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Pregador do Papa: «Bem-aventurados os que choram»

I Pregação de Advento do Pe. Raniero Cantalamessa OFMCap.

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 15 de dezembro de 2006 (ZENIT.org).- «“Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29). As bem-aventuranças evangélicas». Este é o tema das meditações que o padre Raniero Cantalamessa OFMCap., pregador da Casa Pontifícia, dirige ao Papa e a seus colaboradores da Cúria Romana.

Na presença de Bento XVI –na Capela «Redentoris Mater» do Palácio Apostólico vaticano–, esta sexta-feira aconteceu a primeira meditação de Advento; a segunda está programada para o próximo 22 de dezembro.

Como explica um comunicado da Casa Pontifícia, as bem-aventuranças são o auto-retrato de Jesus de Nazaré, pobre, manso, puro de coração e perseguido pela injustiça. Por isso, representam o caminho privilegiado a seguir para ter em si «os mesmos sentimentos de Cristo» (Fl 2, 5).

Já se aprofundou na bem-aventurança sobre os pobres de espírito tempos atrás. Assim que nas presentes meditações se busca refletir sobre as duas bem-aventuranças seguintes, a dos que choram e dos mansos, em especial consonância com o espírito litúrgico de Advento e necessárias para a Igreja na situação histórica atual.

Estes tempos de meditação estão abertos aos senhores cardeais, arcebispos e bispos, secretários das Congregações vaticanas, prelados da Cúria Romana e do Vicariato de Roma, e superiores gerais e procuradores das ordens religiosas que formam parte da Capela Pontifícia.

Publicamos a seguir o texto integral da primeira pregação deste Advento.

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Pe. Raniero Cantalamessa
Primeira Pregação de Advento 2006

«Bem-aventurados os que choram!»
A bem-aventurança dos aflitos

Começamos com esta meditação um ciclo de reflexão sobre as bem-aventuranças que, se Deus quiser, prosseguiremos na próxima Quaresma. As bem-aventuranças têm conhecido, dentro do próprio Novo Testamento, um desenvolvimento e aplicações diferentes, segundo a teologia de cada evangelista ou as necessidades novas das comunidades. A elas se aplica o que São Gregório Magno diz de toda a Escritura, que ela «cum legentibus crescit» [1], cresce com aqueles que a lêem, revela sempre novas implicações e conteúdos mais ricos, de acordo com as instâncias e os questionamentos novos com os que se lê.

Manter a fé neste princípio significa que também hoje nós devemos ler as bem-aventuranças à luz das situações novas nas que nos encontramos vivendo, com a diferença, entende-se, de que as interpretações dos evangelistas estão inspiradas, e por isso normativas para todos e para sempre, enquanto que as de hoje não compartilham tal prerrogativa.

Bento XVI: «Deus não fracassa»

Homilia aos bispos suíços de 7 de novembro

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 7 de dezembro de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos a homilia que Bento XVI pronunciou no dia 7 de novembro ao começar o encontro com os bispos da Suíça.

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Os textos escutados a Leitura, o Salmo responsorial e o Evangelho têm um tema comum que poderia ser resumido na frase: Deus não falha. Ou mais exactamente: no início Deus falha sempre, deixa existir a liberdade do homem, e esta diz continuamente “não”. Mas a fantasia de Deus, a força criadora do seu amor é maior do que o “não” humano. Com cada “não” humano é acrescentada uma nova dimensão do seu amor, e Ele encontra um caminho novo, maior, para realizar o seu sim ao homem, à sua história e à criação. No grande hino a Cristo da Carta aos Filipenses com o qual iniciámos, ouvimos antes de tudo uma alusão à história de Adão, o qual não estava satisfeito com a amizade de Deus; era demasiado pouco para ele, pretendendo ele mesmo ser um deus. Considerou a amizade uma dependência e considera-se um deus, como se ele pudesse existir por si só. Por isso, disse “não” para se tornar ele mesmo um deus, e precisamente desta forma se deixou cair da sua altura. Deus “falha” em Adão e assim aparentemente ao longo de toda a história. Mas Deus não falha, porque agora ele mesmo se torna homem e recomeça assim uma nova humanidade; enraíza o ser homem de modo irrevogável e desce aos abismos mais profundos do ser homem; abaixa-se até à cruz. Vence a soberba com a humildade e com a obediência da cruz.

E assim acontece agora o que Isaías, cap. 45, tinha profetizado. Na época em que Israel estava no exílio e tinha desaparecido do mapa, o profeta tinha dito que o mundo inteiro “todos os joelhos” se teriam dobrado diante deste Deus impotente. E a Carta aos Filipenses o confirma: agora isto aconteceu. Por meio da cruz de Cristo, Deus aproximou-se das nações, saiu de Israel e tornou-se o Deus do mundo. E agora o mundo dobra os joelhos diante de Jesus Cristo, o que também nós podemos experimentar hoje de maneira maravilhosa: em todos os continentes, até às cabanas mais humildes, o Crucificado está presente. O Deus que tinha “falhado”, agora, através do seu amor, leva deveras o homem a dobrar os joelhos, e assim vence o mundo com o seu amor.

