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Pedro, a Rocha. (Parte I)

Fonte: Apologistas Católicos

Esta é mais uma matéria sobre Pedro. É com “grande freqüência” que estou postando sobre esse assunto, porque estou fazendo uma série de textos e colocando aos poucos devido a falta de tempo para fazer uma maior.

Já foram postadas:

Pedro realmente esteve em Roma?

Pedro era um simples Presbítero?

Pedro foi bispo de Roma! Testemunhos Primitivos.

E agora esta aqui, fundamentando Pedro como a Rocha de Mateus 16, 18, onde vamos analisar 3 fontes: Idiomática e Bíblica (juntas) e Patrística na Parte II.

Um aviso aos neófitos protestantes. Se quiserem se meter a refutar esta matéria, o faça no mesmo nível dela, com argumentações em grego, aramaico, bíblicas e patrísticas todas em harmonia entre si, caso contrário todos os delírios serão ignorados.

Então vamos lá.

IDIOMÁTICA E BÍBLICA

Em Aramaico temos duas palavras para designar materiais rochosos:

1º  Evna = Pedra

2º Kepha  כף (ou cefas, transliterado para o grego) =  Rocha

Em Grego, assim como o aramaico, temos também 2 palavras:

1º Lithos (λίθος), = Pedra pequena

2º Petra (πέτρ ) = Rocha maciça, Pedra Grande (que é o equivalente de Kepha)

A Bíblia nos diz que Jesus deu um nome novo a um pescador que se chamava Simão e este nome foi “KEPHA” (Aramaico) e transliterado como “cefas”,  que no grego ficou “Petrus”, como podemos ver em João 1, 42:

“Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de Jonas, serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).” (Negrito meu)

Em aramaico não temos gênero, mas em grego sim, por isso a palavra Petra que é o equivalente a KEPHA (cefas) foi masculinizada para dar nome a um homem, Petrus, mas o significado permaneceu o mesmo (Rocha ou pedra grande) como é atestado nos seguintes Léxicos protestantes:

CONCORDÂNCIA STRONG

4074 πετρος Petros Pedro = “uma rocha ou uma pedra”
1) um dos doze discípulos de Jesus

FRIBERG, ANALYTICAL GREEK LEXICON

“Πέτρος, ου, Pedro, nome próprio masculino dado como um título descritivo para Simão, um dos apóstolos (MK 3.16), o significado do nome, a pedra, é provavelmente o equivalente grego de uma palavra aramaica transliterada como Κηφς (João 1,42 )”

THAYER, GREEK LEXICON OF NT

Πέτρος, Πέτρου, – um nome próprio apelativo, o que significa “uma pedra”, “uma rocha,” “rochedo “”.

Em português a diferença entre Pedro e Pedra não permite acentuar a força do original aramaico e grego que é a mesma palavra que designa a materialidade da rocha.

A CONCORDÂNCIA STRONG, que é tão utilizada pelos protestantes brasileiros, diz que Cefas ou Kepha é Rocha, leiam:

“03710 כף (keph)
Procedente de 3721, grego 2786 κηφας (cefas); DITAT – 1017; n m
1) rocha, cavidade duma rocha” (o parênteses em vermelho foi  adicionado por mim)

Os próprios protestantes em seus léxicos confirmam que o nome de Pedro Significa “ROCHA” ou “PEDRA”.

Mais algumas passagens com o nome de “Cefas”.

1Co 1:12 Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo.

1Co 3:22 Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro; tudo é vosso,

1Co 9:5 Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?

1Co 15:5 E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze.

Gal 2:9 E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão;

Refutando Algumas objeções dos que dizem que:

1 º O significado do nome de Petrus é Pedregulho.

Não existe nenhum prova para isto, até por que no NT Petrus só é designado para Pedro e para nada mais.

2º O significado do nome Petrus é pequena pedra para arremessar.

Isso não existe no grego koiné. No grego koiné usa-se a palavra “lithos” para significar “uma pedrinha ou uma pedra para arremessar” como podemos constatar no caso da mulher adúltera (João 8, 7) ou de Jesus (João 8, 59).

João 8, 7 Ὡς δὲ ἐπέμενον ἐρωτῶντες αὐτόν, ἀνακύψας εἶπεν πρὸς αὐτούς, Ὁ ἀναμάρτητος ὑμῶν, πρῶτον ἐπ᾽ αὐτὴν τὸν λίθον βαλέτω.

Tradução: “Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.

John 8:59 Ἦραν οὖν λίθους ἵνα βάλωσιν ἐπ᾽ αὐτόν· Ἰησοῦς δὲ ἐκρύβη, καὶ ἐξῆλθεν ἐκ τοῦ ἱεροῦ, διελθὼν διὰ μέσου αὐτῶν·

Tradução: “Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou.”

