Tag: Abstinência

Bento XVI: a Quaresma não é “uma obrigação pesada”

O Papa explicou que a Quaresma é um período de renovação interior para aqueles que encontraram em Jesus o sentido da sua vida. Nesta quarta-feira, 1º de março, celebrou-se nas paróquias e Igrejas a cerimônia de imposição das cinzas aos fiéis.

01 de março de 2006.

Em sua mensagem dominical de 26 de fevereiro, após a recitação da oração à Nossa Senhora – o ‘Angelus’ –, Bento XVI falou sobre a Quaresma: os 40 dias em que a Igreja nos convida a preparar a Semana Santa e a Páscoa da Ressurreição.

O tempo da Quaresma, explicou, “não deve ser olhado com espírito ‘velho’, como se fosse uma obrigação pesada e enfadonha, mas com o espírito ‘novo’ de quem encontrou em Jesus e no seu mistério pascal o sentido da vida, e agora sente que tudo deve referir-se a Ele”.

”Não é costume cantar o Aleluia durante este período e a Igreja nos convida a praticar formas adequadas de renúncia penitencial”, como a abstinência – para os maiores de 14 anos –, o jejum – para os maiores de 18 anos – ou outros sacrifícios que cada um queira oferecer.

Sobre o diálogo de Cristo com os fariseus que não compreendiam por que os Apóstolos não jejuavam, disse: “Não podem jejuar enquanto o esposo está com eles; jejuarão quando o esposo lhes for arrebatado”. Assim Cristo revelou a “sua identidade de Messias, de esposo de Israel que veio para os desponsórios com o seu povo”.

“Os que o reconhecem e o acolhem com fé estão em festa. No entanto, ele terá que ser rejeitado e assassinado precisamente pelos seus: nesse momento, durante a sua paixão e morte, chegará a hora do luto e do jejum”, explicou. “No seu conjunto, constitui um grande memorial da paixão do Senhor, em preparação da Páscoa da Ressurreição”.

Sob um céu ensolarado, o Papa concluiu a sua intervenção apresentando Maria como “guia e mestra” no caminho quaresmal.

Fonte: Opus Dei

Jesus foi solteiro, casado ou viúvo?

02 de abril de 2006
Juan Chapa

Os dados evangélicos dizem-nos que Jesus desempenhou seu oficio de artesão em Nazaré (Mc 6,3) e, quando tinha aproximadamente trinta anos, iniciou seu ministério público (Lc 3,23). Durante o tempo em que o exerceu, há algumas mulheres que Lhe seguem (Lc 8,2-3) e outras com quem cultiva amizade (Lc 10, 38-42). Ainda que em nenhum momento nos seja dito que fosse um homem celibatário, casado ou viúvo, os evangelhos trazem referências à sua família, à sua mãe, a seus ?irmãos e irmãs?, mas nunca à sua ?mulher?. Esse silêncio é eloqüente.

Jesus era conhecido como o ?filho de José? (Lc 3,23; 4,22; Jo 2,45; 6,42) e, quando os habitantes de Nazaré se surpreendem pelos seus ensinamentos, exclamam: ?Não é este o artesão, o filho de Maria, o irmão de Tiago e de José, de Judas e de Simão? Suas irmãs não vivem entre nós?? (Mc 6,3). Em nenhum lugar se faz referência a que Jesus tivesse ou tivera uma mulher.

A tradição jamais falou de um possível casamento de Jesus. Não porque considerasse que a realidade do casamento denegrisse a figura de Jesus (Ele mesmo restituiu a dignidade original do casamento, Mt 19, 1-12) ou por vê-lo incompatível com a fé na divindade de Cristo, mas simplesmente porque se ateve à realidade histórica. Se houvesse querido silenciar aspectos que podiam ser comprometedores para a fé da Igreja, porque transmitiu o batismo de Jesus pelas mãos de João Batista, que administrava o batismo para a remissão dos pecados? Se a Igreja primitiva quisesse silenciar o casamento de Jesus, porque não silenciou a presença de mulheres concretas entre as pessoas que se relacionavam com ele?

Apesar disto, difundem-se argumentos que sustentam que Jesus esteve casado. Fundamentalmente aduz-se a favor do casamento de Jesus a prática e doutrina comum dos rabinos do século I de nossa era (para o suposto casamento de Jesus com Maria Madalena, ver Que relação teve Jesus com Maria Madalena?). Como Jesus foi um rabino e o celibato era inconcebível entre os rabinos da época, teve que estar casado (ainda que houvesse exceções, como o Rabi Simeão ben Azzai, o qual, ao ser acusado de permanecer solteiro, dizia: ?Minha alma está apaixonada pela Torá. Outros podem levar adiante o mundo?, Talmude da Babilônia, b. Yeb. 63b). Assim, pois, afirmam alguns, Jesus, como qualquer judeu piedoso, teria se casado aos vinte anos e depois abandonado mulher e filhos para desempenhar sua missão.