Bento XVI: Reconstruir a confiança após escândalos de sacerdotes

Discurso aos bispos da Irlanda

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 7 de novembro de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos o discurso que dirigiu Bento XVI aos bispos da Conferência Episcopal da Irlanda ao receber-lhes por ocasião de sua visita «ad limina apostolorum» em 28 de outubro.

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Queridos Irmãos Bispos

Segundo as palavras de uma tradicional saudação irlandesa, dirijo-vos cem mil boas-vindas, Bispos da Irlanda, na circunstância da vossa visita ad Limina. Ao venerardes os túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo, possais haurir inspiração da coragem e da visão destes dois grandes Santos, que tão fielmente guiaram o caminho da missão da Igreja de proclamar Cristo ao mundo. Hoje, viestes para fortalecer os vínculos de comunhão com o Sucessor de Pedro, e manifesto com alegria o meu apreço pelas amáveis palavras que me foram dirigidas em vosso nome pelo Arcebispo D. Seán Brady, Presidente da vossa Conferência Episcopal. O testemunho constante de inumeráveis gerações do povo irlandês na sua fé em Cristo, e a sua fidelidade à Santa Sé, forjaram a Irlanda no nível mais profundo da sua história e da sua cultura. Todos nós estamos conscientes da contribuição saliente que a Irlanda tem oferecido para a vida da Igreja, e da extraordinária coragem dos seus filhos e das suas filhas missionários, que levaram a mensagem do Evangelho muito além do seu litoral. Entretanto, a chama da fé continuou a arder intrepidamente na pátria, através das provações que afligiram o seu povo ao longo da sua história. Em conformidade com as palavras do Salmista: “Hei-de cantar para sempre o amor do Senhor; a todas as gerações hei-de anunciar a sua fidelidade” (Sl 89 [88], 1).

O momento presente oferece numerosas novas oportunidades para dar testemunho de Cristo e dos renovados desafios para a Igreja na Irlanda. Vós falastes sobre as consequências para a sociedade, do aumento da prosperidade que se verificou ao longo dos últimos quinze anos. Depois de séculos de emigração, que envolveu a dor da separação para muitas famílias, pela primeira vez estais a receber uma onda de imigração. A tradicional hospitalidade irlandesa está a passar por renovadas e inesperadas manifestações. Como o sábio pai de família, que “tira coisas novas e velhas do seu tesouro” (Mt 13, 52), o vosso povo tem necessidade de considerar com discernimento as mudanças que estão a verificar-se na sociedade, e nisto ele busca a vossa orientação. Ajudai-o a reconhecer a incapacidade que a cultura secular e materialista tem de suscitar satisfação e alegria autênticas. Tende a coragem de lhes falar da alegria que provém do anúncio de Cristo e de uma vida levada em conformidade com os seus mandamentos. Recordai-lhe que os vossos corações foram criados para o Senhor e que estão inquietos, enquanto não descansam nele (cf. Santo Agostinho, Confissões, 1, 1).

Com muita frequência, o testemunho contracorrente oferecido pela Igreja é entendido de modo equívoco, como se fosse algo atrasado e negativo para a sociedade contemporânea. Eis por que motivo é importante pôr em evidência a Boa Nova, a mensagem evangélica que dá vida e a dá em abundância (cf. Jo 10, 10). Embora seja necessário falar vigorosamente contra os males que nos ameaçam, contudo temos o dever de corrigir a ideia de que o catolicismo é meramente “uma colectânea de proibições”. Aqui são necessárias uma catequese sólida e uma atenta “formação do coração”, e a este propósito na Irlanda tendes a bênção de dispor de sólidos recursos na vossa rede de escolas católicas, e em numerosos religiosos empenhados e professores leigos, que estão comprometidos seriamente na educação dos jovens. Continuai a encorajá-los na sua tarefa e certificai-vos de que os seus programas catequéticos permaneçam alicerçados no Catecismo da Igreja Católica, assim como no novo Compêndio. É necessário evitar apresentações superficiais do ensinamento católico, pois somente a plenitude da fé pode comunicar o poder libertador do Evangelho. Mediante o exercício da vigilância sobre a qualidade dos programas de estudo e dos livros de texto utilizados, e através da proclamação da doutrina da Igreja na sua integridade, vós assumis a vossa responsabilidade de “anunciar a palavra… oportuna e inoportunamente… com toda a magnanimidade e doutrina” (2 Tm 4, 2).