Pedra de arremesso nunca foi nem será Petrus.

E para azar e confusão na cabeça dos protestantes que sustentam esta mesma idéia, Jesus em 1 Pedro 2,4 é chamado de “Lithos” a mesma palavra em gênero, número, grau e declinação que foi usada para a Pedra de arremesso da adúltera e das pedras jogadas em Jesus.

1 Pd 2:4 “πρὸς ὃν προσερχόμενοι λίθον ζῶντα ὑπὸ ἀνθρώπων μὲν ἀποδεδοκιμασμένον παρὰ δὲ θεῷ ἐκλεκτὸν ἔντιμον..”

Tradução “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa…”

Seria também Jesus uma pequena pedrinha de arremesso e não a grande Rocha da Salvação?

Gostaria de ver algum protestante respondendo isto!

3º O significado do nome Petrus é pequena pedra igual as demais como citado em sua epístola.

Não existem bases ou sustentações para afirmar que “Petrus” significa “pedra pequena” porque para isto a Bíblia utiliza outra palavra (lithos ou lithon) como foi mostrado.

E vejam:

1 Pd 2:5 καὶ αὐτοὶ ὡς λίθοι ζῶντες οἰκοδομεῖσθε οἶκος πνευματικός, ἱεράτευμα ἅγιον, ἀνενέγκαι πνευματικὰς θυσίας εὐπροσδέκτους τῷ θεῷ διὰ Ἰησοῦ χριστοῦ.

Tradução: Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.

Ou seja, a palavra “Lithos” que é usada para Jesus em 1 Pd 2, 4 se referindo a Jesus é novamente utilizada em grau e gênero para os demais Cristãos em 1 Pd 2, 5.

E ainda aparecem protestante vindo dizer que a rocha ou pedra só pode ser utilizada para Jesus.

Em outras passagens Jesus também é chamado de PETRA, assim como Pedro (Petrus). Mas isso não tira a magnitude de Jesus como rocha da Salvação, nem da função de Pedro como Rocha da Unidade da Igreja.

Penso que por aqui já basta a explicação sobre o nome de Pedro, agora vamos a linda passagem do evangelho de Mateus que é o foco desta matéria.

Em Mateus 16, 18 lemos:

“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”

Em Grego:

“κἀγὼ δέ σοι λέγω ὅτι σὺ εἶ Πέτρος, κα π ταύτ τ πέτρ οἰκοδομήσω μου τὴν ἐκκλησίαν καὶ πύλαι ᾅδου οὐ κατισχύσουσιν αὐτῆς.

Vejamos em aramaico este trecho em negrito na Bíblia Peshita (Tradução do grego para o aramaico do século V):

(lê se da direita pra esquerda)

Veja que não há diferença entre a rocha (em aramaico) e o nome de Pedro (em aramaico).

 

Agora analisaremos duas palavras em especial.

Voltemos ao grego de Mateus 16, 18:

“κἀγὼ δέ σοι λέγω ὅτι σὺ εἶ Πέτρος, κα π ταύτ τ πέτρ οἰκοδομήσω μου τὴν ἐκκλησίαν καὶ πύλαι ᾅδου οὐ κατισχύσουσιν αὐτῆς.

Note as duas palavras em vermelho que são ταύτ τ que quase todas as traduções (católicas e protestantes) traduzem simplesmente por esta”.

Vamos fazer uma analise:

ταύτ (tauth) é o dativo feminino de οτος (outós) e sua tradução simples é “esta”. E serve para dar ênfase a algo previamente mencionado.

τ (th) é também o dativo feminino e  (o)  e é o artigo da frase ou seja sua tradução é “a”.

Estas duas palavras juntas  ταύττ, tem o sentido ou tradução de “esta mesma”, “esta própria”.

Então juntando o nome de Pedro que foi previamente confirmado como ROCHA, e PETRA que também foi confirmada como ROCHA pelos léxicos protestantes, podemos traduzir Mateus 16, 18 da seguinte forma:

“TU ÉS ROCHA E SOBRE ESTA MESMA ROCHA, EU EDIFICAREI A MINHA IGREJA.”

A pergunta que todo protestante faria ao ver isto “então por que as traduções católicas não traduzem assim?”

A Resposta : Por que o artigo, no grego, depois de um pronome demonstrativo não precisa ser traduzido, já é sub-entendido, então se traduz somente o “esta” na maioria das vezes, mas o sentido continua o mesmo.

Além disso São Jerônimo traduziu  para o Latim da seguinte forma “HANC PETRAM” ou seja “Esta mesma Rocha“.

