Autor: Pe. Juan Carlos Sack
Fonte: http://www.apologetica.org
Tradução: Carlos Martins Nabeto

[Dando continuidade a esta Série, abordaremos hoje Romano, Eutíquio de Constantinopla, Fulgêncio de Ruspe e Verecundo de Junca].

ROMANO, O MELODISTA

Diácono, foi o hinógrafo mais importante da Igreja bizantina. Nasceu na Síria e passou a maior parte da sua vida em Constantinopla. Morreu em 560.

[Disse:]

– “Quando Cristo, com o Seu poder, manifestamente transformou a água em vinho, toda a gente se alegrou, considerando o seu gosto admirável. Hoje, todos nós nos alimentamos no banquete da Igreja, porque o vinho se transformou no sangue de Cristo e o bebemos com santa alegria, glorificando o grande Esposo” (Kontákion 18, Das Bodas de Caná 20).

– “Todos os anjos que estão nos céus ficam admirados com o que ocorre na terra: os seres humanos terrestres, que habitam abaixo [do céu], se elevam em espírito e alcançam o alto, feitos partícipes do Cristo crucificado; porque, todos juntos, comem do Seu corpo, adorando fervorosamente o pão da vida e aguardando Dele a salvação imortal. Embora simplesmente se veja o pão, espiritualmente Ele o santifica como pão celeste da imortalidade. O próprio Senhor foi o primeiro a ensinar isso a todos nós, pois quando se dirigia voluntariamente à Paixão, Cristo partiu o pão da salvação e disse aos Seus Apóstolos, como está escrito: ‘Vinde agora, comei isto e, comendo, recebereis a vida eterna, porque este alimento é Minha carne, já que Eu – a quem estais vendo – sou o pão celeste da imortalidade” (Kontákio 24, Da Multiplicação dos Pães 1-2: o Pão que tomamos é a carne do Emanuel).

EUTÍQUIO DE CONSTANTINOPLA

Patriarca de Constantinopla. Nasceu na Frígia em 512 e morreu em 582.

Pregava assim o mistério eucarístico:

– “Misticamente Se imolou a Si mesmo quando, após a ceia, tomando o pão em Suas próprias mãos, tendo dado graças, o mostrou e o partiu, misturando-Se a Si mesmo no antítipo. Igualmente, misturando o cálice cheio do fruto da videira, tendo dado graças e apresentando-o a Deus, Seu Pai, disse: ‘Tomai e comei’; e: ‘Tomai e bebei’; ‘Isto é Meu corpo e isto é Meu sangue’. Portanto, todos tomam o santo corpo por inteiro e o precioso sangue do Senhor, ainda que apenas tomem uma parte deles” (Sermão da Páscoa e da Santa Eucaristia 2).

FULGÊNCIO DE RUSPE

Nasceu em Telepte, na África, em 467. Monge, presbítero e, pouco depois, Bispo de Ruspe. Insígne defensor da doutrina católica contra o Arianismo, em razão do qual sofreu o desterro.

[Sobre a Eucaristia, disse:]

– “Esta edificação espiritual do corpo de Cristo se faz através da caridade (…) Afirmo que esta edificação espiritual nunca é mais oportunamente pedida do que quando o próprio corpo de Cristo – que é a Igreja – oferece no sacramento do pão e do cálice o próprio corpo de Cristo e Seu sangue” (Ad Monimum 2,11,1).

VERECUNDO DE JUNCA 

Bispo de Junca, na África, em meados do século VI.

[Sobre a Eucaristia, escreveu:]

– “O sangue da uva (cf. Deuteronômio 32,14) é o sangue dos mártires ou, com certeza, o sangue da própria Paixão do Senhor, com o qual nos saciamos diariamente a partir dos altares sagrados; [sangue] que embriaga a nossa mente para que abandonemos o terreno e façamos uso do celeste” (Commentarii Super Carmina Ecclesiastica 2,14).

– “O Senhor nos nutre com alimentos não apenas corporais, mas também espirituais (…): indubitavelmente, com a Palavra das Escrituras, com a ciência para compreendê-las e com os víveres do corpo de Cristo e da bebida do sangue Daquele que todos os dias é [incruentamente] imolado nos santos altares” (Commentarii Super Carmina Ecclesiastica 2,18).

Leia também as outras partes da série especial sobre a Eucaristia