Na prática do vosso ministério pastoral tivestes que responder, ao longo destes últimos anos, a muitos e dilacerantes casos de abuso sexual contra menores. E eles são ainda mais trágicos, quando quem abusa é um clérigo. As feridas causadas por tais actos são profundas, e é urgente a tarefa de reconstruir a confidência e a confiança, onde elas foram prejudicadas. Nos vossos esforços permanentes em vista de resolver eficazmente este problema, é importante estabelecer a verdade a respeito daquilo que aconteceu no passado, dar todos os passos que forem necessários para impedir que ele volte a ocorrer, assegurar que os princípios da justiça sejam plenamente respeitados e, sobretudo, dar alívio às vítimas e a todas as pessoas que foram atingidas por estes crimes hediondos. Desta forma, a Igreja que está na Irlanda será fortalecida, tornando-se cada vez mais capaz de dar testemunho do poder redentor da Cruz de Cristo. Rezo a fim de que, mediante a graça do Espírito Santo, este tempo de purificação torne todo o povo de Deus capaz de, “com a ajuda de Deus, conservar e aperfeiçoar na sua vida a santidade que receberam [de Deus]” (Gaudium et spes, 40).

O trabalho excelente e a dedicação altruísta da grande maioria de sacerdotes e religiosos na Irlanda não deveriam ser obscurecidos pelas agressões cometidas por alguns dos seus irmãos. Estou persuadido de que as pessoas compreendem isto e continuam a considerar o seu clero com carinho e estima. Encorajo os vossos presbíteros a buscarem sempre a renovação espiritual e a descobrirem novamente a alegria de exercer o seu ministério em favor dos respectivos rebanhos, no seio da grande família da Igreja. Outrora, a Irlanda foi abençoada com tal abundância de vocações sacerdotais e religiosas, que uma boa parte do mundo podia beneficiar das suas obras apostólicas. Todavia, nos anos mais recentes o número de vocações diminuiu vertiginosamente.

Então, como é urgente prestar atenção às palavras do Senhor. “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe” (Mt 9, 37-38). É-me grato saber que muitas das vossas dioceses adoptaram a prática da oração silenciosa pelas vocações diante do Santíssimo Sacramento. Isto deveria ser calorosamente encorajado. Mas acima de tudo compete a vós, Bispos, bem como ao vosso clero, oferecer aos jovens uma visão inspiradora e atraente do sacerdócio ordenado. A nossa oração pelas vocações “deve conduzir à acção, a fim de que do nosso coração orante brote uma centelha da nossa alegria em Deus e no Evangelho, suscitando no coração dos outros a disponibilidade para dizer “sim”” (Discurso aos sacerdotes e aos diáconos permanentes, Freising, 14 de Setembro de 2006). Não obstante o compromisso cristão seja considerado obsoleto em determinados contextos, entre os jovens da Irlanda existe uma fome espiritual concreta e um desejo generoso de servir o próximo. A vocação ao sacerdócio ou à vida religiosa oferece a oportunidade de responder a esta aspiração, de maneira a suscitar uma profunda alegria e a realização individual.

Permiti que acrescente uma observação, que me está a peito. Durante muitos anos, os representantes cristãos de todas as denominações, os líderes políticos e numerosos homens e mulheres de boa vontade estiveram comprometidos na busca de instrumentos para garantir um futuro mais resplandecente à Irlanda do Norte. Embora o caminho seja árduo, nos últimos tempos já se alcançou um grande progresso. Rezo a fim de que os esforços decididos, realizados pelas pessoas interessadas, leve à formação de uma sociedade que se caracterize por um espírito de reconciliação, de respeito recíproco e de solícita cooperação, em vista do bem comum de todos.

No momento em que vos preparais para regressar às vossas respectivas Dioceses, confio o vosso ministério apostólico à intercessão de todos os Santos da Irlanda e asseguro-vos o meu profundo afecto, assim como a minha oração constante por todos vós e pelo povo irlandês em geral.

Que Nossa Senhora de Knock vele sobre vós, protegendo-vos sempre. A todos vós, aos sacerdotes, aos religiosos e aos fiéis leigos da vossa amada Ilha, concedo do íntimo do coração a minha Bênção Apostólica, como penhor de paz e de júbilo no Senhor Jesus Cristo.