HANC no latim tem o sentido próprio de “esta mesma”, “esta própria” assim como ταύττ no grego. São Jerônimo, como falava fluentemente o grego koiné, sabia muito bem o sentido real da passagem, quando ele traduziu a vulgata o grego koiné ainda era “vivo”.

E agora para o desespero de protestantes que apesar de tudo o que aqui foi demonstrado até agora ainda estejam duvidando, vou usar a própria bíblia João Almeida para provar que ταύττ tem o sentido e também tradução de “esta mesma”, apesar da maioria das passagens que contém estas duas palavras os tradutores não traduzam assim, por que já está implícito. Vou pegar aqui 1 passagem que a própria João Almeida confirma o que eu estou dizendo.

Antes que algum protestante venha com conversinha de versão da bíblia João Almeida, estou utilizando aqui 4 versões da mesma que traduzem a passagem do mesmo jeito em todas.

Vejamos em Atos 27, 23:

Grego:

Atos 27, 23 παρέστη γάρ μοι ταύτ τ νυκτὶ τοῦ θεοῦ, οὗ εἰμι [ἐγώ] ᾧ καὶ λατρεύω, ἄγγελος

João Almeida

Atos 27, 23 Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou, e a quem sirvo, esteve comigo.

Podem conferir ai no grego e em suas bíblias.

Ai vai vim um protestante me dizer que viu em sua bíblia as palavras “esta mesma” e no grego não estavam escritas como ταύτ τ.

Como eu já disse ταύτ e τ estão no dativo, declinadas, ou seja conjugadas. No português só temos conjugação para verbos na maioria das vezes, mas no grego não, acontece também com pronomes e substantivos, as palavras “esta mesma” podem ser encontradas também desta forma ταύτην τν, onde ταύτην equivale a ταύτ e τν equivale a τ. Onde não há nenhuma diferença entre as mesmas, apenas a declinação.

Portanto podemos dizer com clareza a quem quiser ouvir, PEDRO É A ROCHA.

“TU ÉS ROCHA E SOBRE ESTA MESMA ROCHA, EU EDIFICAREI A MINHA IGREJA.”

Na parte II desta matéria veremos os  vários testemunhos patrísticos a respeito disso.

Bibliografia Utilizada:

1 – Malzoni, Cláudio Vianney, 25 Lições de Iniciação ao Grego do novo testamento/ Cláudio Vianney Malzoni. – 1. Ed. – São Paulo: Paulinas, 2009 (Coleção Línguas Bíblicas).

2 – Dicionário de Grego do Novo Testamento / Carlo Rusconi; [Tradução Rabuske] – São Paulo : Paulus 2003. – (Dicionários)

3 –Strong, James –  Exaustiva Concordância –  Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, São Paulo : Sociedade Bíblica do Brasil 2002.

4 – Friberg, Analytical Greek Lexicon.

5 – Thayer, Greek Lexicon Of Nt.

Carta a um fundamentalista

Por Steve Ray
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: Veritatis Splendor

Jesus foi judeu. Este fato escapa de alguns leitores ocasionais do Novo Testamento. No entanto, é crucial para entender Jesus e o Livro que foi escrito sobre Ele: a Bíblia. Infelizmente, estamos muito distantes do tempo da antiga cultura e vida de Israel; e, conseqüentemente, de Jesus, o Messias judeu.

Permita-me fazer algumas perguntas. Você nasceu e foi criado em Israel? Você estudou a Torah com os rabinos desde a infância? Você atravessou as colinas pedregosas e os caminhos poeirentos para celebrar as festas de guarda em Jerusalém? Você fala hebraico, aramaico e grego? Não encontrei muitos em minha paróquia católica que cumprem estes requisitos. Sem este mínimo de informação estaremos em desvantagem quando estudarmos a Palavra de Deus segundo se encontra na Bíblia.

Quando abrimos as páginas da Bíblia em nosso idioma, nos encontramos diante de um livro judaico! As cenas se desenvolvem ao redor de Israel e a adoração de Javé. Com apenas uma única exceção, os quarenta e tantos escritores da Bíblia foram judeus; e a exceção foi muito provavelmente um prosélito judeu (sabe quem é o único autor não-judeu da Bíblia? Darei algumas pistas: era médico, um dos colaboradores de São Paulo e escreveu a primeira História da Igreja).

A questão é: Como podemos entender a Bíblia e os ensinamentos que giram em torno de Nosso Senhor Jesus e a salvação sem compreender seu povo, sua cultura e sua identidade judaica?

