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Grupo de anglicanos australianos anuncia sua adesão ao catolicismo

Primeiro caso depois da publicação da “Anglicanorum coetibus”

Por Carmen Elena Villa

SYDNEY, quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).- A comunidade de anglicanos Foward in Faith, que tem sua sede principal na Austrália, poderia ser o primeiro caso de adesão coletiva à plena comunhão com a Igreja Católica depois da publicação da constituição Anglicanorum Coetibus, no último dia 4 de novembro.

Assim deu a conhecer o bispo anglicano David Robarts OAM, em declarações ao jornal australiano The Daily Telegraph, publicadas na terça-feira.

“Amo minha herança anglicana, mas não a perderei ao dar este passo”, assegurou o bispo.

Respeitar a tradição

A comunidade Foward in Faith, presente também na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, buscou permanecer fiel à tradição anglicana e rejeitou algumas modificações, entre elas o exercício do ministério sacerdotal e episcopal por parte das mulheres e a aprovação de alguns sacerdotes, bispos e líderes anglicanos abertamente homossexuais.

E, neste caminho – afirma o bispo –, “procuramos, durante 25 anos, ter algum tipo de supervisão episcopal, mas não conseguimos (…). Já não somos realmente queridos, nossa consciência não foi respeitada”.

Por isso, Robarts afirmou que ele e seus fiéis “vamos seguir este caminho, porque as portas nos foram fechadas na igreja anglicana da Austrália durante um longo tempo”.

E foi assim como, durante uma reunião realizada no último final de semana, cerca de 200 membros votaram unanimemente por voltar à plena e visível comunhão com a Igreja Católica.

Voltar a Roma

Com a publicação da Anglicanorum Coetibus, o Papa Bento XVI introduziu uma nova estrutura canônica que permite aos fiéis ex-anglicanos que entrem em plena comunhão com a Igreja Católica, conservando ao mesmo tempo elementos do patrimônio espiritual e litúrgico anglicano.

A figura dos ordinariatos pessoais, figura canônica de governo não restrita a um território, recorda a figura da prelazia pessoal (a única que existe é o Opus Dei), ou os vicariatos castrenses (diocese sem território na qual um bispo representa a autoridade eclesiástica para os militares ou forças da ordem católicas e suas famílias, independentemente de onde se encontrem).

Segundo o bispo Robarts, os membros desta comunidade, com a supervisão de Dom Peter Elliot, bispo auxiliar de Melbourne, e com a direção da Santa Sé, já começaram com os grupos de trabalho para estabelecer o primeiro ordinariato anglicano que poderia servir de protótipo para os que surgirão posteriormente em outros lugares do mundo.

O bispo David Robarts esclareceu, na entrevista com o The Daily Telegraph, que o passo que a comunidade Foward in Faith pretende dar não é como “quem troca de móveis”.

“Simplesmente estamos dizendo que fomos fiéis ao que os anglicanos acreditaram sempre e que não queremos mudar nada disso, mas nos marginalizaram devido àqueles que querem introduzir algumas ‘inovações’.”

“Precisamos ter bispos que acreditem naquilo que nós acreditamos”, concluiu Robarts.

Anglicanos na Igreja Católica: ecumenismo não foi arruinado

Cardeal Odilo Scherer comenta decisão de acolher anglicanos na plena comunhão

SÃO PAULO, quinta-feira, 3 de dezembro de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer, considera que as relações ecumênicas com a Comunhão Anglicana “não foram arruinadas, ou diminuídas” com a acolhida da Igreja Católica aos anglicanos que desejam estar em plena comunhão com ela.

Em artigo desta semana do jornal arquidiocesano O São Paulo, Dom Odilo afirma que “a Igreja Católica nada mais faz que acolher o pedido livre e pessoal que recebe de fiéis da Igreja Anglicana”.

Dom Odilo lembra ainda que no dia 21 de novembro, pouco mais de duas semanas após a publicação da Constituição Apostólica Anglicanorum coetibus, que traz as regras para o ingresso dos anglicanos no seio católico, o arcebispo de Cantuária e primaz da Igreja Anglicana, Rowan Williams, fez visita a Roma e foi recebido por Bento XVI.

“É sinal claro”, segundo o cardeal, de que as relações ecumênicas com a Comunhão Anglicana não ficaram comprometidas. “O Ecumenismo vai adiante e vai produzindo frutos, mediante a ação do Espírito Santo”, afirma o arcebispo.

