem, vence o amor, não o ódio”.

O conteúdo messiânico do Salmo 109, como recordou Bento XVI, é evidenciado também por Santo Agostinho que escreve: “Era necessário conhecer o filho unigênito de Deus, que estava por vir entre os homens, para assumir o homem e se tornar homem através da natureza assumida: ele seria morto, ressuscitado, elevado ao céu, assentaria à direita do Pai e cumpriria entre as nações aquilo que havia prometido”.

O Salmo meditado hoje, nos ajuda, portanto a “olhar Cristo para compreender o sentido da verdadeira realeza, de viver no serviço e na doação de si, em um caminho de obediência e de amor levado até o fim” (cfr Joa13,1 e 19,30)”.

“Rezando com este Salmo, peçamos então ao Senhor para nos conduzir pelo seu caminho, no seguimento a Cristo, o rei Messias, dispostos a subir com Ele o monte da cruz para alcançar com Ele a glória, e contemplá-lo sentado à direita do Pai, rei vitorioso e sacerdote misericordioso que doa perdão e salvação à todos os homens”, acrescentou o Papa.

O Santo Padre concluiu a própria catequese convidando “a rezar mais com os Salmos, talvez criando o hábito de utilizar a Liturgia das Horas, as Laudes pela manhã, as Vésperas à tarde e as Completas antes de dormir. O nosso relacionamento com Deus só pode ser enriquecido no caminhar diário em sua direção e realizado com mais alegria e confiança”.

Tradução: Maria Emília Marega

A importância de escutar a voz do Senhor

Fonte: Encontro com o Bispo

A voz de Deus é a voz do melhor dos pais, é sempre caminho certo de felicidade para seus filhos. Do escutar e seguir essa voz,depende todo o bem-estar humano: paz, alegria, amor, tranquilidade, verdadeiro progresso social, encontro da Verdade! A Palavra de Deus deste Domingo é particularmente importante. Por isso o refrão do Salmo Responsorial nos recomenda: «Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações».

Na primeira leitura, através do Profeta Ezequiel o Senhor nos diz que devemos ser como sentinelas perante nossos irmãos, para os avisar dos possíveis perigos, que podem correr. Não podemos ficar indiferentes perante o mal. Esta atenção é de tal forma importante, que, se não a cumprirmos, diz-nos o Senhor, ficaremos responsáveis pelas desgraças terrenas e eternas dos outros «Eu pedir-te-ei contas da sua morte».

São infelizmente muitos os desvios doutrinais e morais que tão descarada e levianamente se divulgam, ao ponto de serem apresentados, por vezes, quase como virtudes. Perante tal descalabro ninguém poderá ficar indiferente. Os mandamentos do Senhor, que são sempre caminhos de felicidade, não mudaram. É urgente anunciar as leis santas do matrimônio, a fidelidade e castidade conjugal, a virgindade até ao casamento e denunciar os enganos que são os divórcios, a aberração das «uniões de fato» e «casamentos» homossexuais, o crime hediondo do aborto, o uso e divulgação dos mais variados anticonceptivos, mesmo junto da juventude a pretexto de uma educação sexual que, em tais circunstâncias, não existe; a pouca generosidade na aceitação dos filhos, a falta de uma educação integral de tantas crianças, o pouco e por vezes nenhum amor que se dá aos filhos, a leviandade no vestir com modas indecorosas, os namoros transformados em “ficar”, onde reina o puro abuso de um pelo outro, a literatura e filmes imorais, a tão pouca atenção dada aos verdadeiros valores, as injustiças sociais por parte de patrões e operários, tanto tempo perdido, quando o Senhor, que tudo possui, não nos engana e é nosso Amigo, nos manda «procurar em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua justiça, que tudo o mais nos será dado por acréscimo», etc.

«A caridade é o pleno cumprimento da lei», nos lembra S. Paulo na segunda Leitura da Missa de hoje. Se não podemos ficar indiferentes perante os muitos caminhos errados que os nossos irmãos podem correr, também é certo que toda a nossa ação apostólica deverá ser exercida com muita caridade, persistência, coragem e compreensão. Sempre sem juízos precipitados. Nunca temos direito de julgar seja quem for. Os desvios por outros praticados, também poderiam ser nossos, se não tivéssemos recebido as graças que Deus, na Sua Bondade infinita, nos concedeu. Só Ele nos poderá verdadeiramente julgar.