[Tradução distribuída pela Santa Sé
© Copyright 2006 – Libreria Editrice Vaticana]

O Papa anima a servir a Deus com alegria e reto desapego do mundo

VATICANO, 13 Out. 06 (ACI) .- Ao receber hoje os prelados da Conferência Episcopal da Zâmbia, o Papa Bento XVI lembrou que é tarefa dos bispos “guiar os fiéis no caminho que leva à santidade” e lhes pediu que comuniquem, especialmente aos sacerdotes, “a alegria de servir ao Senhor com um desapego apropriado das coisas deste mundo”. Em seu discurso aos bispos que realizaram sua quinquenal visita “ad Limina”, o Santo Padre lhes animou a “impulsionar seu povo à prática da oração e à santidade, descobrindo o tesouro de uma vida assentada na fé em Cristo. A luz da santidade, que brilha em quantos o descobriram, acende-se no momento do batismo, que livra o crente do domínio do pecado, de uma existência cheia de medo e superstição e o chama uma nova vida”.

O Papa indicou deste modo que é tarefa dos prelados “guiar os fiéis no caminho que leva à santidade, com sábios conselhos, firme decisão e afeto paternal”, e destacou a importância deste dever nas relações com os sacerdotes, que “às vezes podem se sentir arrastados pelas muitas tentações da sociedade contemporânea”. “Como pastores e pais –destacou– deveis comunicar-lhes a alegria de servir ao Senhor com um desapego apropriado das coisas deste mundo”.

“Cremos que a Igreja é Santa. Quando alentais vossos sacerdotes a viver vistas santas conforme a seu chamado, quando predicais o amor generoso e a fidelidade no matrimônio e exortais a praticar as obras de misericórdia, lembrai-lhes as palavras do Senhor: ‘Vós sois a luz do mundo’. Mostrai a compaixão de Cristo sobretudo com os pobres, os refugiados, os doentes e os que sofrem”, acrescentou.

Mais adiante, o Pontífice exortou os bispos a instruir a seus fiéis “sobre o valor e a prática da oração, sobretudo litúrgica, onde de modo sublime a Igreja se une com Cristo, Sumo sacerdote, em sua intercessão eterna para a salvação do mundo”.

Neste contexto, o Papa lhes recordou que a Igreja anima também as “formas populares de piedade”. “Ensinai sempre, portanto, o valor da intercessão dos Santos, que são grandes amigos de Jesus, e em particular a intercessão especial de Maria, sua Mãe, sempre atenta a nossas necessidades”, apontou.

Finalmente, Bento XVI animou a seguir proclamando “a necessidade da honradez, o afeto familiar, a disciplina e a fidelidade, que têm um impacto decisivo sobre a saúde e a estabilidade social”.

Anúncio incansável do Evangelho é resposta a secularização e relativismo, diz o Papa

VATICANO, 06 Jul. 06 (ACI) .- Ao receber hoje aos prelados da Conferência Episcopal daCroácia, o Papa Bento XVI ressaltou a importância da afirmação do direito à vida e o respeito à liberdade religiosa na construção da Europa, reiterando ao mesmo tempo a necessidade de anunciar incansavelmente os valores evangélicos para rebater a secularização e o relativismo de hoje.

Em seu discurso ante os bispos que acabam de realizar sua visita “ad limina”, o Santo Padre afirmou que para rebater a secularização e o relativismo “é necessário um anúncio incansável dos valores evangélicos” e os animou a “não ter medo de indicar aos fiéis o que ensina o Evangelho, colocando-os em guarda diante de tudo quanto é contrário a ele, para que suas comunidades sejam um estímulo para toda a sociedade na busca do bem comum e na atenção aos mais necessitados”.

Depois de manifestar sua alegria pelos frutos em várias iniciativas pastorais dos prelados, o Pontífice salientou o desejo da Croácia de entrar na União Européia, assinalando que isso significará “uma contribuição de sua própria cultura e tradições, na busca compartilhada da verdade plena sobre o ser humano“.

Sobre esta verdade é “essencial que se construa a casa comum européia”, cujo fundamento é a afirmação do direito à vida e o respeito à liberdade religiosa, apontou Bento XVI. “Sobre estes valores é possível achar o consenso também dos que não aderem à Igreja Católica, mas aceitam a voz da razão, sensível aos ditados da lei natural”, adicionou.

Mais adiante, o Bispo de Roma lamentou a persistência no país balcânico das conseqüências do recente conflito, cujos efeitos negativos se refletem não só na economia, mas também no ânimo dos habitantes. Assim, pediu aos bispos ser sempre “anunciadores de reconciliação e agentes de paz” que alentem aos cidadãos croatas “no caminho da reconciliação cristã”, pois “o perdão libera sobre tudo a quem tem o valor de concedê-lo“.

Por último, Bento XVI pediu aos bispos que fossem “generosos no serviço à Igreja e ao povo, seguindo atentamente a formação dos sacerdotes e as vocações sacerdotais, a guia das comunidades religiosas e os movimentos, a promoção das famílias e a presença dos católicos na vida pública e nos meios de comunicação.