Santa Sé publica Constituição Apostólica que regula passagem de anglicanos à Igreja

VATICANO, 09 Nov. 09 / 01:08 pm (ACI).- A Congregação para a Doutrina da Fé deu hoje a conhecer a Constituição Apostólica “Anglicanorum coetibus”, sobre a instituição dos Ordinariatos Pessoais para os anglicanos que entram em plena comunhão com a Igreja Católica. No comunicado se precisa, ademais, que a disciplina sobre o celibato sacerdotal não variou em modo algum.

A mencionada Constituição Apostólica e as Normas Complementares estão datadas em 4 de novembro, festividade de São Carlos Borromeu, e assinados pelo Cardeal William Joseph Llevada e o Arcebispo Luis F. Ladaria, S.I, respectivamente Prefeito e Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé.

No comunicado se recorda que em 20 de outubro de 2009, o Cardeal Llevada anunciou “um novo documento para responder às numerosas petições enviadas à a Santa Sé por grupos de ministros e fiéis anglicanos de diversas partes do mundo que desejam entrar na comunhão plena e visível com a Igreja Católica”.

O texto explica que “a Constituição Apostólica que se publica hoje introduz uma estrutura canônica que facilita essa reunião corporativa mediante a instituição dos Ordinariatos Pessoais que permitirão a esses grupos entrar em comunhão plena com a Igreja Católica, conservando ao mesmo tempo elementos específicos do patrimônio espiritual e litúrgico anglicano. As Normas Complementares servirão para a correta aplicação do procedimento”.

Seguidamente assinala que “esta Constituição Apostólica abre um novo caminho para a promoção da unidade dos cristãos, reconhecendo ao mesmo tempo a legítima diversidade na expressão de nossa fé comum. Não se trata de uma iniciativa que tenha tido origem na Santa Sé, mas sim de uma resposta generosa por parte do Santo Padre à aspiração legítima desses grupos anglicanos. A instituição desta nova estrutura se situa em plena harmonia com o compromisso para o diálogo ecumênico, que segue sendo prioritário para a Igreja Católica”.

Do mesmo modo, o comunicado precisa que “a possibilidade prevista na Constituição Apostólica da presença de alguns clérigos casados nos Ordinariatos Pessoais não significa em modo algum uma mudança na disciplina da Igreja sobre o celibato sacerdotal que, como afirma o Concílio Vaticano II é sinal e ao mesmo tempo estímulo da caridade pastoral e anuncia de forma resplandecente o reino de Deus”.

A Constituição consta de treze disposições relativas à formação dos Ordinariatos que gozam, conforme afirma o texto no parágrafo 3, “de personalidade jurídica pública e são assimiláveis juridicamente a uma diocese”; a potestade do Ordinário “exercida de forma conjunta com a do bispo diocesano local nos casos previstos pelas Normas Complementares”; aos candidatos à Ordem Sacramental; à ereção, com a aprovação da Santa Sé, de novos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, assim como de paróquias; à visita “ad limina” do Ordinário, entre outros temas

As Normas Complementares, conclui o comunicado, tratam da dependência da Santa Sé; as relações com as Conferências Episcopais e os bispos diocesanos; o Ordinário; os fiéis do Ordinariato; o clero; os bispos que eram anglicanos; o Conselho de governo; o Conselho pastoral e as paróquias pessoais.

Anticatolicismo é o novo passatempo nos EUA, diz arcebispo de Nova York

D. Timothy Dolan fala sobre a censura que sofreu do New York Times

NOVA YORK, terça-feira, 3 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- “The Gospel in the Digital Age” (O Evangelho na era digital) é o nome do novo blog do arcebispo de Nova York, um instrumento comunicativo que lhe dá a voz que o New York Times negou.

Entre o dia 10 de outubro e 2 de novembro, Dom Timothy M. Dolan publicou dez posts, mas um deles, com o título “Anticatolicismo“, causou grande impacto, pois reproduz um artigo cuja publicação foi rejeitada pelo jornal mais famoso da cidade.

O arcebispo considera, em seu artigo, que o anticatolicismo converteu-se em um novo “passatempo nacional”, algo que foi confirmado por professores e acadêmicos, como Philip Jenkins, que o define como “o último preconceito aceitável”.