David H. Stern, um judeu-messiânico, escreve: “A morte substituitória do Messias tem suas raízes no sistema sacrificial judaico; a Ceia do Senhor tem suas raízes na Páscoa tradicional judaica; o batismo é uma prática judaica; de fato, em sua totalidade o Novo Testamento encontra-se construído sobre a Bíblia hebraica com suas profecias e sua promessa de uma Nova Aliança. De tal maneira que o Novo Testamento sem o Antigo é tão impossível quanto o segundo andar de uma casa sem o seu primeiro andar. Ainda mais: muito do que está escrito no Novo Testamento é incompreensível quando separado do Judaísmo” (“Restoring the Jewishness of the Gospel”. Jerusalem: Jewish New Testament Publications, 1998, p.62).

Ainda que um cético ignorasse a importância dos judeus no plano de Deus para a salvação, o que seria ridículo, isso não mudaria o fato de que a Bíblia é judaica e que o Cristianismo brota de raízes puramente judaicas. O estudo da Bíblia se vivifica quando a brisa fresca do entendimento do judaico sopra sobre as suas páginas.

Quando se lê um bom livro, é difícil beneficiar-se de sua leitura se não nos submergimos no ambiente e no espírito do “relato”. Enquanto lêem “E o vento levou…”, os leitores tiram proveito de sua imersão na história, adentrando na cultura e ambiente que rodeia os protagonistas. Ninguém começa a ler o romance a partir do meio porque, se fizer isto, ficará privado da base assentada pelo início do relato, tornando impossível a apreciação do cenário, da trama, do tom e das personagens. O mesmo ocorre quando o Novo Testamento é lido com a falta de familiaridade dos primeiros “capítulos” da história judaica de Deus, que começa vários milênios antes, nos pactos e na vida do Antigo Testamento.

Tomemos um exemplo que é muito caro ao coração dos católicos. São Mateus registra uma profunda troca de palavras entre Jesus e Simão, o pescador. Jesus muda o nome deste discípulo de Simão para “Pedra”, o que na tradição judaica significa uma mudança de situação. Para nós, isto não significa muito porque somos ocidentais a mais de dois milênios de distância e não entendemos a importância que os semitas dão ao nome próprio. Entretanto, para o reduzido grupo de discípulos de Jesus, todos descendentes de Abraão, a mudança de nome tem um sentido profundo e comovedor. O próprio Abraão recebera uma mudança de nome da parte de Deus; tal mudança correspondia à ratificação da Antiga Aliança. O nome Abrão (que significa “pai”) foi alterado para Abraão (“pai das nações”), significando uma nova condição ou situação diante de Deus.

A mudança do nome de Simão é significativa. Porém, ainda mais importante é aquilo que foi mudado. Um judeu perceberia imediatamente o que a maioria dos leitores [ocidentais] não consegue notar. O nome “Pedro” é a versão portuguesa da palavra grega que significa “pedra”. Jesus falava aramaico e a palavra empregada para atribuir o novo nome a Simão foi a palavra aramaica “kefa”, que também significa “pedra”. É por isso que Simão é chamado de “Cefas” em certas passagens do Novo Testamento (p.ex. João 1,42; 1Coríntios 15,5; Gálatas 1,18). Ninguém fôra chamado “pedra” anteriormente, a não ser Deus (e Abraão). Abraão é referido como a pedra da qual os judeus saíram (Isaías 51,1). No entanto, Deus é o único a ser chamado “pedra”. Pedro agora compartilha este nome. O que pensaria um judeu ao ver que é outorgado semelhante nome a um simples homem?

Na mesma passagem encontramos outro exemplo surpreendente da necessidade de se conhecer o espírito judaico da Bíblia. Encontra-se na frase de Mateus 16,19, que menciona as “chaves do Reino”. Em parte, devido à falta de conhecimento da cultura judaica, esta passagem é entendida freqüentemente da forma incompleta, reduzindo-se o conceito das “chaves do Reino” simplesmente à pregação, por parte de Pedro, durante o Pentecostes (outra palavra desconhecida fora da religião judaica), “abrindo com as chaves as portas dos céus”. Muitos protestantes cometem este erro ao tentar compreender esta passagem sem contar com o benefício de um “antecedente judaico”. O que representavam as “chaves” para os judeus que realmente ouviram a Palavra de Deus? Qual interpretação daria um judeu da imagem das chaves que o Rei Jesus entregou a Pedro? Os fariseus memorizavam grandes partes do Antigo Testamento, se é que não memorizavam todo o “Tanakh”. O judeu de conhecimento médio conhecia profundamente as Escrituras. Quando Jesus disse a Pedro que ele receberia as “chaves do Reino dos céus”, os judeus imediatamente recordariam Isaías 22 e o despacho monárquico do Mordomo Real que administrava a casa do Rei.