Foi com muita bondade que Jesus falou com a Samaritana, com Zaqueu, com a mulher adúltera e tantos outros pecadores. Ele mesmo nos apresenta no Evangelho de hoje os cuidados que devemos ter nesta abordagem: primeiro falar a sós com o irmão, depois, se o primeiro encontro não resultar, levar outro para ajudar, no diálogo, e só finalmente o comunicar à Igreja.

Todos estes passos devem ser precedidos de muita oração. À oração nos convida também Jesus na parte final do Evangelho de hoje «se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedido por meu Pai que está nos Céus. Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles». Verdadeiramente a crise do mundo «é crise de santos», isto é, de quem se sacrifique e ore por si pelos outros.

Como é rica e particularmente importante a Palavra do Senhor deste Domingo! Vamos guardá-la e transformá-la em vida. Temos, com certeza, muitos irmãos que esperam, sem saber, a nossa ajuda amiga, para a descoberta do verdadeiro sentido de suas vidas. «Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações».

No pão de Cristo está presente o amor de Deus pela humanidade, afirma Bento XVI

No pão de Cristo está presente o amor de Deus pela humanidade, afirma Bento XVI CASTEL GANDOLFO, 31 Jul. 11 / 12:24 pm (ACI)

Diante dos fiéis e peregrinos que se reuniram este meio-dia (hora local), para rezar a oração do ângelus em Castel Gandolfo, Bento XVI comentou sobre o Evangelho deste domingo que narra a multiplicação dos pães. Segundo Bento XVI nesta passagem o Senhor nos oferece “um exemplo eloquente da sua paixão para com a humanidade” e um gesto “que nos leva a pensar na Eucaristia“.

“O Evangelho deste domingo descreve o milagre da multiplicação dos pães, milagre este que Jesus realiza para uma multidão de pessoas que o seguiram para escutá-lo e para serem curados de várias doenças”, afirmou Bento XVI ao introduzir a oração mariana.

O Santo Padre comentou que neste trecho do Evangelho “os discípulos sugerem a Jesus que deixe a multidão para que possa descansar. Mas o Senhor tem em mente outra coisa: Dai-lhes vós de comer”.
Os apóstolos, porém, “não tinham nada além de “cinco pães e dois peixes””, ressaltou.

“Jesus então realiza um gesto que nos faz pensar no Sacramento da Eucaristia: “Ele levantou os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos e à multidão””, destaca o Papa Bento.

“O milagre consiste na divisão fraterna de poucos pães que, confiados a potência de Deus, não só alimentaram a todos, como sobraram, até a encheram doze cestos. O Senhor chama os discípulos para distribuir o pão para a multidão; dessa forma ensina-los e prepara-los para futura missão apostólica: deverão de fato levar a todos o alimento da Palavra de vida e dos Sacramentos”.

Neste milagre, continuou, “se entrelaçam a encarnação de Deus e Sua obra da redenção. Jesus, de fato, sai da barca para encontrar-se com os homens”.

“O Senhor nos oferece aqui um exemplo eloquente da sua paixão para com a humanidade”, ressaltou Bento XVI.

“Isto faz-nos pensar em tantos irmãos e irmãs que nestes dias, Somália [África], sofrem as dramáticas consequências da carência, agravadas pela guerra e pela falta de instituições sólidas. Cristo está atento à necessidade material, mas quer dar mais, porque o homem está sempre afamado de algo mais, tem necessidade de mais alguma coisa”, asseverou o Santo Padre citando o primeiro volume de sua obra ‘Jesus de Nazaré’.

“No pão de Cristo está presente o amor de Deus. No encontro com Ele alimentamo-nos, por assim dizer, do próprio Deus vivo, comemos verdadeiramente o pão do céu”, sublinhou.

Ao concluir seu discurso Bento XVI recordou a sua exortação apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis afirmando que “na Eucaristia, Jesus faz de nós testemunhas da compaixão de Deus por cada irmão e irmã. Nasce assim, em torno do mistério eucarístico, o serviço da caridade para com o próximo”.

Finalmente, recordando a Santo Ignácio de Loyola, cuja memória litúrgica se celebra este 31 de julho, o Papa afirmou que este santo espanhol passou a vida “procurando Deus em todas as coisas, amando-o em todas as criaturas”.

“Confiemos à Virgem Maria a nossa oração, para que abra o nosso coração à compaixão para com o próximo e à partilha fraterna”, concluiu o Sumo Pontífice.

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