O artigo do arcebispo dá exemplos deste “anticatolicismo” presente no New York Times. Por exemplo, no dia 14 de outubro, o jornal denunciava 40 casos de abusos sexuais de crianças em uma pequena comunidade ortodoxa judaica do Brooklyn no último ano.

Segundo o prelado, a atitude do jornal diante desse caso não nada a ver com a que no passado manteve perante a Igreja Católica, quando houve casos de abusos de sacerdotes. O prelado reconhece que não tem a intenção nem o direito de criticar a comunidade judaica, mas denuncia “este tipo de indignação seletiva”.

Outro caso apareceu no jornal nova-iorquino dia 16 de outubro, quando publicou uma história em primeira página, como todo um desenvolvimento interno (dando mais espaço que à guerra no Afeganistão ou ao genocídio no Sudão) ao triste caso de um sacerdote franciscano que há 25 anos manteve um relacionamento com uma mulher, de que nasceu um filho.

“Nenhum clérigo de outra religião diferente da católica jamais mereceu tanta atenção”, reconhece.

No dia 21 de outubro, assinala Dom Dolan, o NYT dedicou sua manchete principal à decisão da Santa Sé de dar boas-vindas aos anglicanos que pediram a união com Roma.

O jornal atacou duramente a decisão como proselitista em momentos difíceis para o anglicanismo, apesar do cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, ter enfatizado que “não estamos pescando no lago anglicano”.

Por último, o prelado menciona o exemplo “mais explosivo”, um artigo de opinião de Maureen Dowd, publicado por esse jornal no domingo 25 de outubro, em que se fazem acusações que nenhum editor permitiria se fosse contra expoentes islâmicos, judeus ou afroamericanos.

A colunista lança todo tipo de acusações contra a Igreja Católica, que vão desde a Inquisição até o Holocausto, desde os preservativos até a obsessão por sexo e a pederastia de sacerdotes ou a opressão de mulheres, sem se esquecer dos sapatos de Bento XVI ou do fato de que, quando jovem, tenha sido recrutado à força (igualmente a todos os conterrâneos compatriotas) no Exército alemão.

E tudo isso por quê?, questiona o arcebispo. Porque a autora, como reconhece em seu artigo, não está contente com a maneira como está-se realizando a atual visita apostólica de representantes vaticanos às religiosas dos Estados Unidos.

Um “preconceito” assim, explica, não tem justificativa em “uma grande publicação de hoje”.

Após reconhecer que estes casos, “infelizmente”, não se limitam ao New York Times, Dom Dolan assegura que “a Igreja não está acima da crítica”.

“Nós, católicos, já somos muito bons para criticá-la. Isso o aceitamos e o esperamos. A única coisa que pedimos é que esta crítica seja justa, racional e adequada. É o que se espera para qualquer pessoa. A suspeita e os preconceitos contra a Igreja converteram-se no passatempo nacional que deveria ser ‘suspenso pelo mal tempo’”, concluiu.

Em outros posts de seu blog, o arcebispo enfrenta questões da vida diária, social e litúrgica, desde questões raciais e caritativas, até a defesa da vida humana ameaçada pelo aborto ou pela guerra.

Na internet: http://www.archny.org/news-events/columns-and-blogs/

“O bispo de Roma escutou nossas preocupações”

Importante resposta anglicana ao convite da Santa Sé

LONDRES, segunda-feira, 2 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- Um grupo de bispos anglicanos afirmou a “generosidade de Roma” ao abrir um caminho para que eles entrem em comunhão com a Santa Sé, mas admitem que ainda há “perplexidade” sobre como isto sucederá.

Esta foi uma observação geral realizada no congresso de Forward in Faith, que aconteceu em Londres de 23 a 24 de outubro.

Forward in Faith (Avançar na fé) é uma associação de sacerdotes e fiéis anglicanos que se opõem à ordenação de mulheres e de homossexuais ativos na Comunhão Anglicana. O grupo afirma que isto é contrário à Escritura e à consistente interpretação de dois mil anos de cristianismo, além de constituir um obstáculo à unidade cristã.

A associação foi fundada em 1992 e tem cerca de mil membros do clero.