Sumo Pontífice – Papa João Paulo II

Currículo de vida de Sua Santidade

Nascido em Wadovice-Cracóvia (Polônia) – 18 de maio de 1920

Ordenado sacerdote – 1º de novembro de 1946

Eleito Bispo de Ombi – 4 de julho de 1958

Consagrado Bispo – 28 de setembro de 1958

Arcebispo de Cracóvia – 13 de janeiro de 1964

Cardeal da Santa Igreja – 26 de junho de 1967

Eleito Papa – 16 de outubro de 1978

Entronizado solenemente – 22 de outubro de 1978

1. Dados biográficos

Data de nascimento: 18 de maio de 1920. Batizado Karol (Carlos) Joseph, em 20 de julho do mesmo ano. Chamado pelo diminutivo Lolek ou Lolus (Carlinhos).

Família: O pai também se chamava Karol. Karol Wojtyla, nascido em 1879, foi oficial de intendência do exército austríaco até a recuperação da independência da Polônia, em 1918. Deixando o exército austríaco, ingressou no polonês e passou a exercer funções administrativas em Wadovice. Faleceu durante a segunda guerra mundial, em 18 de fevereiro de 1941, com 62 anos. A mãe chamava-se Emília Kaczorowska. Faleceu quando Karol tinha apenas 9 anos, em 1929. Teve um irmão e uma irmã, ambos mais velhos do que ele. O irmão, Edmond, formou-se em medicina. Morreu em 1932, vítima de epidemia de escarlatina. A irmã morreu com apenas alguns dias de vida, em 1914. Karol foi o único sobrevivente. Aos 21 anos, ficou sem pais e sem irmãos. A família era humilde e sofrida.

Terra natal: Wadovice, a 30 Km de Cracóvia, considerada capital religiosa da Polônia, às margens do Skawa e no sopé dos Beskides. Tinha em torno de nove mil habitantes em 1920, dos quais, dois mil, mais ou menos, eram judeus. Um dos grandes amigos de Karol foi um judeu. Este amigo testemunha que Karol, ao contrário dos demais conterrâneos, nunca teve qualquer indelicadeza para com os judeus. Hoje, a cidade tem quinze mil habitantes.

Infância e juventude: O amigo judeu registra que, com 13 ou 14 anos, Karol, ajudado por um dos seus professores, fundou um grupo de congregação mariana. Fundou também uma pequena companhia teatral.

Em 1938, a fim de que Karol pudesse continuar os estudos, o pai mudou-se com ele para Cracóvia. Passaram a morar num apartamento pequeno e modesto, de apenas dois aposentos. Karol inscreveu-se na faculdade de letras da Universidade e também na “Escola de arte dramática”. Passou a freqüentar sua nova paróquia, dirigida pelos salesianos, que tinha Santo Estanislau Kostka como padroeiro. Foi em Cracóvia que Karol enfrentou as conseqüências da segunda guerra mundial. Abalada pelas múltiplas dificuldades da guerra, a saúde do pai declinou rapidamente, vindo a falecer em 1941. Encontrando-se sozinho na vida, Karol foi a Wadovice e convenceu um jovem amigo e seus pais a morarem com ele em Cracóvia. A mãe do amigo passou a cuidar da casa, o pai trabalhava de motorneiro, e os dois jovens estudavam e faziam teatro juntos. Em 26 de outubro de 1939, o governador ordenou serviço obrigatório para todos os poloneses de 18 a 60 anos. Quem não estivesse empregado, não teria a permissão alemã de livre circulação. Para fugir à perseguição do nazismo, Karol empregou-se na usina química Solvay. Inicialmente, o trabalho de Karol era numa pedreira, depois foi transferido para a usina propriamente dita. Pelo teatro e por outras articulações, Karol colaborou intensamente na resistência dos poloneses contra os invasores nazistas. Para despistar a polícia e não ser preso, precisou deslocar-se diversas vezes de um lugar para outro.