Leia você mesmo a Isaías 22 e pense no cargo do Mordomo Real “da casa” do reino de Davi. Para aqueles judeus que creriam logo da primeira vez em Yeshua, o Messias que logo se sentaria no Trono do Pai Davi e receberia um reino eterno (Daniel 7,13-14; Lucas 1,26-33), estas eram palavras de grande profundidade. Quando fosse entronizado o novo Rei, os súditos judeus não esperariam que o Rei designasse seu Administrador Real? Aleluia! A Simão foi dado [por Jesus] o nome de Pedra, o nome israelita que implicava o poder de Deus, e a ele são confiadas também as chaves do Mordomo Real, para governar o império do Rei Jesus. Ah! Os Judeus compreenderam! E o que podemos dizer dos homens e mulheres do século XX/XXI? Isto não deveria nos dissuadir de ler a Bíblia; pelo contrário, nos deveria estimular a melhorar o nosso conhecimento das Escrituras, seus antecedentes e o mundo do povo judeu.

A Igreja cresce a partir da raiz judaica; a Igreja e as Escrituras são judaicas. Que o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó nos ilumine e nos faça amar a Palavra de Deus tal como está nas Escrituras e na Sagrada Tradição da Igreja.

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Observações:
[1] Durante o holocausto nazista, para demonstrar sua solidariedade com os judeus, o Papa Pio XII relacionou a fé católica com a fé de “nosso Pai” e em um discurso declarou enfaticamente: “Espiritualmente somos semitas”. A expressão do Papa Pio XII de que “todos nós somos semitas em espírito” tem conotações muito mais profundas do que alguém normalmente possa pensar. Repito: tudo o que existe nas fundamentais, permanentes e constitutivas instituições da Igreja é de origem judaica. Assim como o “Apóstolo” cristão provém diretamente do judaico “Shaliah”, o “Bispo” cristão é herdeiro do “Meqaber” de Qumran e do sumo-sacerdote de Jerusalém. O “Presbítero” cristão se origina do “Presbítero” (Ancião) judaico. O “Diácono” cristão, no “Levita” e “Hyperetes” das sinagogas. Até mesmo o “Leigo” cristão tem fundamento no “sacerdócio” aarônico (Louis Bouyer, The Church of God. Electronic Media: Welcome to the Catholic Church, produzido por Harmony Media, Inc., 1996).
[2] “Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas; Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” (Romanos 9,3-5).
[3] “O Novo Testamento tem que ser lido à luz do Antigo [Testamento]. A catequese dos primeiros cristãos empregava de forma permanente o Antigo Testamento. Como expressa um antigo dito, ‘o Novo Testamento jaz oculto no Antigo Testamento e este se revela no Novo'” (Catecismo da Igreja Católica §129).

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Bibliografia:
1. Jewish New Testament Commentary, David H. Stern. Clarksville, Maryland: Jewish New Testament Publ. 1992.
2. The IVP Bible Background Commentary: New Testament, Craig Keener. Downer’s Grove, Illinois, InterVarsity Press, 1993.
3. Christianity is Jewish, Edith Schaeffer. Wheaton, Illinois: Tyndale House, Publ. 1981.
4. Ancient Israel: It’s Life and Institutions, Fr. Roland De Vaux. Grand Rapids, Michigan, William B. Eerdmans Publishing Co.).
5. Daily Life in the Times of Jesus, Henri Daniel-Rops. New York: Hawthorn Books, 1962.
6. Commentary on the New Testament from the Talmud and Hebraica, em quatro volumes, John Lightfoot. Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publ. 1995.

Quem é a Pedra: Jesus ou Pedro?

Jesus e Pedro

Por Karl Keating
Fonte: Veritatis Splendor

O diálogo a seguir ilustra muito bem um debate entre um católico e um protestante quando este argumenta que a “Pedra” citada por Jesus em Mt 16,18 jamais poderia referir-se a Pedro, mas sim ao próprio Jesus, uma vez que as Sagradas Escrituras em muitas passagens identifica Jesus como a “rocha”, a “pedra angular”.

Antes de apresentar o diálogo, a Barca de Jesus observa que embora na maioria das passagens bíblicas “pedra” ou “rocha” realmente se refira a Jesus, existem exceções. O próprio Jesus que disse ser a “Luz do Mundo” (Jo 8,12) disse aos apóstolos que também eles deveriam ser “Luz do Mundo” (Mt 5,13). Além da passagem de Mt 16,18 onde a “pedra” referida não se trata de Jesus, como veremos claramente no diálogo abaixo, temos também, por exemplo, Is 51,1-2 (a “pedra” é Abraão) e 1Pd 2, 4-5 (“pedras vivas” é Jesus e também são os cristãos).