Ainda que a conferência da semana passada estava marcada há tempos, o tema que mais se debateu foi a próxima constituição apostólica anunciada pelo Vaticano, que oferecerá aos anglicanos uma maneira de entrar na Igreja Católica, respeitando ao mesmo tempo elementos de sua liturgia e a tradição.

O presidente de Forward in Faith, o bispo John Broadhurst, ofereceu o discurso de encerramento e a benção.

“Trata-se de uma luta pelas verdades do Evangelho”, resumiu o bispo.

Destacou a consternação dos membros da Comunhão Anglicana, quando a Igreja decidiu que era possível ordenar as mulheres. Disse que, se os bispos da Igreja da Inglaterra eram surdos a essas preocupações, o bispo de Roma as havia escutado.

“Roma pensa em nós de modo diferente de como acreditávamos que pensava durante os últimos 40 anos”, disse.

O bispo Broadhurst caracteriza o passo de aceitar os anglicanos em grupo como uma “resposta eclesial” a um “problema eclesial” – em contraste com as conversões individuais dos anglicanos ao catolicismo, que foi o habitual desde que a Comunhão decidiu ordenar mulheres.

“[A Constituição Apostólica] é generosa”, disse o bispo. “Respeita-se nossa integridade”.

O prelado anglicano também assinalou que o estabelecimento de ordinariados pessoais é um “enfoque mundial do que formaremos parte”. Afirmou que os bispos envolvidos em Forward in Faith se propõem responder unidos à constituição apostólica.

Santa Sé confirma a passagem do maior grupo de anglicanos à Igreja Católica

VATICANO, 20 Out. 09 / 11:57 am (ACI).- Autoridades vaticanas anunciaram esta manhã a próxima publicação de uma Constituição Apostólica para responder aos “numerosos” pedidos de clérigos e fiéis anglicanos que desejam ingressar na Igreja Católica em comunhão plena.

Embora as autoridades não anteciparam cifras, sabe-se que um dos grupos que pediu dar este passo é a Comunhão Anglicana Tradicional, que conta com ao menos 400 mil pessoas, constituindo o maior grupo de anglicanos da história a ingressar na Igreja Católica.

Em uma conferência de imprensa celebrada esta manhã, o Cardeal Joseph Llevada, Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, explicou que a constituição “representa uma resposta necessária a um fenômeno mundial” e oferecerá um “modelo canônico único para a Igreja universal regulável a diversas situações locais, e em sua aplicação universal, eqüitativa para os ex-anglicanos”.

O modelo prevê a possibilidade da ordenação de clérigos casados ex-anglicanos, como sacerdotes católicos e esclarece que estes não poderiam ser ordenados bispos.

O Cardeal Llevada explicou que no documento “o Santo Padre introduziu uma estrutura canônica que provê a uma reunião corporativa através da instituição de Ordinariatos Pessoais, que permitirão aos fiéis ex-anglicanos entrar na plena comunhão com a Igreja católica, conservando ao mesmo tempo elementos do especifico patrimônio espiritual e litúrgico anglicano”.

“A atenção e a guia pastoral para estes grupos de fiéis ex-anglicanos será assegurada por um Ordinariato Pessoal, do qual o Ordinário será habitualmente nomeado pelo clero ex-anglicano”, indicou o Cardeal, quem assinalou que ao menos uma vintena de bispos anglicanos solicitaram ingressar na Igreja Católica.

Do mesmo modo, explicou que a nova estrutura “está em consonância com o compromisso no diálogo ecumênico” e reiterou que “a iniciativa provém de vários grupos de anglicanos que declararam que compartilham a fé católica comum, como expressa o Catecismo da Igreja Católica, e que aceitam o ministério petrino como um elemento querido por Cristo para a Igreja. Para eles chegou o tempo de expressar esta união implícita em uma forma visível de plena comunhão”.

O Cardeal Llevada sublinhou que “Bento XVI espera que o clero e os fiéis anglicanos desejosos da união com a Igreja Católica encontrem nesta estrutura canônica a oportunidade de preservar aquelas tradições anglicanas que são preciosas para eles e de acordo com a fé católica”.

“Assim que expressam em um modo distinto a fé professada usualmente, estas tradições são um dom que deverá ser compartilhado na Igreja universal. A união com a Igreja não exige a uniformidade que ignora as diversidades culturais, como demonstra a história do cristianismo. Além disso, as numerosas e diversas tradições hoje presentes na Igreja Católica estão todas enraizadas no princípio formulado por São Paulo em sua carta aos Efésios: ‘Um só Senhor, uma só fé, um só batismo’”, adicionou.