Vocação e Preparação ao Sacerdócio: Deus sempre surpreende. No caso de Karol, serviu-se de um alfaiate do quarteirão onde morava para despertar nele a vocação sacerdotal. Era um homem simples, amigo dos pobres. Embora portador de uma doença que o fazia definhar lentamente, sempre se manifestava alegre e feliz. Karol repetia muitas vezes que nesse homem resplandecia a beleza de Deus. Em outubro de 1942, Karol entrou no seminário clandestino criado pelo Arcebispo de Cracóvia, Dom Adam Stefan Sapihea. Curiosamente, anos antes, Karol havia dito ao Arcebispo que não queria ser padre. O Arcebispo estava em visita a Wadovice. Foi visitar o colégio local. Karol foi escolhido para saudá-lo. Impressionado pelas palavras de Karol, Dom Sapihea perguntou se não havia pensado em tornar-se padre. Disse que não, pois desejava prosseguir seus estudos de língua e literatura polonesas na universidade. O Arcebispo concluiu: é pena. Este rapaz irá muito longe. Naturalmente, o estudo era clandestino e à noite. Quando, em 1944, Varsóvia se rebelou contra a invasão dos nazistas, estes acabaram concentrando todo seu furor contra Cracóvia. O bispo de Cracóvia acabou escondendo Karol no porão do Arcebispado, onde passou cinco meses sem ver o sol. Foi em 1944, no dia 12 de fevereiro, como operário e seminarista clandestino, que Karol sofreu um acidente que quase lhe roubou a vida. Ao retornar da Solvay, foi atropelado por um caminhão alemão. O diagnóstico médico acusou comoção cerebral com grandes ferimentos na cabeça. Mas, um mês depois, saiu curado do hospital.

Ordenação e ministério presbiteral: O arcebispo de Cracóvia, Dom Sapieha, ordenou Karol presbítero no dia primeiro de novembro de 1946. Pe. Karol celebrou sua primeira missa na igreja de sua paróquia, junto ao altar de Maria Auxiliadora, onde, anos antes, rezando, amadurecera sua vocação. Como padre jovem, cheio de vida, estudava e pregava, organizava grupos de jovens e escrevia peças de teatro e poesias, passava horas no confessionário e cantava nos corais. Com os jovens também gostava de esquiar nos montes Tratas ou de navegar nas torrentes do Vístula. Em 1947, o Arcebispo Sapihea enviou Pe. Karol a Roma. Lá, por dois anos, estudou no Angelicum, universidade eclesiástica dirigida pelos dominicanos. Aí, em 1948, obteve seu doutorado em filosofia e moral, com tese sobre a ética em São João da Cruz. Durante este tempo, nos fins de semana, atuava numa paróquia de periferia, especialmente com os jovens. Durante este tempo, também, visitou a Bélgica, onde conheceu de perto o movimento Juventude Operária Católica (JOC), fundada pelo Pe. Cardijn. Visitou também a Holanda e a França, onde conheceu a experiência missionária de padres no meio operário e a participação dos leigos.

Em 1949, Pe. Karol retornou a Cracóvia, onde continuou seus estudos para doutorar-se em teologia pela Universidade Estadual. Ao mesmo tempo, trabalhava numa paróquia, prontificando-se a substituir todos os padres que se encontrassem em dificuldades nas aldeias da montanha. Em 1951, doutorou-se e habilitou-se a lecionar na Universidade de Cracóvia. Em seguida, tornou-se professor no seminário. Em 1954, assumiu a cadeira de filosofia na Universidade Católica de Lublin. Passou a ser assistente dos estudantes e dos formados da Universidade de Cracóvia.

Nomeação e ministério episcopal: No dia 04 de julho de 1958, quando tinha 12 anos de padre e 38 de idade, Pe. Karol foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia, sendo consagrado no dia 28 de setembro seguinte. Escolheu como lema “Totus Tuus”, em relação à Virgem Maria, de um santo francês, Louis-Marie Grignion de Montfort. No dia 13 de janeiro de 1964, foi nomeado Arcebispo de Cracóvia. Bispo conciliar, participou da comissão de redação do documento Gaudium et Spes (Alegria e Esperança) sobre a Igreja no mundo de hoje. Pronunciou-se com freqüência nos debates conciliares, acentuando a abertura e a prontidão da Igreja para o diálogo com os homens em qualquer situação, a dedicação permanente e prioritária à evangelização em linguagem própria dos tempos atuais. Em 26 de junho de 1967, foi nomeado Cardeal pelo Papa Paulo VI. Em outubro desse mesmo ano, deveria participar do Sínodo Mundial de Bispos em Roma. Porém, como o Cardeal Arcebispo de Varsóvia, Stefan Wyszynski, histórico opositor do regime comunista, não recebera passaporte para ir a Roma para participar também do Sínodo, em solidariedade, o Cardeal Wojtyla não foi. No Sínodo de 1969, o Cardeal Wyszynski foi novamente escolhido como delegado pelos Bispos poloneses. Desta vez, recebeu passaporte. Como o Cardeal Wojtyla fora convidado pessoal do Papa para o mesmo Sínodo, os dois foram juntos. Daí para frente, participou de todos os Sínodos (realizados de três em três anos), sendo que no de 1971 foi eleito Secretário-Geral do próprio Sínodo.