O fato de Jesus aplicar a Pedro uma figura que a Bíblia exaustivamente aplica a Jesus, bem mostra a intenção de Jesus em fazer de Pedro um representante de Cristo na terra. O que, por sinal, Ele confirmou explicitamente ao dar autoridade a Pedro não apenas de ligar e desligar na terra, mas também no Céu. Vamos, então, ao diálogo:

Protestante:

Em grego, a palavra para pedra é petra, que significa uma rocha grande e maciça. A palavra usada como nome para Simão, por sua vez, é petros, que significa uma pedra pequena, uma pedrinha.

Católico:

Na verdade, todo este discurso é falso. Como sabem os conhecedores de grego (mesmo os não católicos), as palavras petros e petra eram sinônimos no grego do primeiro século. Elas significaram “pequena pedra” e “grande rocha” em uma velha poesia grega, séculos antes da vinda de Cristo, mas esta distinção já havia desaparecido no tempo em que o Evangelho de São Mateus foi traduzido para o grego. A diferença de significados existe, apenas, no grego ático, mas o NT foi escrito em grego Koiné – um dialeto totalmente diferente. E, no grego koiné, tanto petros quanto petra significam “rocha”. Se Jesus quisesse chamar Simão de “pedrinha”, usaria o termo lithos. (para a admissão deste fato por um estudioso protestante, veja D. Carson, The expositors Bible Commentary [Grand Rapids: Zondervan, 1984], Frank E. Gaebelein, ed., 8: 368).

Porém, ignorando a explicação, insiste o protestante:

Vocês, católicos, por desconhecerem o grego, pensam que Jesus comparava Pedro à rocha. Na verdade, é justamente o contrário. Ele os contrastava. De um lado, a rocha sobre a qual a Igreja seria construída: o próprio Jesus (“e sobre esta PETRA edificarei a Minha Igreja”). De outro, esta mera pedrinha (“Simão tu és PETROS”). Jesus queria dizer que ele mesmo seria o fundamento da Igreja, e que Simão não estava sequer remotamente qualificado para isto.

Católico:

Concordo que devemos ir do português para o grego. Mas, com certeza, você concordará que, igualmente, devemos ir do grego para o aramaico. Como você sabe, esta foi a língua falada por Jesus, pelos apóstolos e por todos os judeus da Palestina. Era a língua corrente da região.

Muitos, talvez a maioria, soubessem grego, pois esta era a língua franca do Mediterrâneo. A língua da cultura e do comércio. A maioria dos livros do NT foi escrita em grego, pois não visavam apenas os cristãos da Palestina, mas de outros lugares como Roma, Alexandria e Antioquia, onde o aramaico não era falado.

Sabemos que Jesus falava aramaico devido a algumas de suas palavras que nos foram preservadas pelos Evangelhos. Veja Mt 27,46, onde ele diz na cruz, “Eli, Eli, Lama Sabachtani”. Isto não é grego, mas aramaico, e significa, “meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”

E tem mais: nas epístolas gregas de S. Paulo (por 4 vezes em Gálatas e outras 4 vezes em 1Coríntios), preservou-se a forma aramaica do novo nome de Simão. Em nossas bíblias, aparece como Cefas. Isto não é grego, mas uma transliteração do aramaico Kepha (traduzido por Kephas na forma helenística).

E o que significa Kepha? Uma pedra grande e maciça, o mesmíssimo que petra. A palavra aramaica para uma pequena pedra ou pedrinha é evna. O que Jesus disse a Simão em Mt 16,18 foi “tu és Kepha e sobre esta kepha construirei minha igreja.”

Quando se conhece o que Jesus disse em aramaico, percebe-se que ele comparava Simão à rocha; não os estava contrastando. Podemos ver isto, vividamente, em algumas versões modernas da bíblia em inglês, nas quais este versículo é traduzido da seguinte forma: ‘You are Rock, and upon this rock I will build my church’. Em francês, sempre se usou apenas pierre tanto para o novo nome de Simão, quanto para a rocha.

Protestante:

Se kepha significa petra, porque a versão grega não traz “tu és Petra e sobre esta petra edificarei a minha Igreja”? Por que, para o novo nome de Simão, Mateus usa o grego Petros que possui um significado diferente do petra?

Católico:

Porque não havia escolha. Grego e aramaico têm diferentes estruturas gramaticais. Em aramaico, pode-se usar kepha nas duas partes de Mt 16,18. Em grego, encontramos um problema derivado do fato de que, nesta língua, os substantivos possuem terminações diferentes para cada gênero.

Existem substantivos femininos, masculinos e neutros. A palavra grega petra é feminina. Pode-se usá-la na segunda parte do texto sem problemas. Mas não se pode usá-la como o novo nome de Simão, porque não se pode dar, a um homem, um nome feminino. Há que se masculinizar a terminação do nome. Fazendo-o, temos Petros, palavra já existente e que também significava rocha. (Obs da Barca de Jesus: Estrutura semelhante ocorre na língua portuguesa: Pedro e pedra.)

