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Informar ou desinformar sobre a religião

Pontos obscuros e cobertura tendenciosa da mídia

Por Pe. John Flynn, L.C.

ROMA, terça-feira, 13 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- A exatidão e a objetividade são características que costumam faltar na cobertura que os meios de comunicação fazem das Igrejas e da religião em geral. Um exemplo foi um recente artigo da Newsweek sobre o casamento do mesmo sexo.

A revista publicava uma reportagem de capa de Lisa Miller em seu número de 15 de dezembro, em que se afirmava que não podemos tomar a Bíblia como uma fonte confiável sobre como deveria ser o matrimônio. Miller também afirmava que nem a Bíblia nem Jesus definiam explicitamente o matrimônio como a união entre um homem e uma mulher.

O artigo de Miller recebeu muitas críticas por suas citações seletivas de passagens bíblicas e por ignorar simplesmente muito do que as Escrituras dizem sobre o matrimônio. A própria Newsweek reconheceu que suas opiniões atraíram milhares de e-mails com críticas.

A ignorância exibida no artigo da Newsweek não é um caso isolado. No dia 15 de dezembro, o defensor do leitor do periódico Guardian teve de admitir que haviam confundido a Imaculada Conceição de Maria com o nascimento virginal de Jesus em um artigo publicado nada menos que no dia da Imaculada Conceição.

O editor também admitia que, como afirmava um sacerdote que lhes escreveu, este é um erro frequente. De fato, o Guardian teve de publicar retificações sobre este tema em sete ocasiões durante os últimos dez anos.

Outro erro chamativo foi cometido no dia 7 de julho, desta vez por FoxNews, quando informava que Webster Cook, estudante na Universidade Central da Flórida, levou escondido uma hóstia consagrada de uma Missa. O jornalista indicou erroneamente que os católicos crêem que a hóstia «simboliza o corpo de Cristo».

Os comentaristas apontaram rapidamente que a Igreja Católica não crê que a Eucaristia seja um mero símbolo, mas que é o verdadeiro Corpo de Cristo. FoxNews corrigiu o texto, mas inclusive assim a seguinte versão, ainda que reconhece que os católicos creem que seja o Corpo de Cristo, afirma que isto ocorre quando a hóstia é «abençoada», no lugar do termo correto, «consagrada».

Analfabetismo religioso

Tentar compreender por que muitos meios de comunicação equivocam-se com tanta frequencia com a religião é o objetivo de uma série de ensaios recentemente publicados: «Blind Spot: When Journalists Don’t Get Religion” (Ângulo cego: quando os jornalistas não acertam com a religião) (Oxford University Press).

Editado por Paul Marshall, Lela Gilbert e Roberta Green Ahmanson, o prólogo do livro começa observando que muitos jornalistas são simplesmente analfabetos quando se trata de saber o que a Bíblia contém. Infelizmente, comenta o prólogo, um jornalista com tendências laicistas simplesmente perderá muitos dos mais importantes acontecimentos e tendências de nosso tempo.

Em sua contribuição, Allen D. Hertzke, professor de ciências políticas da Universidade de Oklahoma, acusava a maior parte da imprensa de perder um dos maiores desenvolvimentos da política exterior dos últimos tempos.

Hertzke explicava que um novo movimento de direitos humanos surgiu em meados dos anos noventa para defender a liberdade religiosa e os direitos humanos. O Congresso dos Estados Unidos aprovou uma importante legislação, que incluía a Lei de Liberdade Religiosa Internacional de 1998.

Levou a cabo um profundo estudo da cobertura da mídia durante os anos em que se aprovaram as principais leis e concluiu que o papel da aliança de grupos religiosos que foi a principal força do processo foi com frequencia mal entendida.

O professor observava, por exemplo, que o New York Times costumava simplesmente caracterizar o impulso legislativo como uma causa da «Direita Cristã», ignorando assim o papel de toda a diversidade de grupos que vão desde os judeus aos budistas tibetanos.

Assim, acrescentava Hertzke, a campanha contra o tráfico de mulheres e de crianças para exploração sexual é outra área onde os grupos religiosos tiveram um papel pioneiro, esquecido com frequencia pela mídia.

Informando sobre o Papa

A escritora e jornalista católica Amy Welborn dedica um capítulo do livro à cobertura da mídia ao papado. Ela reflete sobre a cobertura da morte de João Paulo II, a eleição de Bento XVI e os primeiros anos do pontificado deste último.

Muitas vezes, comenta Welborn, a cobertura da mídia se vê desqualificada por seus defeitos, primeiro, a falta de conhecimento do tema; segundo, confiar em método de informação que marca os acontecimentos em linguagem de categorias políticas contemporâneas.

Um perfil de João Paulo II publicado após sua morte pelo Boston Globe descrevia seu magistério como «autoritário e disciplinador». Muitos dos jornalistas, observava Welborn, apresentavam João Paulo II como «conservador» e ignoravam, por exemplo, suas contribuições pioneiras em áreas como a teologia do corpo.

Quanto à eleição de Bento XVI, Welborn observava que com muita frequencia a mídia caracterizou o novo Papa como intransigente e disciplinador. Apenas com o tempo, os meios laicos conseguiram apresentar uma imagem mais completa.

Welborn reconhecia que informar sobre a Igreja Católica é todo um desafio, dada a profundidade e complexidade histórica do tema em questão. E indicava que aprofundar seu conhecimento da Igreja seria um passo adiante para os jornalistas que cobrem o catolicismo. Isso não significa perder objetividade, mas informar sobre os acontecimentos em seu contexto apropriado. Também seria dar outro passo adiante resistir à tentação de apresentar cada informação relacionada com o Vaticano como uma batalha entre «conservadores e liberais».

Ignorância

Terry Mattingly, repórter e diretor do Washington Journalism Center no Council for Christian Colleges, escrevia sobre o tema de levar a religião à salas de redação.

Também comentava a assombrosa ignorância de alguns dos repórteres que cobrem religião. Mattingly observava que não podia imaginar que erros básicos como os cometidos em informações sobre temas religiosos se pudessem permitir em outras áreas, como a polític.

Entre os exemplos dados por Mattingly estavam informações que podiam inclusive não descrever perfeitamente os nomes das Igrejas ou das denominações, etiquetando os diferentes grupos de cristãos como «fundamentalistas» e mal interpretando completamente a terminologia religiosa.

Este não é um problema religioso, sustenta Mattingly, mas jornalístico, devido a que as mesas de redação carecem de ouvidos quando se trata de religião –escutando as palavras mas sem compreender a música.

Mattingly cita um caso dos editores do Washington Post de 1994, quando puseram um anúncio para um repórter de religião. O candidato «ideal», dizia, «não é necessariamente religioso nem especialista em religião».

É certo, reconhece, que um repórter que cobre religião não deve ser escolhido baseando-se em suas crenças religiosas, mas para ser um bom repórter profissional necessita-se conhecer o tema a tratar.

Mattingly recomenda algumas coisas que podem ser feitas para melhorar a cobertura da religião. As sugestões vão desde que os editores assegurem que os repórteres recebam uma melhor preparação à necessidade de mais diversidade em termos de procedência e crenças de quem trabalha nas mesas de redação.

«É preciso evitar que os meios de comunicação se tornem o megafone do materialismo econômico e do relativismo ético, verdadeiras pragas do nosso tempo», escrevia Bento XVI em sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado em maio passado.

«Pelo contrário, eles podem e devem contribuir para dar a conhecer a verdade sobre o homem, defendendo-a face àqueles que tendem a negá-la ou a destruí-la», animava o Papa. Uma parte essencial da comunicação desta verdade é informar corretamente sobre os fatos básicos da religião e da Igreja.

Líder anglicano converte-se ao catolicismo

Fonte: http://www.doutrinacatolica.com/

O líder anglicano Edward Norman, chanceler da catedral de York (Inglaterra) e renomado historiador eclesiástico, anunciou sua conversão ao catolicismo, no livro Dificuldades anglicanas: um novo guia de erros. Nele, Norman escreve que no anglicanismo “a covardia moral habitual é apresentada como sendo um juízo sábio, e a ambigüidade na formulação dos compromissos é uma segunda natureza para os líderes”. Norman declarou ao “Daily Telegraph” de Londres: “Não acredito que [a anglicana] seja realmente uma igreja”.

Norman havia aprovado a ordenação de sacerdotisas, mas agora manifesta-se contrário a essa medida. Ele se baseia “na evidência”: “De início as sacerdotisas foram apresentadas como um enriquecimento do sacerdócio. Esse enriquecimento nunca aconteceu”. Elogiou a “sabedoria de Nosso Senhor, que confiou o sacerdócio ao homem”.

Critérios para determinar se um grupo é uma seita perigosa

A proliferação de seitas na América Latina incrementou-se nos últimos anos. Muitas das seitas têm uma origem religiosa gerando confusão e polêmica entre os fiéis para distinguir corretamente se um determinado grupo mantém-se fiel aos ensinamentos do Evangelho e da Igreja ou se pelo contrário distorcem estes ensinamentos e constróem sua própria verdade. Aqui seguem alguns critérios.

  • O grupo é autoritário em sua estrutura de poder. O líder tem a autoridade suprema. Ele ou ela pode delegar certos poderes em uns poucos subordinados com o propósito de que os membros se adiram aos desejos e ordens do líder. Não há apelação possível fora de seu sistema a outros sistemas de justiça que estejam acima. Por exemplo, se um professor de escola se sente injustamente tratado pelo diretor do colégio, pode se queixar, mas em uma seita o líder sempre tem a última palavra (e única) em todos os assuntos.
  • Os líderes sectários tendem a ser carismáticos, decididos e dominantes. Eles persuadem seus seguidores a abandonar suas famílias, trabalhos e amizades para seguí-los. O grupo, e não o indivíduo, controla as propriedades de seus seguidores, seu dinheiro, e suas vidas.
  • Os líderes sectários são messias autoproclamados que presumem ter uma missão especial na vida.
  • O líder sectário centra a veneração de seus adeptos sobre si mesmo. Sacerdotes, rabinos, ministros, líderes democráticos e de movimentos realmente altruístas dirigem a veneração de seus seguidores para Deus, princípios abstratos, ou o bem comum. Os líderes sectários, ao contrário, propõem a si mesmos como o objetivo do amor, devoção e adesão de seus seguidores.
  • A seita tende a ser totalitária no controle do comportamento de seus membros. As seitas costumam ditar com grande detalhe como devem vestir-se seus membros, o que comer, quando e onde trabalhar, dormir, tomar banho, assim como o que devem crer, pensar e dizer.
  • A seita costuma ter uma dupla moral. Por um lado os membros devem ser abertos e honestos com o grupo, e confessar tudo a seus líderes. Por outro, são animados a mentir e manipular aos não-membros. As religiões estabelecidas ensinam seus membros a ser honestos com todo o mundo, e reger-se por uma só moral.
  • A seita tem dois objetivos básicos; recrutar novos membros e conseguir dinheiro. As religiões estabelecidas e movimentos altruístas podem também recrutar e conseguir dinheiro, mas seu único objetivo não é seu próprio crescimento mas melhorar as vidas de seus membros e semelhantes. As seitas podem presumir-se de fazer contribuições sociais, mas em realidade ficam apenas na presunção, ou em meros gestos. Seus objetivos sempre estarão encaminhados ao recrutamento e fazer dinheiro.
  • A seita aparenta ser inovadora e exclusiva. O líder afirma romper com a tradição, oferecendo algo novo, e instituindo o único sistema viável de mudança que solucionará os problemas da vida ou do mundo. Enquanto afirma isto, veladamente utiliza a coerção psicológica sobre seus membros para inibir sua capacidade de examinar a validade das presunções do líder e sua seita.

Mais critérios

Este critério define outros elementos comuns dos sistemas de coerção psicológica. Baseado no modelo de Robert Jay Lifton, consta de oito pontos de reforma do pensamento tal como se usa em uma organização sectária. São os seguintes:

1. CONTROLE DO MEIO
Limitação de todas ou algumas das formas de comunicação com aqueles ao grupo. Livros, revistas, cartas e visitas aos amigos são tabu. “Vem e isole-se”

2. MANIPULAÇÂO MÍSTICA
Converso potencial ao grupo chega a ser convencido além da dúvida do elevado propósito, do destino especial do grupo, através de um profundo encontro/experiência. Por exemplo, através de um suposto milagre ou palavra profética daqueles no grupo.

3. DEMANDA DE PUREZA
Um objetivo explícito do grupo é produzir certa forma de mudança, seja de forma global ou pessoal. “A perfeição só será possível se permanecer no grupo e entregar-se a ele”

4. CULTO DE CONFISSÃO
A pouco saudável pratica de expor-se aos membros do grupo, freqüentemente no contexto de uma reunião pública, admitindo pecados passados e imperfeições, inclusive dúvidas sobre o grupo e pensamentos críticos sobre a integridade dos líderes.

5. CIÊNCIA SAGRADA
A perspectiva do grupo é a verdade absoluta e completamente capaz de explicar TUDO. A doutrina não está sujeita a melhoras ou críticas. A conformidade ABSOLUTA com a doutrina é necessária.

6. CARGA DA LINGUAGEM
Um novo vocabulário emerge no contexto do grupo. Os adeptos ‘pensam’ em parâmetros estreitos e muito abstratos, próprios da doutrina do grupo. A terminologia previne suficientemente o pensamento crítico reforçando uma mentalidade em ‘branco e preto’. Os clichês e respostas preparadas introduzem preconceitos mentais.

7. DOUTRINA SOBRE A PESSOA
A experiência prévia ao grupo e dentro do grupo é interpretada de forma rígida e decisiva por meio da doutrina absoluta, inclusive quando a experiência contradiz a doutrina.

8. DISPENSA DA EXISTÊNCIA
A salvação só é possível dentro do grupo. Aqueles que o abandonem estão condenados.

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