O Pe. e Bispo Karol Wojtyla publicou cinco livros, escreveu mais de 500 artigos, algumas comédias e diversas poesias. Falava, além do polonês, latim, italiano, francês, inglês e alemão. Mais tarde, como Papa, exercitou-se em vários outros idiomas, especialmente para suas viagens apostólicas. Nas duas visitas ao Brasil, pronunciou-se em nossa língua. Nos encontros com os Bispos brasileiros nas visitas qüinqüenais a Roma (Visitas ad Limina), faz questão de falar em português.

Eleição e ministério papal: No dia 16 de outubro de 1978, o Cardeal Karol Wojtyla foi eleito Papa, assumindo o nome de João Paulo II. Sucedeu a João Paulo I, falecido no dia 28 de setembro de 1978, que por apenas 33 dias dirigira a Igreja, sucedendo a Paulo VI, falecido no dia 06 de agosto do mesmo ano. Foi o primeiro Papa polonês da história da Igreja, o primeiro não italiano desde 1522 e o mais jovem (58 anos) desde 1846. Sua entronização solene no ministério petrino foi em 22 de outubro de 1978.

João Paulo II caracteriza-se como pessoa de intensa oração e de grande atividade. Até maio de 1996, realizou 125 visitas a Dioceses da Itália e 245 a paróquias de Roma. Fez 71 viagens apostólicas internacionais, tendo estado em mais de cem países. Em alguns mais de uma vez. Escreveu numerosos documentos. Tudo como se verá adiante.

Convocou e desenvolveu o Sínodo para os Bispos da Europa e da África. Tem em vista o Sínodo para os Bispos das Américas, da Ásia e da Oceania. Em seu pontificado foi concluída a redação do Código de Direito Canônico, reformulado com base no Concílio Vaticano II, cuja finalidade é “criar na sociedade eclesial uma ordem que, dando a primazia ao amor, à graça e aos carismas, facilite ao mesmo tempo seu desenvolvimento orgânico na vida seja da sociedade eclesial, seja de cada um de seus membros” (Constituição de promulgação). Foi redigido e promulgado o Catecismo da Igreja Católica, compêndio doutrinário, para servir de “texto de referência, seguro e autêntico para o ensino da doutrina católica, e de modo muito particular para a elaboração de catecismos locais. É oferecido também a todos os fiéis que desejam aprofundar o conhecimento das riquezas inexauríveis da salvação” (Cf. Jo 8,32). Pretende dar um apoio aos esforços ecumênicos animados pelo santo desejo da unidade de todos os cristãos, mostrando com exatidão o conteúdo e a harmoniosa coerência da fé católica…. é oferecido a todo o homem que nos pergunte a razão de nossa esperança (Cf. 1 Pd 3,15) e queira conhecer aquilo em que a Igreja Católica crê” (Constituição de promulgação).

João Paulo II realizou seis consistórios com nomeação de novos Cardeais. Ao todo, nomeou 137, dos quais 123 estão vivos e 100 seriam votantes (não completaram ainda oitenta anos – em março de 1995) num conclave (reunião de cardeais para a eleição de um novo Papa). Dos 137 Cardeais nomeados por João Paulo II, 77 são da Europa (30 da Itália); 18 de América Latina; 15 da Ásia; 14 da América do Norte; 10 da África; 3 da Oceania.

Ele promoveu alguns encontros marcantes no campo do ecumenismo e do diálogo inter-religioso. Entre eles, destaca-se o primeiro Dia Mundial de Oração pela Paz com representantes das Igrejas Cristãs e Comunidades Eclesiais e Religiões do Mundo, no dia 27 de outubro de 1986, em Assis, Itália. Tomou também a iniciativa de visitar a sinagoga de Roma, no dia 13 de abril de 1986.

Manifesta um carinho especial pela juventude. Instituiu as Jornadas Mundiais da Juventude, com dez edições até agora. Já marcou a próxima para Paris, França, no verão de 1997.

João Paulo II já realizou muitas canonizações (declaração de santidade de uma pessoa) e muitas beatificações. Entre as beatificações, está a de Madre Paulina, fundadora das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, no dia 18 de outubro de 1991, em Florianópolis-SC. Entre as canonizações, está a dos Mártires das Missões, Padres Roque Gonzales, Afonso Rodrigues e João de Castilho, em Assunción, Paraguai, em maio de 1988.

João Paulo II foi também duramente provado pelo sofrimento. Em 13 de maio de 1981, foi vítima de um atentado em plena praça São Pedro. O tiro de que foi alvo submeteu-o a uma delicada cirurgia com extração de parte do intestino. Em julho de 1992, precisou de uma nova internação hospitalar. Desta vez para extirpar um pequeno tumor também no intestino. Em 1994, em conseqüência de uma queda, fraturou o fêmur.