Por certo, é uma tradução imperfeita do aramaico; perdeu-se parte do jogo de palavras. Mas, em grego, era o melhor que poderia ser feito.

Além da evidência gramatical, a estrutura da narração não permite uma diminuição do papel de Pedro na Igreja. Veja a forma na qual se estruturou o texto de Mt 16,15-19. Jesus não diz: “Bendito és tu, Simão. Pois não foi nem a carne nem o sangue que te revelou este mistério, mas meu Pai, que está nos céus. Por isto, eu te digo: és uma pedrinha insignificante, e sobre a rocha edificarei a minha Igreja. … Eu te darei as chaves do reino dos céus.”

Ao contrário, Jesus abençoa Pedro triplamente, inclusive com o dom das chaves do reino, mas não mina a sua autoridade. Isto seria contrariar o contexto. Jesus coloca Pedro como uma forma de comandante ou primeiro ministro abaixo do Rei dos Reis, dando-lhe as chaves do Reino. Como em Is 22,22, os reis, no AT, apontavam um comandante para os servir em posição de grande autoridade, para governar sobre os habitantes do reino. Jesus cita quase que verbalmente esta passagem de Isaías, o que torna claríssimo aquilo que Ele tinha em mente. Ele elevou Pedro como a figura de um pai na família dos cristãos (Is 22,21), para guiar o rebanho (Jo 21,15-17). Esta autoridade era passada de um homem para outro através dos tempos pela entrega das chaves, que se usavam sobre os ombros em sinal de autoridade. Da mesma forma, a autoridade de Pedro foi transmitida, nestes dois mil anos, através do papado.

Que língua Jesus falava?

02 de abril de 2006
Francisco

Varo Nas terras onde viveu Jesus, no século I, consta que se falavam quatro línguas: arameu, hebreu, grego e latim. Destas, a língua oficial era o latim, que também era a menos usada. Era utilizada praticamente pelos funcionários romanos quando falavam entre eles, e era conhecida por algumas das pessoas mais cultas. Não é provável que Jesus tivesse estudado latim, nem que o empregasse na suas conversações ou pregações.

Quanto ao grego, não deveria surpreender que Jesus o usasse alguma vez, já que os camponeses e os artesãos da Galiléia conheciam esta língua, ou ao menos as palavras necessárias para uma transação comercial simples ou para comunicar-se com os habitantes das cidades, que na sua maioria tinham a cultura helênica. Empregava-se também na Judéia: calcula-se que, dos habitantes de Jerusalém, entre oito e quinze por cento falavam o grego. Contudo não se sabe se Jesus empregou o grego alguma vez, nem se pode deduzi-lo com certeza de algum texto, ainda que esta possibilidade não possa ser de todo rejeitada. É provável, por exemplo, que Jesus tenha falado nessa língua com Pilatos.

A língua hebréia, porém, é possível que Jesus a conhecesse e empregasse algumas vezes, dadas as repetidas referências dos Evangelhos à pregação de Jesus na sinagoga e nas suas conversas com os fariseus sobre os textos das Escrituras.

Ainda que às vezes Jesus usasse o hebreu, parece ser que na conversação e na pregação, Jesus falava normalmente em aramaico, que era a língua normal para o uso diário entre os judeus da Galiléia. Tanto é que no texto grego dos Evangelhos deixam-se em aramaico algumas palavras ou frases soltas colocadas na boca de Jesus: talitha qum (Mc 5,41), corbán (Mc 7,11), effetha (Mc 7,34), geenna (Mc 9,43), abbá (Mc 14,36), Eloí, Eloí, ¿lemá sabactháni? (Mc 15,34), ou dos seus interlocutores: rabbuni (Mc 10,51).

Os estudos lingüísticos dos Evangelhos apontam para as palavras neles recolhidas que originariamente foram pronunciadas na língua semítica: hebreu ou possivelmente em aramaico. Percebe-se a textura peculiar do grego que foi usado nos Evangelhos traduzidos de uma matriz de sintática aramaica. Mas também é possível deduzir o fato de que as palavras que os Evangelhos colocam na boca de Jesus adquirem uma força expressiva quando traduzidas ao aramaico, e no qual é possível usar palavras com uma carga semântica diferente da mesma palavra em grego, derivada do uso semítico. Em algumas ocasiões, ao traduzir os Evangelhos para uma linguagem semítica percebem-se neles alguns jogos de palavras que estão ocultos no original grego.