Finalmente, recordou que “nossa comunhão se reforçou por diversidades legítimas como estas, e estamos contentes de que estes homens e mulheres ofereçam suas contribuições particulares a nossa vida de fé comum”.

Em uma declaração conjunta, os arcebispos de Westminster e Canterbury, respectivamente Vincent Gerard Nichols e Rowan Williams, afirmam que o anúncio da Constituição Apostólica “acaba com um período de incerteza para os grupos que nutriam esperanças de novas formas para alcançar a unidade com a Igreja Católica”.

“Agora é a vez dos que cursaram petições desse tipo à Santa Sé responderem à Constituição Apostólica”, que é “conseqüência do diálogo ecumênico entre a Igreja Católica e a Comunhão Anglicana”, indicaram.

Dom Augustine DiNoia, que colaborou na redação da nova estrutura, recordou que “estivemos durante 40 anos a favor da unidade. As orações encontraram respostas que não antecipamos”.

Para o Arcebispo, ocorreu um “giro tremendo” no movimento ecumênico e rechaçou as acusações de quem chama de “dissidentes” a estes anglicanos. “Eles estão assentindo ao obrar do Espírito Santo para estar em união com Pedro, com a Igreja Católica”, precisou.

Dom DiNoia explicou que ainda se trabalha nos detalhes técnicos e estes Ordinariatos Pessoais poderiam sofrer variações em sua forma final. Os detalhes completos da Constituição Apostólica serão publicados em algumas semanas.

Nota da Congregação para a Doutrina da Fé sobre os Ordinariatos Pessoais para Anglicanos que ingressam na Igreja Católica.

Congregação para a Doutrina da Fé anuncia nova Constituição Apostólica com disposições sobre o ingresso de Anglicanos na Igreja Católica. Abaixo, a íntegra da declaração [tradução não-oficial]:

Com a preparação de uma Constituição Apostólica, a Igreja Católica responde a muitos pedidos que foram submetidos à Santa Sé de grupos de clérigos e fiéis Anglicanos em diferentes partes do mundo que desejam entrar em plena comunhão visível.

Nesta Constituição Apostólica, o Santo Padre introduziu uma estrutura canônica que provê tal reunião corporativa ao estabelecer Ordinariatos Pessoais, que permitirão aos antigos Anglicanos entrar em plena comunhão com a Igreja Católica enquanto preservam elementos do distintivo patrimônio espiritual e litúrgico Anglicano. Conforme os termos da Constituição Apostólica, a vigilância e o governo pastoral para tais grupos de fiéis já Anglicanos serão asseguradas através de um Ordinariato Pessoal, cujo Ordinário será habitualmente indicado entre o antigo clero Anglicano.

A vindoura Constituição Apostólica concede uma razoável e mesmo necessária resposta a um fenômeno mundial, ao oferecer um único modelo canônico para a Igreja universal que é adaptável a várias situações locais e justo aos antigos Anglicanos em sua aplicação universal. Ela provê a ordenação como padres Católicos do clero casado anteriormente Anglicano. Razões históricas e ecumênicas impedem a ordenação de homens casados como bispos tanto na Igreja Católica como Ortodoxa. A Constituição estipula, então, que o  Ordinário seja um padre ou um bispo não casado. Os seminaristas no Ordinariato deverão ser preparados ao lado de outros seminaristas Católicos, embora o Ordinariato possa estabelecer uma casa de formação para responder às necessidades particulares de formação no patrimônio Anglicano. Desta maneira, a Constituição Apostólica procura, por um lado, equilibrar a preocupação de preservar o digno patrimônio litúrgico e espiritual Anglicano, e, por outro, a preocupação de que estes grupos e seu clero sejam integrados à Igreja Católica.

O Cardeal William Levada, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que preparou esta disposição, disse: “Tentamos ir ao encontro dos pedidos por uma plena comunhão que nos últimos anos nos chegaram de Anglicanos de diferentes partes do mundo de maneira uniforme e equitativa. Com esta proposta a Igreja quer responder às legítimas aspirações destes grupos Anglicanos por unidade plena e visível com o Bispo de Roma, sucessor de São Pedro”.

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