Em dezembro de 1994, a Revista Time elegeu João Paulo II “Homem do ano”. Justificou assim a escolha: “em um ano em que tantas pessoas lamentam a deterioração dos valores morais ou buscam pretextos diante de um mau comportamento, o Papa João Paulo II levou adiante, com determinação, sua visão de uma vida reta e convidou o mundo a fazer o mesmo. Por essa retidão, ele é o ?Homem do ano?”. Em matéria de 25 páginas, a revista apresenta a biografia do Papa, com destaque para suas alegrias e sofrimentos: sua angústia pela situação da Bósnia e por outras guerras no mundo, pela decadência dos valores morais e, sobretudo, sua preocupação com a santidade do ser humano para a qual, segundo o texto, “o Papa é uma força moral”.

2. Diretrizes de João Paulo II em seu Ministério Petrino

No dia seguinte ao de sua eleição papal, na mensagem “urbi et orbi” (à cidade – de Roma – e ao mundo), pronunciada diante dos Cardeais que o elegeram, João Paulo II traçou algumas linhas básicas de seu Pontificado:

– Permanente importância do Vaticano II:

  • garantir-lhe a devida execução;
  • estabelecer sintonia com ele para tornar explícito aquilo que nele está implícito;
  • aprofundar particularmente a colegialidade que associa intimamente os Bispos ao sucessor de Pedro e eles entre si;
  • implementar o exercício da colegialidade, através dos organismos, em parte novos e em parte atualizados, que podem garantir a união dos espíritos, das intenções e das iniciativas. Neste sentido, ocupe o primeiro lugar o Sínodo.

– Fidelidade global à missão:

  • conservar intacto o depósito da fé;
  • confirmar os irmãos segundo a ordem especial de Jesus a Simão Pedro;
  • apascentar, como prova de amor a Jesus, os cordeiros e as ovelhas do rebanho.

– Fidelidade à grande disciplina da Igreja, que significa:

  • adesão ao magistério de Pedro especialmente no campo doutrinal;
  • respeito pelas normas litúrgicas vindas da autoridade eclesiástica;
  • correspondência generosa às exigências da vocação sacerdotal e religiosa;
  • autêntica vivência do ser cristão por parte de todos os fiéis, na obediência aos pastores sagrados e na colaboração às iniciativas e obras a que são chamados.

– A causa ecumênica.

– Liberdade religiosa e justiça no mundo:

  • oferecer um contributo positivo para as causas permanentes e dominantes da paz, do progresso e da justiça internacional;
  • trabalhar pela consolidação das bases espirituais sobre as quais deve apoiar-se a sociedade humana;
  • estender as mãos e abrir o coração a todas as gentes e a todas as pessoas que se vêem oprimidas por alguma injustiça ou discriminação no que diz respeito, seja à economia e à vida social, seja à vida política, seja ainda à liberdade de consciência e à justa liberdade religiosa.

Defesa da família e da vida: prioridade nos dias de hoje, assegura Bento XVI

Ao receber bispos da Lituânia, Letônia e Estônia

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de junho de 2006 (ZENIT.org).- A defesa da vida e da família foi uma das mensagens centrais que Bento XVI deixou nesta sexta-feira aos bispos da Lituânia, Letônia e Estônia.

Entre os muitos temas que o Papa, como ele mesmo reconheceu, queria tratar com os prelados, que concluíam sua qüinqüenal visita «ad limina apostolorum», ele se deteve «em um de grande atualidade», «a família».

«Junto a núcleos familiares exemplares, com freqüência há outros caracterizados, infelizmente, pela fragilidade dos laços conjugais, pela praga do aborto e pela crise demográfica», afirmou o Papa, após ter conversado pessoalmente com cada um dos bispos e lido os informes que lhe prepararam.

Motivos de preocupação para o bispo de Roma são também «a falta de atenção à transmissão de valores autênticos aos filhos», «a precariedade do trabalho», «a mobilidade social que debilita os laços entre as gerações» e «um crescente sentido de vazio interior nos jovens».

«Uma modernidade que não está arraigada em autênticos valores humanos está destinada a ser dominada pela tirania da instabilidade e pela perda de pontos de referência», assegurou.

«Por este motivo — continuou dizendo –, toda comunidade eclesial, com sua própria fé e apoiada pela graça de Deus, está chamada a ser um ponto de referência, e a dialogar com a sociedade na qual está integrada», afirmou.

«A Igreja, mestra de vida, extrai da lei natural e da Palavra de Deus esses princípios, que apresentam as bases irrenunciáveis para construir a família segundo o desígnio do Criador», sublinhou.

O Papa alentou os bispos a serem «sempre defensores valentes da família e da vida», e a continuarem com os esforços empreendidos «a favor da formação humana e religiosa dos namorados e das famílias jovens».

«Trata-se de uma obra sumamente meritória, e espero que seja apreciada e apoiada também pelas instituições da sociedade civil», reconheceu.

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