A resposta a essa objeção é dupla:

1) Existem dados que indicam que no judaísmo do século primeiro se vivia o celibato. Flávio Josefo (Guerra Judia 2.8.2. & 120-21; Antiguidades judaicas 18.1 & 18-20), Fílon, (numa passagem conservada por Eusébio, Prep. Evang. 8, 11.14) e Plínio, o Velho, (História Natural 5.73, 1-3) nos informam que havia essênios que viviam o celibato e sabemos que alguns de Qumrán eram célibes. Também Fílon (De vita contemplativa) assinala que os ?terapeutas?, um grupo de ascetas do Egito, viviam o celibato. Além disso, na tradição de Israel, alguns personagens famosos como Jeremias, foram célibes. O próprio Moisés, segundo a tradição rabínica, viveu a abstinência sexual para manter estreita relação com Deus. João Batista também não se casou. Portanto, ainda que o celibato fosse algo pouco comum, não era inaudito.

2) Ainda que ninguém tivesse vivido o celibato, não teríamos que assumir por isso que Jesus estivera casado. Os dados, como já se disse, mostram que quis permanecer célibe e são muitas as razões que tornam essa opção plausível e conveniente, precisamente porque ser celibatário sublinha a singularidade de Jesus em relação ao judaísmo de seu tempo e está mais de acordo com sua missão. O celibato de Cristo manifesta que, sem desvalorizar o casamento nem exigir o celibato a seus seguidores, o Reino de Deus (cf. Mt 19,12), buscado por amor a Deus (Ele mesmo encarna esse amor), está acima de todas as coisas.

BIBLIOGRAFIA

GNILKA, J. Jesús von Nazareth. Botschaft und Geschichte, Herder, Freiburg 1990 (edição em espanhol: Jesús de Nazaret, Herder, Barcelona 1993).
PUIG I TÀRRECH, Armand. Jesús, un perfil biogràfic, Proa, Barcelona 2004 (edição em espanhol: Jesús. Una biografía, Destino, Barcelona 2005).

Fonte: www.opusdei.org.br

Oficial do Vaticano esclarece: Doutrina sobre preservativo e a AIDS não mudará

VATICANO, 24 Abr. 06 (ACI) .- Um oficial do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, presidido pelo Cardeal Javier Lozano Barragán, esclareceu que da recente entrevista concedida pelo Cardeal mexicano a um jornal italiano não se desprende nenhuma mudança na doutrina da Igreja sobre o uso do preservativo e a AIDS. Vários jornais e agências de notícias difundiram nesta segunda-feira a entrevista concedida pelo Cardeal Lozano Barragán ao jornal italiano La Repubblica, em que, em relação ao tema do preservativo e a AIDS, declarou: “Este é um tema muito difícil e delicado que requer prudência… Meu dicastério está estudando isto muito de perto com cientistas e teólogos designados para emitir um documento que será publicado em breve”.

As palavras do Cardeal deram pé a especulações a respeito de que a Santa Sé “poderia flexibilizar sua posição” sobre o uso do preservativo.

Entretanto, Dom Antonio Soto Guerrero, Secretário pessoal do Cardeal Lozano Barragán e membro do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, esclareceu em diálogo com Imprensa que “a doutrina da Igreja continua firme em todos os princípios da moral católica. Para enfrentar a AIDS está a abstinência; e não podemos esquecer que se trata de um problema que em boa medida tem como origem uma desordem moral contra o sexto mandamento”.

O Prelado do Vaticano assinalou à ACI Imprensa que, com efeito, a Congregação para a Doutrina da Fé, que preside o Cardeal William Joseph Llevada, está estudando a possibilidade de elaborar um documento sobre o tema, e para isso pediu a opinião de outros dicastérios do Vaticano.

“Nosso dicastério já enviou estudos muito sérios e profissionais de membros e consultores que respondem às consultas propostas pela Congregação (para a Doutrina da Fé). A Congregação fará então um estudo mais amplo e demorará alguns meses antes de apresentar as conclusões ao Papa, que é quem finalmente decide se será ou não publicado um documento”.

Dom Soto, entretanto, explicou que não existe nenhuma data nem cronograma e muito menos a iminência de um documento sobre o tema.

“O princípio moral da Igreja é o mesmo; mas mudaram as situações que temos que enfrentar. trata-se, em outras palavras, de aplicar a doutrina de sempre a certas situações novas como o problema da AIDS”, disse Dom Soto.

“Ponho o exemplo de um caso particular: o casal de esposo onde um deles tem AIDS e reclama o ato matrimonial, tem o cônjuge direito a defender sua saúde de alguma maneira?”

“O princípio continua sendo a defesa da vida e a consciência de que tudo o que se refere ao quinto mandamento inclui o sexto, o não fornicar que implica defender a vida”, concluiu Dom Soto.

Page 2 of 2

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén