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Árvore de Natal é sinal da luz de Deus que ilumina as trevas, diz o Papa

VATICANO, 14 Dez. 12 / 04:18 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Bento XVIexplicou nesta manhã que a Árvore de Natal, cujas luzes se acendem hoje na Praça de São Pedro, é um sinal da luz de Deus que ilumina a todos os homens em meio das trevas e das dificuldades.

Em seu discurso à delegação da região italiana de Molise, da qual procede este ano o abeto colocado em São Pedro, o Papa exortou a viver “com serenidade e intensidade o Natal do Senhor. Ele, segundo o célebre oráculo do profeta Isaías, apareceu como uma grande luz para o povo que caminhava nas trevas”.

Bento XVI recordou que “Deus se fez homem e veio entre nós, para dissipar as trevas do erro e do pecado, trazendo à humanidade a sua luz divina”.

“Esta luz altíssima, da qual a árvore natalina é sinal e lembrança, não só não perdeu intensidade com o passar dos séculos, mas também continua resplandecendo sobre nós e iluminado a todos os que vêm ao mundo, especialmente quando temos que passar por momentos de incerteza e dificuldade. Jesus mesmo dirá de si: ‘Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida’”.

O Papa recordou logo que “quando nas diversas épocas se tentou apagar a luz de Deus para acender fogos ilusórios e enganosos, começaram períodos marcados por trágicas violências sobre o ser humano. Isto porque, quando se tenta apagar o nome de Deus das páginas da história, o resultado é que se escrevem linhas tortas, nas que até as palavras mais belas e nobres perdem seu verdadeiro significado”.

“Pensemos em palavras como ‘liberdade’, ‘bem comum’, ‘justiça’ que desenraizadas de Deus e do seu amor, no Deus que nos mostrou seu rosto em Jesus Cristo, estas realidades muitas vezes ficam à mercê dos interesses humanos, perdendo seu vínculo com as exigências da verdade e da responsabilidade civil”.

Depois de agradecer à delegação pelo abeto branco e pelos outros menores destinados ao palácio apostólico e a diversos lugares do Vaticano, o Santo Padre assinalou que “esta árvore de Natal manifesta a fé e a religiosidade dos habitantes de Molise, que ao longo dos séculos preservou um importante tesouro espiritual expresso na cultura, na arte e nas tradições locais”.

“É tarefa de cada um de vós e de seus conterrâneos recorrer constantemente este patrimônio e incrementá-lo, para poder enfrentar os novos desafios sociais e culturais no curso da consolidada e fecunda fidelidade ao Cristianismo”.

Para concluir o Papa disse: “queridos amigos, agradeço-vos novamente de coração pelo gesto que realizastes. Vossa árvore e o Ano da Fé: que o Senhor recompense vosso presente, fortalecendo a vossa fé e a de vossa comunidade!”.

“Eu peço por intercessão da Virgem Maria, aquela que foi a primeira a acolher e seguir o Verbo de Deus feito homem, e de coração concedo a todos vós e às vossas famílias a Bênção Apostólica”, finalizou.

Faleceu Bernard Nathanson, outrora chamado “o rei do aborto” que se converteu em líder pró-vida

NOVA IORQUE, 23 Fev. 11 / 10:55 am (ACI)

Bernard Nathanson, o célebre médico que se converteu em um incansável líder pró-vida após realizar 75 mil abortos, faleceu esta segunda-feira 21 de fevereiro em Nova Iorque vítima de câncer.

Nathanson, de 84 anos de idade, foi um dos mais ativos promotores da legalização do aborto nos Estados Unidos e um dos fundadores da Liga de Ação Nacional pelo Direito ao Aborto em 1969 e praticava tantos abortos por dia que seus colegas o batizaram como “o rei do aborto”.

No final da década de 70 graças ao uso da ultra-sonografia se convenceu de que o aborto era o assassinato de um ser humano e começou seu caminho de conversão.

Em 1984 obteve que um amigo médico gravasse o ultra-som de um aborto e a partir desse material realizou o hoje famoso documentário “O grito silencioso” que revela a verdade sobre esta prática anti-vida e assegura que não há justificação alguma para assassinar um não-nascido.

Nathanson, que admitiu ter feito o aborto de um filho seu, atravessou um longo e intenso caminho espiritual no qual deixou de considerar-se um “judeu ateu” para abraçar a fé católica.

Recebeu os sacramentos de iniciação cristã em dezembro de 1996 em uma cerimônia presidida pelo falecido Arcebispo de Nova Iorque, Cardeal John O’Connor.

“Durante dez anos, passei por um período de transição. Senti que o peso de meus abortos se fazia mais oneroso e persistente, pois despertava cada dia às quatro ou cinco da manhã, olhando à escuridão e esperando (mas sem rezar ainda) que se acendesse uma mensagem declarando-me inocente diante de um jurado invisível”, afirmou Nathanson em uma entrevista.

Sua amizade com o sacerdote católico, o Padre John C. McCloskey, permitiu-lhe descobrir que permanecer no agnosticismo, conduzia-o ao abismo e encontrou na fé católica o consolo que procurou por tanto tempo.

A Exaltação da Santa Cruz

Fr. Raniero Cantalamessa, ofmcap

Atualmente a cruz já não se apresenta aos fiéis em seu aspecto de sofrimento, de dura necessidade da vida ou inclusive como um caminho para seguir a Cristo, mas em seu aspecto glorioso, como motivo de honra, não de pranto. Antes de tudo, digamos algo sobre a origem desta festa. Ela recorda dois acontecimentos distantes no tempo. O primeiro é a inauguração, por parte do imperador Constantino, de duas basílicas, uma no Gólgota, outra no sepulcro de Cristo, no ano 325. O outro acontecimento, no século VII, é a vitória cristã contra os persas, que levou à recuperação das relíquias da cruz e sua devolução triunfal a Jerusalém. Contudo, com o passar do tempo, a festa adquiriu um significado autônomo. Converteu-se em uma celebração gloriosa do mistério da cruz, que, sendo instrumento de ignomínia e de suplício, Cristo transformou em instrumento de salvação.

As leituras refletem esta perspectiva. A segunda leitura volta a propor o célebre hino da Carta aos Filipenses, onde se contempla a cruz como o motivo da maior «exaltação» de Cristo: «aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor». Também o Evangelho fala da cruz como do momento no qual «o Filho do homem foi levantado para que todo o que creia tenha por Ele vida eterna».

Houve, na história, dois modos fundamentais de representar a cruz e o crucifixo. Os chamamos, por comodidade, de o modo antigo e o moderno. O modo antigo, que se pode admirar nos mosaicos das antigas basílicas e nos crucifixos da arte romântica, é glorioso, festivo, cheio de majestade. A cruz, frequentemente sozinha, sem crucifixo, aparece projetada em um céu estrelado, e sob ela a inscrição: «Salvação do mundo, salus mundi», como em um célebre mosaico de Ravena.

Nos crucifixos de madeira da arte românica, este tipo de representação se expressa no Cristo que reina com vestes reais e sacerdotais a partir da cruz, com os olhos abertos, o olhar para a frente, sem sombra de sofrimento, mas radiante de majestade e vitória, já não coroado de espinhos, mas de pedras preciosas. É a tradução do versículo do salmo: «Deus reinou do madeiro» (regnavit a ligno Deus). Jesus falava de sua cruz nestes mesmos termos: como o momento de sua «exaltação»: «E quando eu for levantado da terra, atrairei todos para mim» (Jo 12, 32).

A forma moderna começa com a arte gótica e se acentua cada vez mais, até converter-se no modo ordinário de representar o crucifixo. Um exemplo é a crucifixão de Matthias Grunewald no altar de Isenheim. As mãos de os pés se retorcem como arbustos ao redor dos cravos, a cabeça agoniza sob um feixe de espinhos, o corpo coberto de chagas. Igualmente, os crucifixos de Velázquez e de Dali e de muitos outros pertencem a este tipo.

Os dois modos evidenciam um aspecto verdadeiro do mistério. A forma moderna-dramática, realista, pungente – representa a cruz vista, por assim dizer, por diante, «de cara», em sua crua realidade, no momento em que se morre nela. A cruz como símbolo do mal, do sofrimento do mundo e da tremenda realidade da morte. A cruz se representa aqui «em suas causas», isto é, naquilo que, habitualmente, a ocasiona: o ódio, a maldade, a injustiça, o pecado.

O mundo antigo evidenciava não as causas, mas os efeitos da cruz; não aquilo que produz a cruz, mas o que é produzido pela cruz: reconciliação, paz, glória, segurança, vida eterna. A cruz que Paulo define como «glória» ou «honra» do crente. A festividade de 14 de setembro chama-se «exaltação» da cruz porque celebra precisamente este aspecto «exaltante» da cruz.

Deve-se unir à forma moderna de considerar a cruz, a antiga: redescobrir a cruz gloriosa. Se no momento em que se experimentava a provação, podia ser útil pensar em Jesus cravado na cruz entre dores e espasmos, porque isto fazia que o sentíssemos próximo a nossa dor, agora há que pensar na cruz de outro modo. Explico com um exemplo. Perdemos recentemente uma pessoa querida, talvez depois de meses de grande sofrimento. Pois bem: não há que continuar pensando nela como estava em seu leito, em tal circunstância, em tal outra, a que ponto se havia reduzido no final, o que fazia, o que dizia, talvez torturando a mente e o coração, alimentando inúteis sentimentos de culpa. Tudo isto terminou, já não existe, é irreal; atuando assim não fazemos mais que prolongar o sofrimento e conservá-la artificialmente com vida.

Há mães (não digo para julgá-las, mas para ajudá-las) que depois de terem acompanhado durante anos um filho em seu calvário, quando o Senhor o chama para Si, rechaçam viver de outra forma. Em casa, tudo deve permanecer como estava no momento da morte do filho; tudo deve falar dele; visitas contínuas ao cemitério. Se há outras crianças na família, devem adaptar-se a viver também neste clima permeado de morte, com grave dano psicológico. Estas pessoas são as que mais necessitam descobrir o sentido da festa de 14 de setembro: a exaltação da cruz. Já não és tu que leva a cruz, mas a cruz que te leva; a cruz que não te arrebata, mas que te ergue.

Há que pensar na pessoa querida como é agora que “tudo terminou”. Assim faziam com Jesus os artistas antigos. Contemplavam-no como é agora, como está: ressuscitado, glorioso, feliz, sereno, sentado no trono de Deus, com o Pai que “enxugou toda lágrima de seus olhos” e lhe deu “todo poder nos céus e na terra”. Já não entre os espasmos da agonia e da morte.

Não digo que se possa sempre dominar o próprio coração e impedir que sangue com a recordação do sucedido, mas há que procurar que impere a consideração de fé. Senão, para que serve a fé?

[Traduzido por Zenit]

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