BIBLIOGRAFIA

Joseph A. FITZMYER, “The Languages of Palestine in the First Century A. D.”, Catholic Biblical Quartely 32 (1970) pp. 501-531; Stanley E. PORTER, “Jesus and the Use of Greek in Galilee” in Bruce CHILTON – Craig A. EVANS (ed.), Studying the Historical Jesus. Evaluation of the State of Current Research, Brill, Leiden-New York-Köln 1994, pp. 123-154; Pinchas LAPIDE, “Insights from Qumran into the Languages of Jesus”, Revue de Qumran 8, 4 (n. 32) 1975, pp. 483-501; Chaim RABIN, “Hebrew and Aramaic in the First Century” in Shemuel SAFRAI – Menahem STERN (ed.), The Jewish people in the first century: historical geography, political history, social, cultural and religious life and institutions, Van Gorcum, Assen – Amsterdam 1976, pp. 1007-1039; Francisco VARO, Rabí Jesús de Nazaret, BAC, Madrid 2005, pp. 66-70.

Fonte: Opus Dei

The Passion – Anti-semita?

Alguns dias atrás eu estava orgulhoso por fazer parte de uma pequena parcela de jornalistas e líderes Cristãos em Washington, DC, convidados a uma prévia do novo filme de Mel Gibson, The Passion (A Paixão).

O enfoque do filme é as últimas horas da vida de Cristo, e o resultado é verdadeiramente atordoante.

Gibson e sua empresa, a Icon Productions, estiveram ultimamente sob fogo pesado da Liga de Anti-difamação e de um grupo de professores da ? onde mais? ? Academia de Boston, que afirma que o filme é anti-semita e encoraja a violência contra judeus.

Mas estas acusações são baseadas em um primeiro script do filme que não foi nem filmado, que fora roubado sem permissão da Icon. Você pode concluir pelas suas perguntas e críticas carregadas que estas pessoas não assistiram ao filme.

Então qual é a história REAL por trás deste controverso filme?

Um dos requisitos para assistir ao filme era assinar um contrato confidencial, mas fui autorizado a dizer a vocês o seguinte:

De um ponto de vista estético, o filme é bonito. Sua narrativa visual transporta rastros da vasta tradição da arte Cristã, dos estilos cristãos mais antigos e iconografia medieval até imagens pré-Rafaelitas. A interpretação dos atores é fabulosa: Suas expressões conduzem o filme. Somente dois são estrelas famosas, Jim Caviezel como Jesus e Monica Bellucci como Maria Madalena. Ambos são poderosos em seus papéis, mas a face de Maia Morgenstern, representando o papel de Maria, a mãe de Deus, ficará em sua mente o resto de sua vida. Ela faz que você esqueça que está assistindo um filme.

A música ? uma combinação de sons do oriente-médio e cânticos hebraicos ? está bem escolhido e acrescenta ao drama visual. Composto por Jack Lenz, a música se torna parte do diálogo.

Muitas pessoas estavam preocupadas pois o filme foi completamente filmado em aramaico e latim, uma das exigências de Gibson para exatidão histórica (existem subtítulos ingleses). Em vez de ser um impedimento, entretanto, realmente realça o filme. Dentro dos primeiros 10 minutos, você fica acostumado aos sons, e então a realização bate você: Você está ouvindo realmente as palavras de Jesus, Pilatos, e seus discípulos como eles originalmente falavam. Não existem quaisquer apresentações vulgares das legendas. E o aramaico é um idioma gutural, que acentua perfeitamente o drama do filme.

The Passion de Gibson também é profundamente católico. A imagem mariana e os temas sobre a Eucaristia penetram o filme inteiro. Minha esposa Theresa e eu viemos do filme com uma sensação de que nossa fé tivera sido revitalizada. Não se engane: este filme converterá e ascenderá corações. Uma vez que você o viu, nunca mais esqueçerá as palavras: “Ele sofreu, morreu, e foi enterrado“.

O filme é ao mesmo tempo bonito e brutal, e, francamente, não é fácil assistir em alguns momentos (especialmente a cena do açoite). Você quer se virar, mais aí você vê que Maria, Sua mãe, está vendo tudo… e então você continua a assistir também.

E o tal do anti-semitismo alegado? Não vi nenhum desvio anti-judeu neste filme. Se ocorre, é devido a brutalidade indizível dos soldados romanos, que me enfureceram. Claro, isso não me faz odiar os Italianos dos dias atuais. Nem odeio os franceses quando asssisto um filme sobre a brutalidade da Revolução francesa. Falando francamente, não existe nenhuma razão para se preocupar se este filme criará qualquer revolta anti-judaica.

The Passion é uma grande obra de arte. Mel Gibson deu um belo presente à Igreja e à Deus.

Autor: Deal Hudson, editor da CRISIS Magazine
Fonte: Veritatis Splendor
Tradução: Rondinelly Ribeiro

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